Nova Fic - Clássica - é pra vc
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Nova Fic - Clássica - é pra vc
É pra você
"Oh, não. De novo, não!" Disse Gabrielle para ela mesma.
Xena estava sentada sob uma árvore, com um olhar de ‘
algo-está-acontecendo’, e Gabrielle estava ficando bastante
preocupada. Era a terceira vez, naquela semana, que Xena agia
de forma estranha, como se estivesse triste ou sofrendo com
alguma coisa que não queria contar à barda.
"Xena," chamou Gabrielle com um olhar ‘ameaçador’, "O que
está acontecendo com você?"
"O quê?! Nada está acontecendo, Gabrielle. Eu estou bem."
"Bem? Você está tudo, exceto bem. Xena, alguma coisa ESTÁ
acontecendo com você, você passa horas sentada debaixo de uma
árvore, com esse mesmo olhar que você tem agora, você não
cuida de Argo ou de mim, você nem mesmo pratica seus
exercícios de combate. E, agora, você diz que nada está
acontecendo? Por favor, Xena, você sabe que pode falar
comigo. Você não confia em mim?" Neste momento, Gabrielle
está quase chorando.
"Oh, não, Gabrielle. Por favor, não se preocupe comigo. Eu
sei que nós podemos conversar, e é claro que confio em você,
você é minha melhor amiga, minha família, você sabe disso.
Depois de tudo que passamos, não ouse dizer que não confio em
você."
"Então, me diz o que está acontecendo!"
"Gabrielle, eu já disse, nada está acontecendo. Eu só
estou...pensando, ou, talvez, cansada, só isso."
"Tem certeza?"
"Yep! Absoluta. Não se preocupe!" Disse Xena, um sorriso em
seu rosto.
Mais tarde, aquela noite, Gabrielle já dormia quando Xena se
levantou, e foi cuidar de Argo.
"Droga!" Ela disse para o animal. "Por que isso é tão
difícil? Já tem quase quatro dias e eu ainda não tenho o
presente de aniversário dela. E se...E se eu não conseguir
até a semana que vem? Ah, não, eu quero dar alguma coisa
realmente especial para Gabrielle." Neste momento, Xena
estava sentada perto da fogueira, sua cabeça afundada em suas
mãos, sua voz um pouco perturbada, lágrimas começando a
aparecer. "Eu não tinha idéia de como isso era difícil...Hei,
Guerreira, não seja tão covarde!" Disse Xena para ela mesma,
ao se levantar e voltar para seu saco de dormir. "Talvez
amanhã, talvez amanhã."
No dia seguinte, Gabrielle acordou com o calor do sol.
"Hã, que horas são? Xena? Eu não acredito que ela me deixou
dormir até agora. Ela geralmente quer que a gente parta
praticamente de madrugada." Gabrielle se levantou, e seus
olhos começaram a procurar por Xena. Ela não estava lá.
Gabrielle foi até Argo, e perguntou ao animal: "Onde ela
está?" Argo relinchou, e Gabrielle riu dela mesma. "Você não
tem idéia, né?"
Após tomar o café da manhã, a barda foi até o rio e, para sua
surpresa, Xena estava lá, sozinha, sentada, olhando e jogando
pedrinhas na água, de vez em quando.
"Xena?!" A guerreira não havia percebido a chegada da amiga.
"Você está bem?" Gabrielle perguntou, sua voz mostrando
preocupação.
"Hei, Gabrielle! Bom dia!" Xena tentava mostrar felicidade.
"Xena, já é praticamente tarde. Por que você não me acordou?"
"Bom, eu achei que você gostaria de dormir um pouco mais."
"Não, você não achou. Você esqueceu, não foi?" Xena abriu sua
boca para responder, mas Gabrielle interrompeu-a. "Você
esqueceu de me acordar porque você estava aqui todo o tempo,
pensando em alguma coisa que não quer me contar. Certo?"
"Gabrielle, eu só estava me divertindo. Venha, junte-se a
mim. Vamos cheirar as flores, como você sempre diz."
Gabrielle se sentou ao lado da amiga. Entretanto, ela ainda
não estava convencida.
"Gabrielle", Xena começou, "Tem alguma coisa que você quer me
falar? Quer dizer, você parece preocupada com alguma coisa e,
também, você insiste em me perguntar se estou bem. Estou
começando a achar que VOCÊ não está bem."
"Ah, Xena, Xena, Xena. Você realmente acha que eu sou burra
assim? Eu sei o que você está tentando fazer, mas desta vez
você não vai conseguir."
"Desculpe, eu esqueci que você era Miss Esperta", disse Xena,
embora soubesse que Gabrielle tinha razão.
"Xena, estou tentando falar sério aqui", Gabrielle estava
começando a ficar zangada com as piadas da amiga.
"Me desculpe, Gabi", desta vez Xena estava falando sério, "Eu
sei que você está preocupada, mas não é necessário. E, será a
última vez que direi isto: eu estou bem."
"Tudo bem, então. Eu vou arrumar nossas coisas", resmungou a
barda.
Assim que Gabrielle saiu, Xena se sentiu culpada por magoar
sua amiga, mesmo que tenha sido intencionalmente.
"Desculpe, Gabrielle", Xena sussurrou, "Eu não queria magoar
você, mas como eu poderia saber que era tão difícil?"
Lágrimas começaram a encher os olhos azuis da guerreira.
Gabrielle estava guardando suas coisas. "Argo, você acha que
eu estou exagerando? Bom, talvez esteja. Mas, ela tem andado
tão estranha ultimamente...Talvez seja apenas a lua",
Gabrielle riu deste último pensamento, "Droga! Acho que devo
me desculpar."
Chegando ao rio, Gabrielle viu que Xena estava..."Chorando?
Pelos deuses, eu sabia que alguma coisa estava errada." A
barda correu em direção a sua amiga, "Xena, ah, Xena. O que
está acontecendo? Por que você não me conta?" Gabrielle
trouxe Xena para perto dela, abraçando-a.
Xena queria se livrar dos braços da amiga, mas não podia, ela
não tinha forças para isso.
"Shh, shhh. Está tudo bem, Xena, apenas chore. Será bom para
você, e você sabe disso. Não se preocupe, eu estou aqui."
As duas amigas ficaram assim por um bom tempo. Xena estava
tão cansada, mentalmente e fisicamente cansada, que adormeceu
no colo de Gabrielle.
Quando acordou, Gabrielle ainda a estava abraçando. Xena
continuou nessa posição por mais um tempo, fingindo ainda
dormir. Seus olhos fixavam o chão quando Gabrielle disse:
"Eu sei que você está acordada."
Xena virou sua cabeça para, logo, encontrar os olhos da
barda.
"Gab..."
"Xena. Por favor, deixe-me falar. Eu sei que algo a está
incomodando, e tenho certeza de que é muito sério, ou você
não teria chorado daquele jeito. Agora, eu já te perguntei
isto muitas vezes e não vou repetir, eu vou esperar até você
estar pronta para conversar, está bem? Eu prometo."
"Obrigada, Gabrielle. Eu não estou pronta, pelo menos ainda
não. Mas, talvez dentro de alguns dias eu serei capaz de
conversar com você. Apenas, tenha paciência, está bem?"
"Certo. Só..." Gabrielle hesitou por um momento, "não seja
orgulhosa para pedir ajuda, tá?!" As mãos da barda
encontraram as da guerreira.
"Gabrielle..." Houve uma pequena pausa. A voz de Xena estava
tremendo. "Obrigada por me consolar. Estou bem melhor agora.
Obrigada." Xena abaixou sua cabeça.
Gabrielle, virando o rosto de Xena para encontrar o seu,
disse: "Não há nada para se envergonhar, Xena. Todo mundo
precisa chorar, é uma necessidade humana."
Xena se sentiu tão feliz, que ficou ainda mais preocupada em
dar um presente especial para Gabrielle, sua melhor amiga.
Alguns dias depois, Xena estava finalmente pronta para falar
com a barda.
Era noite, e as duas amigas já haviam se alimentado.
Gabrielle trabalhava em um novo pergaminho, quando Xena
chegou e se sentou à sua frente.
"Chegou a hora", sua voz estava firme.
Gabrielle parou de escrever, olhou para a guerreira e,
sabendo que era difícil para Xena começar uma conversa como
aquela, apenas perguntou: "Tem certeza?"
Xena confirmou. Após alguns minutos, ela quebrou o silêncio.
"Antes de mais nada, eu sinto muito pelo meu comportamento
estúpido, sei que isso magoou você. E, eu confio em você,
confio mesmo, só que eu estava passando por algo muito
difícil, muito duro, e apenas não podia te contar nada. Na
verdade, eu nunca imaginei que seria tão...doloroso."
Xena começou a lembrar dos últimos dias em que passou
trabalhando no presente de aniversário de Gabrielle.
"Mas...o que aconteceu, afinal? O que foi tão duro, tão
doloroso que fez você chorar daquela maneira?" Gabrielle
ainda não entendia o que estava acontecendo.
"Foi...bom...você. Foi você", Xena respondeu, um sorriso
aparecendo em seu rosto.
"Eu?" Gabrielle estava confusa, "O que eu fiz? Me desculpe se
eu te deixei zangada ou se eu...te feri. Eu não..."
"Gabrielle!" Xena interrompeu a autopunição da barda, "Você
não fez nada de errado, e você não me feriu. É só que
eu...FELIZ ANIVERSÁRIO!" Disse Xena, entregando o presente à
Gabrielle; agora um enorme sorriso – e também lágrimas – no
rosto da guerreira.
"Oh, Xena", a barda estava quase sem palavras, ainda chocada
e surpresa. Ela havia andado tão preocupada com Xena, que
esqueceu seu próprio aniversário. "Eu não sei o que
dizer...Obrigada...obrigada", disse Gabrielle, começando a
desembrulhar o presente.
"Hei, Gabi, foi muito difícil...tenho certeza de que não está
muito bom... na verdade, provavelmente está horrível. Então,
se você não gostar, apenas diga, não precisa se preocupar com
meus sentimentos..."
"É um...pergaminho. Xena, você escreveu um poema...pra mim."
Xena parecia estar sem graça, ela estava...corando, Xena
estava ficando vermelha, e estava mantendo seus olhos longe
dos da barda.
"Xena, olhe para mim", disse Gabrielle com uma voz suave,
"Por favor, leia, recite o poema pra mim, está bem?"
"Eu não sei, Gabi, eu não sou boa nessas coisas. Acho que é
melhor você mesma ler."
"Não, você lê. Está com medo de um pergaminho, de um poema,
Princesa Guerreira?", Gabrielle provocou a amiga.
Desta vez, Xena não lançou ‘O Olhar’ para Gabrielle, ela
estava muito desconfortável para isso. "Está bem, mas eu
avisei, deve estar horrível, EU devo ser a pior barda da
Grécia", brinca Xena, embora ainda estivesse desconfortável.
"Apenas faça", ordenou Gabrielle, lágrimas enchendo seus
olhos verdes, mesmo antes de ‘ouvir’ seu presente.
Xena hesitou por um momento e, então, começou a ler o poema,
mantendo o pergaminho na frente do seu rosto, para evitar
contato visual com a amiga.
"Presente
Sou guerreira.
Percorri vales da morte.
Tristeza. Medo. Ódio.
Perdi minha alma.
O sangue que sujou meu corpo,
Ainda não consigo limpar.
A paz que há muito tempo perdi,
Não posso, não me permito buscar.
Mas, já não estou só,
Uma luz anda comigo,
Ela segura minha mão.
E, nas noites mais escuras,
Frias, sombrias,
Essa luz, Você,
Se torna meu guia.
Se me encontro perdida, cega,
Sem saber para onde ir,
Sempre, sempre sinto sua mão,
Sempre, sempre ouço sua voz,
Me mostrando o caminho,
Me dizendo por onde seguir.
Sou uma guerreira
E, agora, tenho medo.
Temo atropelar as palavras
E não conseguir dizer
Que, você, Gabrielle,
Barda, Guerreira, Minha Amiga,
É tudo para mim.
E, de você, Gabrielle,
Nunca, nunca irei esquecer."
Xena HAVIA recitado o poema. Depois de ler as primeiras
palavras, ela havia largado o pergaminho e, olhos fechados,
havia começado a recitar as palavras que se encontravam na
sua mente – no seu coração – o tempo todo.
O silêncio tomava conta do acampamento. Xena estava tremendo,
seus olhos ainda estavam fechados, e ela tremia ao tentar
segurar o turbilhão de emoções que havia caído sobre ela.
Gabrielle encarava a guerreira, totalmente sem palavras após
ter ouvido tudo aquilo. Então, a barda começou a chorar.
Gabrielle se levantou, caminhou em direção à Xena, e abraçou
a amiga. Ao sentir o toque da barda, Xena, seus olhos ainda
fechados, começou a chorar. Ela não podia mais segurar toda
aquela emoção. As duas amigas estavam, agora, tremendo,
chorando, soluçando uma nos braços da outra. Então, Xena
finalmente abriu seus olhos e sussurrou:
"É pra você, Gabrielle."
FIM!
"Oh, não. De novo, não!" Disse Gabrielle para ela mesma.
Xena estava sentada sob uma árvore, com um olhar de ‘
algo-está-acontecendo’, e Gabrielle estava ficando bastante
preocupada. Era a terceira vez, naquela semana, que Xena agia
de forma estranha, como se estivesse triste ou sofrendo com
alguma coisa que não queria contar à barda.
"Xena," chamou Gabrielle com um olhar ‘ameaçador’, "O que
está acontecendo com você?"
"O quê?! Nada está acontecendo, Gabrielle. Eu estou bem."
"Bem? Você está tudo, exceto bem. Xena, alguma coisa ESTÁ
acontecendo com você, você passa horas sentada debaixo de uma
árvore, com esse mesmo olhar que você tem agora, você não
cuida de Argo ou de mim, você nem mesmo pratica seus
exercícios de combate. E, agora, você diz que nada está
acontecendo? Por favor, Xena, você sabe que pode falar
comigo. Você não confia em mim?" Neste momento, Gabrielle
está quase chorando.
"Oh, não, Gabrielle. Por favor, não se preocupe comigo. Eu
sei que nós podemos conversar, e é claro que confio em você,
você é minha melhor amiga, minha família, você sabe disso.
Depois de tudo que passamos, não ouse dizer que não confio em
você."
"Então, me diz o que está acontecendo!"
"Gabrielle, eu já disse, nada está acontecendo. Eu só
estou...pensando, ou, talvez, cansada, só isso."
"Tem certeza?"
"Yep! Absoluta. Não se preocupe!" Disse Xena, um sorriso em
seu rosto.
Mais tarde, aquela noite, Gabrielle já dormia quando Xena se
levantou, e foi cuidar de Argo.
"Droga!" Ela disse para o animal. "Por que isso é tão
difícil? Já tem quase quatro dias e eu ainda não tenho o
presente de aniversário dela. E se...E se eu não conseguir
até a semana que vem? Ah, não, eu quero dar alguma coisa
realmente especial para Gabrielle." Neste momento, Xena
estava sentada perto da fogueira, sua cabeça afundada em suas
mãos, sua voz um pouco perturbada, lágrimas começando a
aparecer. "Eu não tinha idéia de como isso era difícil...Hei,
Guerreira, não seja tão covarde!" Disse Xena para ela mesma,
ao se levantar e voltar para seu saco de dormir. "Talvez
amanhã, talvez amanhã."
No dia seguinte, Gabrielle acordou com o calor do sol.
"Hã, que horas são? Xena? Eu não acredito que ela me deixou
dormir até agora. Ela geralmente quer que a gente parta
praticamente de madrugada." Gabrielle se levantou, e seus
olhos começaram a procurar por Xena. Ela não estava lá.
Gabrielle foi até Argo, e perguntou ao animal: "Onde ela
está?" Argo relinchou, e Gabrielle riu dela mesma. "Você não
tem idéia, né?"
Após tomar o café da manhã, a barda foi até o rio e, para sua
surpresa, Xena estava lá, sozinha, sentada, olhando e jogando
pedrinhas na água, de vez em quando.
"Xena?!" A guerreira não havia percebido a chegada da amiga.
"Você está bem?" Gabrielle perguntou, sua voz mostrando
preocupação.
"Hei, Gabrielle! Bom dia!" Xena tentava mostrar felicidade.
"Xena, já é praticamente tarde. Por que você não me acordou?"
"Bom, eu achei que você gostaria de dormir um pouco mais."
"Não, você não achou. Você esqueceu, não foi?" Xena abriu sua
boca para responder, mas Gabrielle interrompeu-a. "Você
esqueceu de me acordar porque você estava aqui todo o tempo,
pensando em alguma coisa que não quer me contar. Certo?"
"Gabrielle, eu só estava me divertindo. Venha, junte-se a
mim. Vamos cheirar as flores, como você sempre diz."
Gabrielle se sentou ao lado da amiga. Entretanto, ela ainda
não estava convencida.
"Gabrielle", Xena começou, "Tem alguma coisa que você quer me
falar? Quer dizer, você parece preocupada com alguma coisa e,
também, você insiste em me perguntar se estou bem. Estou
começando a achar que VOCÊ não está bem."
"Ah, Xena, Xena, Xena. Você realmente acha que eu sou burra
assim? Eu sei o que você está tentando fazer, mas desta vez
você não vai conseguir."
"Desculpe, eu esqueci que você era Miss Esperta", disse Xena,
embora soubesse que Gabrielle tinha razão.
"Xena, estou tentando falar sério aqui", Gabrielle estava
começando a ficar zangada com as piadas da amiga.
"Me desculpe, Gabi", desta vez Xena estava falando sério, "Eu
sei que você está preocupada, mas não é necessário. E, será a
última vez que direi isto: eu estou bem."
"Tudo bem, então. Eu vou arrumar nossas coisas", resmungou a
barda.
Assim que Gabrielle saiu, Xena se sentiu culpada por magoar
sua amiga, mesmo que tenha sido intencionalmente.
"Desculpe, Gabrielle", Xena sussurrou, "Eu não queria magoar
você, mas como eu poderia saber que era tão difícil?"
Lágrimas começaram a encher os olhos azuis da guerreira.
Gabrielle estava guardando suas coisas. "Argo, você acha que
eu estou exagerando? Bom, talvez esteja. Mas, ela tem andado
tão estranha ultimamente...Talvez seja apenas a lua",
Gabrielle riu deste último pensamento, "Droga! Acho que devo
me desculpar."
Chegando ao rio, Gabrielle viu que Xena estava..."Chorando?
Pelos deuses, eu sabia que alguma coisa estava errada." A
barda correu em direção a sua amiga, "Xena, ah, Xena. O que
está acontecendo? Por que você não me conta?" Gabrielle
trouxe Xena para perto dela, abraçando-a.
Xena queria se livrar dos braços da amiga, mas não podia, ela
não tinha forças para isso.
"Shh, shhh. Está tudo bem, Xena, apenas chore. Será bom para
você, e você sabe disso. Não se preocupe, eu estou aqui."
As duas amigas ficaram assim por um bom tempo. Xena estava
tão cansada, mentalmente e fisicamente cansada, que adormeceu
no colo de Gabrielle.
Quando acordou, Gabrielle ainda a estava abraçando. Xena
continuou nessa posição por mais um tempo, fingindo ainda
dormir. Seus olhos fixavam o chão quando Gabrielle disse:
"Eu sei que você está acordada."
Xena virou sua cabeça para, logo, encontrar os olhos da
barda.
"Gab..."
"Xena. Por favor, deixe-me falar. Eu sei que algo a está
incomodando, e tenho certeza de que é muito sério, ou você
não teria chorado daquele jeito. Agora, eu já te perguntei
isto muitas vezes e não vou repetir, eu vou esperar até você
estar pronta para conversar, está bem? Eu prometo."
"Obrigada, Gabrielle. Eu não estou pronta, pelo menos ainda
não. Mas, talvez dentro de alguns dias eu serei capaz de
conversar com você. Apenas, tenha paciência, está bem?"
"Certo. Só..." Gabrielle hesitou por um momento, "não seja
orgulhosa para pedir ajuda, tá?!" As mãos da barda
encontraram as da guerreira.
"Gabrielle..." Houve uma pequena pausa. A voz de Xena estava
tremendo. "Obrigada por me consolar. Estou bem melhor agora.
Obrigada." Xena abaixou sua cabeça.
Gabrielle, virando o rosto de Xena para encontrar o seu,
disse: "Não há nada para se envergonhar, Xena. Todo mundo
precisa chorar, é uma necessidade humana."
Xena se sentiu tão feliz, que ficou ainda mais preocupada em
dar um presente especial para Gabrielle, sua melhor amiga.
Alguns dias depois, Xena estava finalmente pronta para falar
com a barda.
Era noite, e as duas amigas já haviam se alimentado.
Gabrielle trabalhava em um novo pergaminho, quando Xena
chegou e se sentou à sua frente.
"Chegou a hora", sua voz estava firme.
Gabrielle parou de escrever, olhou para a guerreira e,
sabendo que era difícil para Xena começar uma conversa como
aquela, apenas perguntou: "Tem certeza?"
Xena confirmou. Após alguns minutos, ela quebrou o silêncio.
"Antes de mais nada, eu sinto muito pelo meu comportamento
estúpido, sei que isso magoou você. E, eu confio em você,
confio mesmo, só que eu estava passando por algo muito
difícil, muito duro, e apenas não podia te contar nada. Na
verdade, eu nunca imaginei que seria tão...doloroso."
Xena começou a lembrar dos últimos dias em que passou
trabalhando no presente de aniversário de Gabrielle.
"Mas...o que aconteceu, afinal? O que foi tão duro, tão
doloroso que fez você chorar daquela maneira?" Gabrielle
ainda não entendia o que estava acontecendo.
"Foi...bom...você. Foi você", Xena respondeu, um sorriso
aparecendo em seu rosto.
"Eu?" Gabrielle estava confusa, "O que eu fiz? Me desculpe se
eu te deixei zangada ou se eu...te feri. Eu não..."
"Gabrielle!" Xena interrompeu a autopunição da barda, "Você
não fez nada de errado, e você não me feriu. É só que
eu...FELIZ ANIVERSÁRIO!" Disse Xena, entregando o presente à
Gabrielle; agora um enorme sorriso – e também lágrimas – no
rosto da guerreira.
"Oh, Xena", a barda estava quase sem palavras, ainda chocada
e surpresa. Ela havia andado tão preocupada com Xena, que
esqueceu seu próprio aniversário. "Eu não sei o que
dizer...Obrigada...obrigada", disse Gabrielle, começando a
desembrulhar o presente.
"Hei, Gabi, foi muito difícil...tenho certeza de que não está
muito bom... na verdade, provavelmente está horrível. Então,
se você não gostar, apenas diga, não precisa se preocupar com
meus sentimentos..."
"É um...pergaminho. Xena, você escreveu um poema...pra mim."
Xena parecia estar sem graça, ela estava...corando, Xena
estava ficando vermelha, e estava mantendo seus olhos longe
dos da barda.
"Xena, olhe para mim", disse Gabrielle com uma voz suave,
"Por favor, leia, recite o poema pra mim, está bem?"
"Eu não sei, Gabi, eu não sou boa nessas coisas. Acho que é
melhor você mesma ler."
"Não, você lê. Está com medo de um pergaminho, de um poema,
Princesa Guerreira?", Gabrielle provocou a amiga.
Desta vez, Xena não lançou ‘O Olhar’ para Gabrielle, ela
estava muito desconfortável para isso. "Está bem, mas eu
avisei, deve estar horrível, EU devo ser a pior barda da
Grécia", brinca Xena, embora ainda estivesse desconfortável.
"Apenas faça", ordenou Gabrielle, lágrimas enchendo seus
olhos verdes, mesmo antes de ‘ouvir’ seu presente.
Xena hesitou por um momento e, então, começou a ler o poema,
mantendo o pergaminho na frente do seu rosto, para evitar
contato visual com a amiga.
"Presente
Sou guerreira.
Percorri vales da morte.
Tristeza. Medo. Ódio.
Perdi minha alma.
O sangue que sujou meu corpo,
Ainda não consigo limpar.
A paz que há muito tempo perdi,
Não posso, não me permito buscar.
Mas, já não estou só,
Uma luz anda comigo,
Ela segura minha mão.
E, nas noites mais escuras,
Frias, sombrias,
Essa luz, Você,
Se torna meu guia.
Se me encontro perdida, cega,
Sem saber para onde ir,
Sempre, sempre sinto sua mão,
Sempre, sempre ouço sua voz,
Me mostrando o caminho,
Me dizendo por onde seguir.
Sou uma guerreira
E, agora, tenho medo.
Temo atropelar as palavras
E não conseguir dizer
Que, você, Gabrielle,
Barda, Guerreira, Minha Amiga,
É tudo para mim.
E, de você, Gabrielle,
Nunca, nunca irei esquecer."
Xena HAVIA recitado o poema. Depois de ler as primeiras
palavras, ela havia largado o pergaminho e, olhos fechados,
havia começado a recitar as palavras que se encontravam na
sua mente – no seu coração – o tempo todo.
O silêncio tomava conta do acampamento. Xena estava tremendo,
seus olhos ainda estavam fechados, e ela tremia ao tentar
segurar o turbilhão de emoções que havia caído sobre ela.
Gabrielle encarava a guerreira, totalmente sem palavras após
ter ouvido tudo aquilo. Então, a barda começou a chorar.
Gabrielle se levantou, caminhou em direção à Xena, e abraçou
a amiga. Ao sentir o toque da barda, Xena, seus olhos ainda
fechados, começou a chorar. Ela não podia mais segurar toda
aquela emoção. As duas amigas estavam, agora, tremendo,
chorando, soluçando uma nos braços da outra. Então, Xena
finalmente abriu seus olhos e sussurrou:
"É pra você, Gabrielle."
FIM!
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