Nova Fic - Clássica - Nas veredas do Destino
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Nova Fic - Clássica - Nas veredas do Destino
DECLARAÇÕES: As personagens Xena e Gabrielle infelizmente não me pertencem K e sim a Renassaince
Pictures e Universal .
-NÃÃÃO!- gritou Xena ofegante levantando-se de sobressalto sobre as peles sendo logo envolvida
nos braços de Gabrielle que a apertava assustada.
-Xena o que houve? Novamente aqueles pesadelos?
Xena não disse nada, apenas assentiu com a cabeça.
Ha muitas luas Xena vinha tendo o mesmo pesadelo só que desta vez foi um pouco
diferente.Quase todas as noites Xena acordava banhada de suor ao sonhar com os rostos das
pessoas que seu passado sangrento condenou a uma morte dolorosa.
-“Foi apenas um sonho”- pensou balançando a cabeça para afastar as lembranças do sonho ainda
estando embalada nos braços de uma Gabrielle meio confusa.
-Xena, o que foi? Me conte, eu preciso te ajudar.
Xena se afastando delicadamente de seus braços lhe olha nos olhos e com uma expressão
aliviada e lhe diz:
-Não foi nada Gabby.Quer dizer... O mesmo sonho.Nada muito importante.
-Tudo o que diz respeito a você é importante para mim.-Disse Gabrielle passando as costas da
mão no rosto de Xena, acariciando-o e ao mesmo tempo limpando um pouco do suor.
Os músculos de Xena se contraem ao delicado toque, seus batimentos cardíacos aceleram de
modo que a guerreira começa a acreditar que o coração lhe romperia o peito. Sua boca fica seca
de um modo insuportável.
-Vou beber água.- disse Xena se levantando das peles e indo em direção ao lago próximo ao
acampamento onde estavam.
Olhando para o lago negro e imóvel, Xena começa a refletir a respeito de seu “novo” pesadelo.
Normalmente, estão pessoas vitimas de seu passado e alguns de seus inimigos a lhe julgar,
estando ela como réu, sendo humilhada e perversamente torturada. Desta vez fora bem diferente.
Xena estava em um campo aberto coberto de flores ladeado por oliveiras frondosas.Estava
correndo sem rumo de mãos dadas a Gabrielle. A brisa era agradável e o sol não era muito forte,
Gabrielle se solta de Xena e se esconde entre as flores.
Próximo dali havia uma cachoeira mais que convidativa.
-“Ela deve ter ido se esconder lá”-pensou Xena andando em direção á cascata cristalina que se
encontrava a alguns metros. Sentando-se nas pedras que ladeavam a pequena lagoa que circulava
a cascata, duas pequenas mãos lhe cobriram os olhos.Era as mãos de Gabrielle.
Sem hesitar, Xena cobre as mãos de Gabrielle com as suas e a puxa para sua frente para poder
ver o seu rosto.
-Oi - disse uma Gabrielle um tanto corada e surpresa pelo resultado de sua brincadeira.
Devido à proximidade das duas sentadas na mesma pedra com os rostos quase colados,
Xena apenas sussurra com um largo sorriso:
-Sabia que era você.
Gabrielle se aproxima mais, quase tocando os lábios da mulher a sua frente quando Calisto
aparece e fere Xena brutalmente pelas costas.Xena sem poder se mover apenas assiste Calisto
desacordar Gabrielle e arrastar as duas para um casebre em pedaços.
Xena é amarrada a um poste de madeira instalado firmemente a frete do casebre e assiste
Gabrielle totalmente acorrentada e desacordada ser levada para dentro deste. Pouco depois
Calisto aparece mostrando um largo sorriso perverso em sua cara pouco antes de atear fogo no
casebre com Gabrielle dentro.
Ao se recordar de seu terrível pesadelo seus olhos se enchem de lágrimas, Xena lava seu rosto às
margens do lago e retorna para onde Gabrielle estava.
-Você demorou.-Gabrielle se levanta e senta sobre as peles até encarar Xena nos olhos. - Pensei
que não viria mais e eu teria que ficar sozinha com os lobos a minha volta - mostrando um sorriso
amarelo em direção a guerreira.
-Eu sempre volto.- Disse Xena ao se sentar ao lado dela nas peles sem perder o contado visual.
Rapidamente as imagens de eu pesadelo voltam a sua mente e Xena estremece.
-Gabrielle...Me perdoe-Disse xena quase num sussurro agora com os olhos baixos para esconder
as lágrimas que teimavam em brotar mas não escorriam pela sua triste face.
-Te perdoar?Pelo quê?- Gabrielle meio confusa segura fortemente as mãos de Xena.
-Por estar sempre te colocando em risco, por não trazer segurança alguma as pessoas ao meu
redor, por estar sempre lhe causando dor...
-Shiiiii!- Gabrielle impediu que continuasse colocando o dedo indicador sobre seus lábios.
- Por favor, não continue.Você não me causa dor alguma, eu sou feliz deste modo, com essa vida
que levamos e tudo o que acontece ou acontecerá não será culpa sua, será apenas...Frutos das
nossas escolhas e...
-Mas Gabri...
- Eu não terminei.-Disse Gabrielle num tom firme, porém doce.- Xena eu escolhi ficar com você,
seguir essa vida que nós levamos e o que vier será um preço que eu estou disposta a pagar.
Um rápido silencio se instalou entre elas até ser quebrado pela guerreira.
-Obrigada...- Disse Xena olhando para chão agora que as suas lágrimas escorrem livremente pelo
rosto.- por tudo, principalmente por estar aqui Gabrielle.
Gabrielle puxa a guerreira para um abraço terno e carinhoso. Xena se põem a pensar como aquela
pequena mulher poderia compreendê-la e amá-la acima de tudo até interromper a mesma:
-Vamos dormir, amanha temos que sair cedo.
Já cada uma deitada em suas peles, Xena se vira para Gabrielle e diz:
-Boa noite Gabby.
Xena torna dar as costas para Gabrielle e desta vez quem se vira é a barda lhe dizendo ao pé do
ouvido:
-Boa noite Xena.
Seria mais uma noite de tortura para ambas, mas desta vez quem não acreditava que ia dormir era
Gabrielle, pois relembrava momentos atrás aquela mulher estar aninhada em seus braços feita
uma criança perdida.Gabrielle sorri docilmente até por fim pegar no sono.
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O dia se levanta, Xena já de pé vai em direção ao lago para pescar o almoço. Gabrielle continua
dormindo quando ela volta com três peixes na mão.
Olhando para a pequena mulher estirada sob as peles em um sono sereno, ela não percebe um
pequeno sorriso afetuoso que brota no canto esquerdo de sua boca quando ainda observando
Gabrielle pensa:
-“Barda preguiçosa! Quase na hora do almoço e ainda dorme. Tão pequena, tão sensível mas
mesmo assim forte e determinada. Tão bela...”
Xena coloca os peixes no espeto e deposita-os na fogueira já acesa e caminha até as peles. Ela
se deita ao lado da barda e por um pequeno tempo a contempla dormir serenamente até que
resolve acordá-la.
- Gabrielle, vamos levante-se...- sem obter qualquer resposta por parte da loira ela resolve tocar
seus ombros para ver se esta responde.
-Gabby acorda, já esta na hora do almoço e você vai ficar sem peixe se n ...
Meio sonolenta mas disposta a não ficar sem comer seu peixe Gabrielle se levanta abruptamente
com o cabelo todo arrepiado e o rosto inchado e para a poucos centímetros da face da guerreira.
Xena ao presenciar a cena um tanto cômica dispara a rir e se deita nas peles para recuperar o
fôlego perdido
-Do quê que você está rindo? Fiz algo engraçado?- Gabrielle dispara um olhar confuso e ainda
muito sonolento em direção a guerreira que ainda e recupera do seu ataque de risos.
-Não, era só o fato de seu apetite superar seu sono incontrolável, e... Este penteado.- disse
apontando para o cabelo da garota a sua frente. - Me diga Gabby: Qual dos dois é maior? Seu
sono ou sua fome?- disparou Xena a voltar cair na gargalhada apontando novamente para o
cabelo da barda.
-Agora você me paga!!!- Gabrielle começou a guerra de cósegas pulando em cima da guerreira
atacando-a com tudo o que tinha.
-Para Gabby.... kkkkkkkkkk, eu vou morrer assim...kkkkkkkkk
-Isso é pra você aprender a não zombar da fome...do sono... e do cabelo de uma barda- em meio a
risos contínuos, ainda dispara: - A fome é maior!kkkkkkkk
Agora com o final da “batalha”, Xena exausta se levanta e diz:
-Está bem, você venceu ESTA batalha, mas a próxima eu vou ganhar. Venha, vamos comer.
No final da tarde elas se retiraram para tomar banho no lago.
Enquanto se banham Gabrielle se vira e pergunta:
- Xena, ontem à noite você disse que sairíamos hoje cedo, porque não me acordou para que
partimos?
- Desisti. Não senti que era uma boa idéia...
- Tem alguma coisa haver como seu pesadelo?
- Não. - Xena mais uma vez mentiu para a barda, pois não achara prudente deixá-la a par de seus
medos e sua insegurança.
- Afinal, para onde iremos?
- Iremos para Delfos...
- Vai consultar o Oráculo? Não acredito nisso - Disse Gabby num tom zombeteiro.- Quem diria, a
poderosa Princesa Guerreira toda cheia de si, irá consultar o Oráculo.
- Apesar de ter muitas habilidades agora eu não tenho tanta certeza de muitas coisas e quero tirar
essas dúvidas. Logo depois seguiremos para a Tessália.
- Tessália me faz lembrar Ephiny e seu bebe... Graças aos deuses a guerra entre Tessália e Mitoa
acabou.- Entres suspiros Gabrielle se põe a pensar.
-Essa guerra me faz lembra a primeira vez que quase te perdi para sempre...- Xena agora
aparenta um olhar triste e distante.
Gabrielle se aproxima e coloca o rosto de Xena entre suas mãos e diz num tom doce:
- Você nunca irá me perder. Nem que a ultima estrela do firmamento pare de brilhar, nem que a lua
saia do lugar e desapareça no céu eu nuca, ouviu bem? NUNCA vou deixar você.
Gabrielle se aproxima mais e a envolve em um abraço. Xena se reconforta nos braços da barda e
pouco depois meio constrangida pelo contato de seus corpos nus dentro do lago e pela tensão
insuportável que passara a sentir se afasta aos poucos e diz meio zonza:
-Vamos sair, o sol já está se pondo e logo ficará frio.
Logo mais à noite, sentada em cima das peles Gabrielle escreve em seu pergaminho:
“ Não sei mais o que faço,
Luto contra ou simplesmente me entrego a esse amor.
Sei que os deuses não terão piedade de mim,
Mas que deuses condenariam o amor?
O problema não são os deuses, o problema é a minha insegurança.
A cada dia fica mais difícil suportar essa proximidade.
Eu me sinto feliz em apenas observá-la
Mas não quero só observá-la.
Deuses, como é difícil Amá-la.
Xena é a minha família e tenho medo de perdê-la por causa desse amor.”
Terminando de escrever, Gabrielle enrola seu pergaminho e guarda-o no fundo de sua bolsa. Ela
se levanta e caminha até a fogueira onde Xena está sentada amolando sua espada rente ao fogo.
-Posso me sentar?- Indaga meio acanhada, mas buscando visualizar os olhos da guerreira.
- Claro que sim.- Com um meio sorriso Xena arreda para o lado para dar espaço para Gabrielle se
acomodar ao seu lado.
O estomago de Gabrielle solta um grunhido alertando a fome da barda.
- Desculpe, às vezes acho que meu estomago tem vida própria.- disse com um sorriso amarelo em
direção a guerreira.
- Já está tarde e eu tomei o cuidado de colocar o peixe que sobrou do almoço para esquentar. Já
deve estar pronto.
Xena larga a espada e serve a barda e a si mesma do peixe que estava assando na brasa.
- Humm, esse peixe está perfeito.- exclama a barda com a boca cheia.
- Encontrei alguns temperos dentro da bolsa.
-Ainda aqueles que trouxemos da Índia?
-Sim, misturei eles com alguns outros para não estragar.
-Hummm...deuses, está divino!- Gabrielle larga o prato ao lado chupando os dedos e passando as
mãos na barriga se sentindo desconfortável por ter comido tanto.- Acho que exagerei.
- Comer muito a noite faz mal.Vai acabar engordando! – Diz zombando da pequena mulher a sua
frente enfastiada de tanto comer.
- Eu não como muito não! É você que come pouco porque deve ter medo de engordar! - Exclama
entre risinhos.
-Eu não tenho medo de engordar não! – Dispara Xena com uma falsa indignação.- Eu só não
exagero!
-Hoje está um frio insuportável. Já coloquei o casaco de peles e ainda assim estou com frio. Nem
sei como você consegue estar somente com esse vestidinho.
- Você que é muito friorenta, a noite está fria mas não é pra tanto. Exagerada!
Gabrielle com uma cara de criança que quer algo quase que impossível se vira e pede fazendo
beicinho:
-Xena podemos colocar nossas peles ao lado da fogueira?
A guerreira levanta apenas uma sobrancelha observando a expressão de ansiedade da barda e
com um sorriso responde serenamente:
- Podemos, mas quem irá dormir ao lado da fogueira é você.
Depois que as peles já estavam arrumadas,Gabrielle já estava instalada sob elas e observava a
guerreira retirar seu vestido e ficar somente com suas calças de guerreira. Ao observar que a
barda não tira os olhos ela diz:
-Gabby, você se importa se eu dormir apenas com minhas calças? É porque está fazendo calor e
ainda estamos ao lado da fogueira...
- Tudo bem.
Xena caminha até as peles e deita sob elas dando as costas nuas para Gabrielle e a fogueira.
Logo mais, o frio toma conta da noite. Xena por estar somente com sua calça começa a sentir frio
e inconscientemente se vira para o lado onde Gabrielle está aquecida e a abraça buscando calor
para aquecer seu corpo que está sedento de frio.
Gabrielle acorda com a proximidade, e percebendo que sua amiga está abraçada a ela pelo frio,
abre o seu casaco e a envolve diretamente consigo e puxa a coberta para cima delas afim de
aquecê-la mais.Pouco depois adormece com sua guerreira, novamente aninhada em seus braços.
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Logo que amanhece, as duas acordam juntas. Elas continuam abraçadas e se olham por um bom
tempo. Gabrielle é quem quebra o silencio:
- Ontem a noite fez muito frio e você dormindo me abraçou, ai eu só abri o meu casaco pra você se
esquentar e puxei a coberta. Tava muito frio pra eu levantar e buscar um pra você e era mais
prático dividir...
- Tudo bem, eu gosto de dormir assim. Há tempo eu não dormia tão gost...bem assim.- Sem mover
um músculo a guerreira levanta uma das sobrancelhas e lança um olhar intenso e cheio de
intenções em direção a loira.
Gabrielle se perde dentro do azul dos olhos da morena como se estivesse em transe, pouco
depois acorda e cora por causa da indireta. Meio inquieta diz:
- Vamos levantar, pois daqui até Delfos são dois dias e meio se andarmos depressa.
-Haaa não! Pensei que ia poder ficar mais um pouco nesse quentinho...
- Não era a senhora que ontem estava reclamando de calor?- diz Gabrielle entrando no jogo
- Mudei de idéia. Sabe Gabby, ontem estava fazendo tanto frio que pra não ter que levantar resolvi
te abraçar pra ver se me esquentava.
- Então foi proposital...?- disse Gabrielle meio incrédula.
- Haaaa...vamos Gabrielle, até parece que você liga pra isso.
Gabrielle ao olhar para a cara de indignação de Xena, não contem o riso.A barda dispara a rir
franzindo o nariz de jeito que Xena tanto amava, não conseguindo resistir começa a rir também.
Após cessar o ataque de risos de ambas, Xena se levanta e começa a se arrumar.
- Vamos logo, temos pouco tempo e muita estrada para percorrer. Temos que chegar em Delfos o
mais rápido possível.
- Xena...
- O que?- diz sem se virar continuando a selar Argo.
- Porque você quer tanto falar com o Oráculo? Há algo de errado? Algo que eu precise saber e
você não quer me contar?
Xena paralisa e se vira para encarar a loira.
- Gabrielle... Eu venho tendo alguns pressentimentos ruins e eu espero que não aconteça nada de
errado, para tirar essa sensação vou consultar o Oráculo e o que você tiver que saber, você
saberá.
- Esta certo.
- Agora vamos, comeremos no caminho.Não teremos tempo para parar, só descansaremos a
noite na hora de dormir e vamos sair antes do dia amanhecer.
O dia transcorre normal, logo a noite cai e elas montam acampamento numa clareira próxima a
estrada. A noite voa e pouco depois elas já estão na estrada novamente.
Logo após o almoço, Xena e Gabrielle caminham por uma trilha, até que vinte homens fortemente
armados aparecem e as cercam.
- Ora, ora... o que duas frágeis damas fazem perdidas por essas estradas Kurtz?- Pronuncia o
primeiro bandido que aparenta se o líder do bando, para seu comparsa ao lado.
-Sabe Orion, eu francamente gostei da loirinha e do cavalo.
Todos os outro começam a rir
-Eu gostei mais da morena, que tal fazermos o seguinte: quando me cansar da morena eu te
empresto ela e quando você cansar da loirinha você me empresta. O que vocês acharam
meninas?
Novamente o riso se instala entre eles até que Xena furiosa dispara:
- Acho que não.
Xena solta seu grito de guerra e lança seu chakram derrubando oito bandidos no chão. Três parte
para cima de Gabrielle enquanto os outros nove restantes cercam Xena desferindo golpes
violentos contra ela.
Gabrielle agora luta com dois, ela gira seu bastão e quebra as juntas das pernas do primeiro
virando rapidamente acertando o segundo na barriga e na nuca desacordando-o voltando-se para
o primeiro ataca-o fortemente na cabeça fazendo desmaiar. Gabrielle corre e vai ajudar Xena que
luta com quatro e desacorda mais dois para ajudar a amiga.
Gabrielle concentra seus golpes em Kurtz enquanto Xena começa uma batalha árdua com Orion .
Suas espadas se chocam violentamente, Xena o ataca por cima enquanto o bandido desvia e
voltando-se rapidamente a ataca por baixo .Gabrielle desarma Kurtz e quebra suas juntas igual se
faz com um centauro e em seguida o atinge na cabeça tirando-o de combate.
Após o ataque do guerreiro Xena é acertada na coxa e perde o equilíbrio mas antes de cair
consegue desferir alguns golpes mas é novamente acertada violentamente nos ombros. Gabrielle
vê a cena e corre para auxiliar sua amiga, sem que Orion a perceba, ela o atinge na coluna
fazendo cair sobre Xena, esta ergue a lamina de sua espada e quando o bandido cai sua barriga
se encontra diretamente com a ponta e a espada o atravessa matando-o de imediato.
Gabrielle ergue Xena no colo e a carrega para cima de argo.Elas galopam freneticamente para
longe do local até chegar à uma nova clareira.. Gabrielle desmonta, em seguida arruma as peles
no chão e desmonta Xena colocando-a sobre as peles organizadas.
- Xena, o quê houve com você? Como aquele homem consegui te atingir desta forma?
- Gabby, eles eram muitos, estavam fortemente armados e lutavam como touros loucos.
- Eu não sabia que touros ficavam louco e muito menos lutavam com espadas.
As duas riem por um tempo até que Xena geme de dor.
- Gabrielle, pegue o ungüento dentro da bolsa e algumas faixas....
-Óh Xena, me perdoe. Você está ai toda picada e eu fazendo piadinha.- disse gabrielle um pouco
constrangida pela indelicadeza.
- Então comece parando de dizer que estou picada.
Gabrielle cora e pega o ungüento e as faixas começando a limpar as feridas e passar o ungüento.
- Xena me perdoe, você lutou com nove e eu apenas com três e nem prestei para te ajudar...
-Gabrielle pare de se desculpar. Você me ajudou, logo após detonar com os três você derrubou
mais três que lutavam comigo, e se você não tivesse atingido Orion pelas costa eu estaria morta.
Gabrielle termina o curativo em Xena e se senta ao seu lado.
- Olha, vamos passar a noite aqui e se amanhã pela tarde você estiver melhor nos seguiremos
viagem.
- De jeito nenhum. Agora mesmo temos que partir.- Xena para e suspira de dor e continua: - quanto
antes chegarmos a Delfos melhor...
- Xena você não pode nem andar e está mal. Tenho medo de te perder.
Dizendo a ultima frase quase num sussurro, Gabrielle se desfaz em lágrimas quando Xena pega a
sua mão e a puxa muito fraca, para que se deite ao seu lado nas peles.
- Gabby, você não irá me perder. Por estar tão ferida, temos que chegar em Delfos amanha a tarde
para procurar ajuda. Ficar na estrada, ferida, não é seguro.
- Tudo bem.
- Me ajude a subir em Argo e vamos logo. Já estamos muito atrasadas.
Gabrielle ajuda Xena a montar e senta atrás da guerreira para apoiá-la envolvendo-a pela cintura e
apoiando a cabeça desta em seu peito. Elas galopam até escurecer e chegam a outra clareira
onde montam acampamento.
Depois do jantar, Xena adormece e Gabrielle vela o seu sono até perceber que o estado da
guerreira agrava, está com febre e treme. Gabrielle vai até a mata e colhe algumas ervas, ela
prepara um xá e faz Xena tomá-lo por completo. Algum tempo depois a febre cessa e Gabrielle um
pouco aliviada consegue dormir um pouco antes da hora de sair novamente.
O dia mal amanhece e elas já se encontram na estrada, Xena um pouco melhor, mas muito fraca
comenta:
-Graças a aqueles filhos de bacantes, vamos chegar mais tarde do que o previsto.
- Xena, chegaremos no final da tarde.
- A culpa é deles! – exclama a guerreira entre dentes.
-Eu sei. Mas rapidinhos estaremos lá, você vai ver.- Pronuncia a barda sorridente encerrando o
assunto.
Como previsto, no final da tarde elas chagam em Delfos. Gabrielle vai até uma estalagem e aluga
um quarto. Elas sobem e Gabrielle ajuda Xena a se deitar na única cama do quarto.
- Gabrielle, preciso ir a ...
- Eu já sei. Olha, já está tarde; amanhã depois do desjejum iremos visitá-lo. Está certo?
-Está certo.Hummm, Gabby... Só tem uma cama.
-Ela é de casal...
- ...
- Calma Xena, eu não mordo.
- Há, não é isso; é que...
- Só se você quiser.- Terminando de dizer isso com a cara mais deslavada e esboçando um
sorriso maroto, Gabrielle que já se encontrava na porta saiu repentinamente sem deixar trégua
para uma reposta.
Xena estava corada e incrédula no que acabara de escutar, ficou um tempo imóvel penando nas
palavras proferidas pela barda até que a mesma voltou.
- Fui buscar o nosso jantar.- veio Gabrielle sorrindo.
- Eu poderia ter descido.
- Você está ferida.
-Mas não inválida.- respondeu com rispidez.
Gabrielle abaixou os olhos e se calou. Xena percebendo a situação em que a deixara, tentou se
desculpar.
- Gabrielle me desculpe, eu não quis ser indelicada só...
- Tudo bem.- Com um pequenino sorriso afetado ela voltou a olhar para a guerreira.
-Então, vamos comer?
- Vamos, meu estomago está gritando já faz um tempão! – ao terminar de falar, o estomago de
Gabrielle solta um rugido confirmando o que a barda acabara de dizer.
As duas soltam varias gargalhadas e começam a comer a sopa de legumes com carne de javali e
pão. - Realmente, eu precisava disso.
- Vê se não exagera hoje, já te disse que faz mal comer muito.
- Eu sei.- Gabrielle rasga a carne no dente e mastiga com gosto.
Xena se detém na sopa rala e observa a mulher a frente comer.”Barda comilona!“. Gabrielle
enquanto come olha para a guerreira e sorri de boca fechada franzindo o nariz.
“Deuses, que olhos... parece um anjo.”pensava a guerreira quando foi acordada por Gabrielle por
não ouvir nada que esta pronunciava.
-Xena...
- ...
-XENA!
- Hãann?Ha,desculpe. O que foi?
-Eu te perguntei se está doendo muito? Onde você estava?
-Não muito só um pequeno ardor.Como assim, onde eu estava?
Disse isso colocando o prato vazio na bandeja ao lado da cama e fitando Gabrielle nos olhos.
- Quer dizer, no que você estava pensando?
- Em nada.- mentiu pensando “Há Gabrielle, se você soubesse onde eu estava. Tava perdida num
mar verde..”.Acabou esboçando um sorriso que a barda não pode deixar de notar.
- Do quê você está rindo?
- Você pergunta de mais, cê não acha não?- Xena começou a rir do próprio comentário.
- Só o que me interessa.
- E o que te interessa?
-A dona dos pensamentos!
Um grande silêncio constrangedor se ergue entre elas. Xena estava corada dos pés a cabeça,
Gabrielle com os olhos baixos ria por dentro da situação que deixara a guerreira.
- Vou levar os pratos - Rompeu Gabrielle já saindo com a bandeja carregada.
Após a porta se fechar, Xena solta um longo suspiro, liberando todo o ar que havia prendido em
seu peito.
- Deuses, ela é terrível!- e começa a sorrir ao constatar o que todas aquelas indiretas mais que
diretas representavam. Realmente Gabrielle sentia-se da mesma forma que ela.
Se não fosse pelo ferimento em sua coxa, Xena sairia saltitando parecendo criança em dia de
festa de tamanha alegria que sentia.
-“Calma Xena, pode ser coisa da sua cabeça. E se ela não te amar da mesma forma? Deuses
com o ela me desconcerta, parece uma adolescente que não sabe como reagir. Com ela eu
esqueço as regras do jogo!”
Xena estava absorvida em seus pensamentos, despertou abruptamente e ouvindo passos em
direção ao quarto, deitou-se rapidamente virando-se para o canto fingindo que dormia.
O fato era que não podia encarar Gabrielle depois das ultimas conclusões, por mais sentia
vontade de contá-la que já sabia de tudo e estava muito mais que feliz; ela não podia, não agora.
Gabrielle entra no quarto e constata que Xena já havia dormido, solta um suspiro decepcionado e
se deita ao lado dela. A barda a abraça de deposita um leve beijo em seu ombro e suspira para si
mesma em tom de desabafo:
- Xena como eu te amo, mas parece que você não sente o mesmo por mim. Eu te amo mais do
que a própria vida. Eu...
Gabrielle para de falar, pois Xena se meche na cama. Na realidade a guerreira estava acordada e
ouvira a declaração da loira, mas preferiu se mexer, pois se Gabrielle continuasse a se declarar
ela se viraria e a beijaria naquele mesmo instante. Ela ainda estava insegura.
- Só queria que você soubesse do meu amor. Mesmo sem estar ouvindo. – Gabrielle suspira e
pega no sono.
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O dia se levanta. Xena já conseguindo andar apoiada por um cajado sai com Gabrielle pelas ruas
de Delfos.
-Gabrielle, vá fazer algumas compras enquanto eu vou ao Oráculo. Nos vemos na hora do almoço
está bem?
- Tem certeza que não quer que eu vá com você?
- Tenho. Nos vemos no almoço na taberna Javali Selvagem.
Quando a guerreira vira as costas e se vira em direção ao Oráculo, Gabrielle a puxa pelo braço e a
abraça dando-lhe um beijo no canto da boca. A pequena loira sai em direção aos mercadores
deixando Xena parada no meio da multidão com a mão onde foi beijada.
Parada na frente ao templo do deus Apolo que tinha uma espécie de porta feita com peles de
animais, antes de entrar Xena ouve uma vós feminina que parti de dentro.
- Estava te esperando Xena. Entre.
Meio atordoada, a guerreira entra e fecha a porta atrás de si.
O lugar era escuro, iluminado apenas por pequenos feixes de luz que conseguiam transpassar nas
janelas encardidas. No centro do templo tinha uma pequena fonte bem clara onde no teto havia
uma pequena abóbada exatamente em cima da fonte onde a luz do dia clareava apenas esta.
Uma mulher de pele clara, cabelos ruivos e uma túnica branca com detalhes vermelho sangue
aparece de um canto escuro da sala.
Xena sem poder ver as feições do rosto da mulher, pois os raios solares que entrava iluminava
apenas parte de seu corpo. A guerreira logo pergunta.
-Quem é você, como sabe que eu viria e o meu nome?
- Meu nome é Pítia. Eu vi a sua chegada juntamente com uma loira nas Águas de Apolo
A mulher se aproxima ficando do outro lado da fonte. Xena pode ver que Pítia era jovem e bonita,
não aparentava ter mais de vinte e três anos, porém era cega dos dois olhos. Em sua túnica, os
detalhe enriquecedores bordavam a história do deus juntamente com rostos de cabras bordados,
na cintura um cordão dourado prendia a túnica ao corpo alto da moça.
- O que dará em oferta para Apolo?
Xena retira da lateral de sua armadura um pequeno saco repleto até o topo de pedras preciosas
juntamente com pepitas de puro ouro. Uma pequena riqueza em pedras.
Pítia acena com a cabeça positivamente e Xena lhe conta todos os pesadelos que vinha tendo,
omitindo o seu amor pela amiga.
A sacerdotisa vai até uma estante na parte escura do templo e meche em alguns vidros, logo volta
com uma em mãos e despeja na fonte cristalina um liquido groso e avermelhado como sangue.
Logo Pítia submerge o seu rosto na fonte ficando completamente parada. Passou um tempo, o
cabelo e a cabeça estavam totalmente dentro da fonte, e a sacerdotisa parecia não sentir
necessidade de respirar.
Xena olhava atenta a mulher a sua frente, até que a mesma volta a superfície com o rosto
totalmente limpo e os olhos de um vermelho profundo. Pítia parecia que enxergava, mas olhava
para um ponto invisível acima do ombro de Xena e começou a falar como se estivesse em transe.
- Xena, o seu destino e alma estão traçados juntamente com os de Gabrielle. Porém, os deuses
jogaram as suas Cartas Finais ao vento. Desta vez o destino não é a cruz.
-O que são As Cartas Finais?
-As Cartas Finais são o destino de cada ser vivo... Em 13 dias você morre!
- Como?- Xena estava incrédula no que ouvira e começou a ficar nervosa.
Os olhos de Pítia agora não estavam mais no invisível e voltara a cor morta normal, focava
diretamente os de Xena.
A sacerdotisa saíra do transe.
- Os deuses estão contrariados com o deus da guerra. Eles desejaram de Ares um sacrifício de
vida de algum súdito seu, antigo ou não, mas tinha que tê-lo servido algum dia. Ares tentando
trapacear ofereceu Gabrielle. Afrodite tentou interceder por ela e provou que ela nunca o seguira, e
a escolhida foi você. Porém Afrodite justificou que não poderiam separar vocês, pois são almas
gêmeas e se amam...
Xena ficou meio vermelha, mas manteve o silencio.
- Ares disse que vocês não sabem do sentimento uma da outra, mas Afrodite afirmou que sabem,
mas o medo as impede de ficarem juntas. Então os deuses decidiram que Gabrielle teria de fazer
O Sacrifício Supremo para provar que a ama e livrá-la da morte.
- O que é o Sacrifício Supremo?
- Gabrielle terá que abrir mão da própria vida pela sua.
Xena estava atordoada, e começou a chorar.
-Eu não posso pedir isso a ela... Eu a amo de mais para vela morrer em meu lugar. Eu aceito o
destino que me foi lançado.
- O acordo entre os deuses teve uma condição.
Xena cessa as lágrimas e ouve com atenção o Pítia começa a falar:
- Gabrielle tem que saber do seu amor e você do dela e você terá que contar a ela sobre o acordo
e o sacrifício que ela terá que fazer se desejar. Caso você não conte e aceite seu destino, as duas
morrem. Que tem que escolher é ela.
Xena sente um leve torpor e fica um bom tempo dispersa até perguntar.
- E se ela aceitar morrer em meu lugar? Nós seremos separadas do mesmo jeito!
-Se ela aceitar os deuses não as puniram com a morte e vocês estarão livres de qualquer vinculo
ou compromisso com Ares ou qualquer outro deus. Mas você não poderá contar a Gabrielle que no
final tudo se resolve bem, se contar as duas morrem.
- Onde terá que ser o sacrifício de Gabrielle?
- No maior monte ao sul de Delfos, lá você encontrarão a pedra de sacrifício e uma adaga, a qual a
própria Gabrielle terá que enfia em seu coração.
- Mas daqui até o pé do monte são no mínimo oito dias de viagem, só restará cinco para subir!
-Vocês perderam muito tempo até chegar aqui, agora só resta os treze dias a partir de amanha.
Após a conversa um tanto “pesada” com Pítia, ela segue em direção a taberna combinada para
almoçar com Gabrielle. Durante o trajeto meio extenso,, xena se perde em seus pensamentos.
“Não posso contar isso do nada para Gabby, ela provavelmente entraria em choque. Contarei a
ela sobre o que sinto e só no final da noite irei contar a ela do sacrifício proposto.”
Xena sai de seus pensa mentos quando chega à porta da taberna. Entrando no estabelecimento,
Gabrielle já a aguardava em uma mesa ao fundo e encostada na parede como de costume. A loira
estava tomando algo e quando viu a guerreira se aproximar, sorriu.
-O que está tomando?- disse em um tom leva e se sentando de costa para parede ao lado de
Gabrielle.
-Vinho. Tomei a liberdade de pedir um para você.- Gabrielle empurrou o copo delicadamente pela
mesa até chegar próximo a Xena. Quando a guerreira foi se apossar deste, tocou a mão de
Gabrielle que não retirou a retirou. Xena agora realmente segurou a mão de Gabrielle sobre o
copo e lhe disse:
-Depois do almoço, vou te levar a um lugar que você vai gostar.
Gabrielle mal cabendo em si estava com um sorriso largo de orelha em orelha. Acabou
percebendo que estava com cara de boba e para disfarçar o rubor que lhe subiu perguntou:
-Então, como foi a visita no oráculo?
Xena que se encontrava relaxada voltou a ficar tensa e desviou os olhos.
- Foi proveitosa. De noite conversaremos a respeito do oráculo porque agora quero saber como
foi a suas compras. – voltando a fitar a loira depois que conseguiu contornar o assunto delicado
que teria que tratar com ela logo a noite.
Gabrielle entusiasmada com a oportunidade e interesse de Xena começa a lhe contar tudo o que
fizera em sua manhã, dos vendedores com quem teve que pechinchar e até mesmo discutir.
No término do almoço, Gabrielle se levanta e estende a mão a Xena perguntando-lhe:
-Aonde iremos? Estou ansiosa.
-Nota-se. Vamos fazer uma caminhada a um lugar bonito para fazer digestão, e para te contar
algo.
O resto do trajeto foi traçado em silencio até que as duas se depararam com um extenso campo
de girassóis ladeado por uma densa mata. Xena ao entrar estende a mão para Gabrielle que a
segura e entra no campo com ela. Depois de um tempo de caminhada, avistam um banco de
madeira estrategicamente colocado embaixo da única árvore que teimava em ficar entre os
girassóis proporcionando uma sobra agradável.
As duas se sentaram e enquanto vislumbravam a paisagem ao redor Gabrielle rompe o silencio
sepulcral de Xena.
- O que queria me contar?
Xena pega de surpresa, abaixou a cabeça e começou a balbuciar algumas palavras sem fitar
gabrielle.
- Gabby, pouco depois que te conheci, nos tornamos amigas. Só que o tempo foi passando e
eu....
-Você...- incentivou Gabrielle já entendendo o que Xena desejava lhe falar.
- eu... AAAH deuses! Como isso é difícil! - Xena se levantou de rompante encostando a face no
braço que agora apoiava-se na árvore.
Mesmo sabendo que Gabrielle também sentia o mesmo, a guerreira não consegui se declarar. A
realidade é que ainda estava com medo.
Gabrielle vendo que Xena estava embaraçada, se levantou e puxou Xena de onde estava
colocando-a a sua frente.
-Gabby, eu...
-Shiiiii.-Gabrielle a interrompeu com o indicador sobre seus lábios, e agora sorrindo disse quase
num sussurro:
- Não precisa dizer mais nada.
Terminado a frase, Gabrielle a envolve pela cintura puxando-a para perto de si beijando-a
delicadamente nos lábios para depois empurrar a guerreira conta à árvore e beijá-la com mais
intensidade.
Xena que no inicio, por ser pega de surpresa, não soube onde colocar as mãos, agora elas já
deslizavam por toda a costas de Gabrielle enquanto a puxava mais para si. Gabrielle por sua vez,
apertava mais a guerreira entra a árvore e seu corpo como se quisesse se fundir a ela, uma das
mãos nos cabelos negros de Xena e a outra segurava forte o quadril da guerreira atualmente
domada.
Depois de um tempo, já sentindo necessidade de respirar, elas se afastaram, mas continuaram a
se olhar até Xena ainda ofegante romper o silencio.
- Gabrielle, eu te amo. Te amo tanto que só essa vida é pouca pra esse amor.
-Eu sei Xena, e eu te amo também, mal posso respirar sem ter você ao meu lado.
-Na realidade, agora me tendo a seu lado é que não vai respirar de vez.- Agora é Xena que puxa
Gabrielle para outro beijo.
Depois dos inúmeros beijos trocados e declarações feitas, sentadas debaixo da árvore se
levantaram para voltar para o centro de Delfos.
Durante o trajeto que fizeram abraçadas conversavam sobre trivialidades.
- Xena, como vamos ficar daqui para frente?
-Juntas, para sempre. Agora que finalmente nos entendemos, eu não vou te largar por nada. -
Disse Xena entre risinhos apertando mais o abraço em sinal de posse.
- “Entendemos”? Já estivemos brigadas alguma vez?- Gabrielle perguntou com ar zombeteiro.
-Não. E vou fazer de tudo para nunca nos desentendermos.
Depois que entraram no centro de Delfos a resto do dia transcorreu “apaixonadamente carinhoso”
entre as duas. Jantaram, novamente na taberna Javali Selvagem e seguiram para a estalagem em
que estavam.
Já no quarto, Gabrielle senta-se na cama enquanto Xena puxa uma cadeira e se senta em sua
frente.
- Gabby, eu preciso te contar algo muito importante.
- Não me diga que é casada com um minotáuro ciumento e só eu que não sabia.- disse
arrancando um riso contido de Xena. – Brincadeira, o que é?
Xena lhe contou o que os deuses armaram para elas omitindo que após o sacrifício as duas
permaneceriam juntas. As lagrimas rolaram pelo rosto de Gabrielle mas nenhum som foi ouvido,
até que ela quebrou o silencio que se instalou entre elas depois do relato.
-Eu não posso deixar que você morra comigo...
-Gabrielle eu te amo, não suportaria viver sem você.
- Ter de ver você morrer ao meu lado uma vez foi torturante, uma segunda vez e por egoísmo meu,
eu morreria a criatura mais infeliz do mundo. Estamos entendidas, amanhã eu partiremos ao
monte.
Depois da conversa, foram dormir. Xena virada para parede mantinha os olhos aberto, Gabrielle
se vira a abraçando por trás e lhe dá um beijo nos ombros e lhe diz:
-Boa noite meu amor.
Xena se vira e a abraça também depositando um beijo terno nos lábios de Gabrielle, trazendo-a
mais perto de si e lhe diz já fechando os olhos:
-Boa noite meu amor.
As duas adormecem abraçadas.
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Os dias foram se passaram enquanto elas se aproximavam do destino. Durante o trajeto
aproveitaram todo o tempo que tinham uma ao lado da outra, como se o ultimo dia fosse aquele.
No décimo segundo dia, chegaram ao cume do monte. Lá estavam a pedra em forma de altar e a
adaga já esperando para ser enterrada no peito de Gabrielle.
- Ainda temos o resto do dia. – disse Gabrielle ao ver o que já a aguardava.
Xena a puxou pela mão até a ponta do monte onde se podia admirar o por do sol cair sobre a
Grécia. Gabrielle se sentou na beirada do abismo, com as pernas pendendo sobre o nada, Xena
se sentou atrás dela a abraçando por trás, ficaram a observar o sol se esconder e as estrelas
aparecerem em seu firmamento juntamente com a lua cheia.
Ainda abraçadas e com seus silêncios intenso, Xena deixa uma lágrima rolar de seus olhos.
- Gabby, eu quero que você saiba que vou te amar para sempre e isso não é uma promessa
porque promessas podem ser quebradas, isso é um fato, é o que pulsa dentro de mim.
-Xena, independentemente dos caminhos que o destinos nos obrigar a trilhar, mesmo na morte eu
vou te amar porque isso já faz parte de mim.
Gabrielle se vira e senta no colo de Xena pegando seu rosto nas mãos, olhando nos seus olhos,
iluminados apenas pelo luar e a fogueira distante dizendo quase num sussurro.
- Eu te amo de mais, e isso mal cabe em mim. Eu te quero mais do que o ar que entra em meu
peito e sem você não vale a pena viver nesse mundo.
Dizendo isso Gabrielle a beija com fúria e a enlaça pela cintura com suas pernas. Xena se levanta
ainda com Gabrielle presa a si e a leva para mais perto da fogueira cessar de beijá-la.
Xena deita Gabrielle no chão e essa solta um pequeno gemido ao ter seu corpo pressionado
contra as pedras e o corpo de Xena, sem contar à excitação que passara a sentir por estar com a
mulher que amava.
-Meu amor, vamos estender as peles, senão iremos nos machucar.- terminado de dizer isso, com
muito custo Xena se levanta estendendo rapidamente as peles ao lado da fogueira, voltando para
onde deixara Gabrielle pega-a pela mão e a leva até as peles.
As guerreiras se amaram inúmeras vezes, como se o mundo fosse desabar sobre suas cabeças,
cada hora descobrindo novos pedaços do corpo a ser reconhecido e patenteado exclusivamente a
outra. Xena estava surpreendida pelo poder de dominação de Gabrielle, e a loira por sua vez
fascinada com toda a habilidade e segurança da guerreira.Após horas a fio de puro amor e prazer,
estavam abraçadas debaixo das peles olhando as estrelas ainda ofegantes.
- Sabe, não foi exatamente assim que imaginei. – Disse Gabrielle que estava aninhada sobre o
corpo de Xena que lhe acariciava os curtos cabelos loiros suados.
-Não? Você não gostou, fiz algo que te desagradou, eu te machuquei?- Xena agora confusa com
os olhos transbordando medo e insegurança, sobe um pouco o corpo e se apóia nos cotovelos
observando Gabrielle de cima.
- Não é isso, você foi totalmente e irrevogavelmente perfeita. É que não pensei que seria nessas
circunstancias todas, numa montanha. Acho que sonhei com o lugar de contos de fadas, só o lugar
porque o resto foi mais que perfeito. - A ultima frase foi dita entre risinhos e Gabrielle subiu até o
rosto da guerreira e para lhe dar um beijo de tirar o fôlego.
- Prometo que da próxima vez o lugar e a circunstancia vão ser mais que perfeitos também.
- O que te faz pensar que terá uma próxima vez? Gabrielle meio confusa volta a se deitar sobre o
peito da guerreira.
- Você não quer?- Xena já se encontrava novamente deitada arqueia apenas uma sobrancelha
sedutoramente.
- Claro que o que eu mais desejo é estar para sempre ao seu lado, mas amanhã eu morro e essa
foi a nossa primeira e ultima noite juntas.
-Não será a nossa ultima noite, estaremos juntas para sempre.
-Porquê?
-Por que o amor rompe barreiras.
Depois da ultima frase dita, as duas ficaram em silêncio contemplando as estrelas e sentindo o
cheiro e o calor do corpo da outra, até que por fim pegam no sono.
xxx
Com o sol a pino, Xena desperta e ainda com os olhos fechados tateia e não encontra Gabrielle a
seu lado. Levanta-se de súbito e corre para o altar encontrando Gabrielle já totalmente fria com a
adaga cravada em seu peito.
Xena em total desespero com Gabrielle em seu colo, não contem as lágrimas e desaba em um
choro compulsivo e grita com o rosto direcionado ao céu:
- Vocês disseram que não a tirariam de mim. Que a pouparia e que poderíamos viver felizes,
porque ela não volta? Me digam?
Xena cessa seu pranto e passa a embalar o corpo de Gabrielle como uma mãe embala seu bebê
que chora, encontra ao lado um pergaminho que parecia novo. Xena pega-o sem se soltar de
Gabrielle e vê que a barda o escrevera para ela pouco antes de morrer.
“Meu amor,
Não poderia te acordar para presenciar o meu fim,
Seria doloroso para ti e para mim que veria a dor em teu olhar.
Estar com você plenamente foi meu sonho realizado,
Ser sua e você minha.
O destino tem muitas veredas,
E numa dessas veredas voltaremos a nos encontrar.
O amor rompe barreiras
E mesmo na morte eu vou te amar.”
Xena volta a chorar, levanta-se com cuidado e deposita o corpo gélido de Gabrielle sobre o altar
de pedra e se senta a beira do abismo, perdida em seus pensamentos e nas lembranças da noite
anterior onde a mulher que jaz na pedra fria a pertenceu de corpo, alma e coração.
As imagens de Gabrielle sobre sua pele, domando-a, beijando-a, explorando-a com total volúpia e
dizendo entre gemidos e sussurros o quanto a amava não lhe aia da cabeça.
Quando deu por si, o sol já estava desaparecendo no horizonte. O torpor que entrara se foi, e a
dor, solidão, angustia e desespero voltou a tomar conta da guerreira. Visto que Gabrielle já não
levantaria mais para ficar a seu lado, a guerreira tomada pela dor da perda, se aproxima de
Gabrielle depositando um suave beijo em seus lábios, quase um simples roçar, antes de enfiar em
si própria a adaga fortemente no peito esquerdo.
O corpo de Xena cai sobre o de Gabrielle, na pedra agora jaz o corpo sem vida das duas
amantes.
xxx
Na manhã seguinte, o corpo das duas ainda se encontravam sobre o altar quando Afrodite e Apolo
se materializam.
- Minha irmã, que triste fim para as duas. – disse o deus da musica com um pesar na voz.
- Realmente, meu irmão, elas não mereciam ser separadas.
- Não posso deixá-las serem separadas como fui de minha querida Dafne. Sei a dor que Ambas
sentiram.
- O que podemos fazer pelas duas?
- Tive uma idéia.- disse Apolo sorrindo maliciosamente para Afrodite como um menino travesso
que vai aprontar uma traquinagem perigosa.
Apolo se aproxima de Afrodite e lhe segreda algo no ouvido, como se o vento pudesse levar seus
planos até o Monte Olimpo.
Os dois deuses desaparecem juntamente com o corpo de Xena e Gabrielle.
Numa floresta densa, os deuses cremam os corpos e contando com uma ajuda extra, da deusa
Arthemis, fundiram as cinzas em duas sementes. Os três deuses plantaram as plantaram com
cuidado, uma do lado da outra.
Com o passar do tempo, todos os dias os deuses vindo para aguar as pequenas mudas que
cresciam firmes, se tornaram árvores firmes. No dia em que os deuses não vieram para cuidar de
suas protegidas a obra deles se concretizou.
Da árvore da direita começou a ouvir ruídos de galhos se quebrando, até que foi partida com fúria
rompendo-se de lá uma mulher totalmente nua. Era Xena que retornava a vida através da
mãe-natureza. Meio atordoada com a volta ao mundo dos viventes, ela não se recordava de ter
atravessado o hades ou o limbo, só se lembrava do corpo de Gabrielle esticado sobre uma pedra
fria e da tristeza que sentia e que voltou a assolá-la. Pouco depois a árvore da esquerda começou
a soltar barulhos de galhos partidos idênticos aos da anterior, Xena deduziu o que poderia ser e foi
em direção a esta para ajudar sua alma gêmea a se livrar da matriz. Gabrielle nua rompe de dentro
da árvore-mãe com força e velocidade acabando por se chocar em Xena que a ajudava no “parto”.
Gabrielle ao se deparar com Xena a sua frente deixa as lagrimas de saudade e amor rolar de
seus olhos escorrendo livremente pela face. Xena por sua vez, um tanto surpresa a abraça forte
contra si dizendo-lhe desesperadamente enquanto as lágrimas rompiam-lhe os olhos:
-Pelos deuses, você está aqui! Oh Gabby como eu te amo, não suportei imaginar a vida sem você.
Gabrielle se levanta e puxa Xena para cima, as duas se abraçam longamente até que por fim se
beijam num misto de carinho, saudade e desejo reunido.
Agora as mãos ávidas e sedentas uma pela outra exploravam-se mutuamente. Gabrielle ainda
agarrada a Xena, empurra a guerreira para um arbusto rasteiro fazendo-a cair deitada sobre ele, a
pequena barda beijava toda a extensão abdominal da guerreira até descer ao ponto desejado...
Afrodite, Apolo e Arthemis se materializaram a certa distancia do casal em pleno “acasalamento” e
observam a cena admirados.
- Ahhhh, como o amor é lindo! – suspirou Afrodite toda sorridente.
- Com toda a certeza.- concordou Arthemis não com o mesmo entusiasmo da irmã.
- Se é...- Foi a vez de Apolo manifestar seu apoio mesmo virando o rosto para não observar as
duas em seu deleite intimo.
Horas depois, exaustas e arranhadas pelas galhas do arbusto e as própria unhas, cessaram o
embate romântico. Os deuses se aproximaram, Arthemis entregou uma túnica simples para cada
uma se cobrir, pois a nudez delas estavam deixando Apolo meio constrangido.
- Coisa de homem.- Alegou Afrodite sorrindo. - Minhas queridas precisamos conversar.
-Afrodite, antes de acertarmos os nossos ponteiros, eu tenho que conversar co m Gabrielle antes.
-Tuuudo bem!
Os deuses se afastaram deixando-as a sós. Xena contou a Gabrielle tudo o que ela não poderia
saber, a arapuca de Ares e que ela se matou ao ver que ela não voltava a vida.
-Oh meu amor, eu te compreendo, sei que fez o melhor.
Gabrielle a beija ternamente nos lábios até serem interrompidas por Afrodite e seus irmãos.
-Já vimos que as pombinhas se entenderam, agora vamos a nossa conversa em grupo .
-Apolo, porque mostrou tudo á Pítia e no final nada ocorreu como você a mostrou.
- Perdão Xena, mas pouco depois que você partiu juntamente com Gabrielle, nós lá no Olimpo
descobrimos outros “Deslizes” de Ares e a intenção dele em separá-las através da punição que
demos a ele. Resolvemos recolher as cartas, mas já era tarde, então pulamos certas regras para
trazê-las novamente ao meio vivente.
- Agora garotas, como já esta tudo esclarecido e desculpado, nós já vamos indo porque ainda
temos que encontrar o sarnento do Are e deixá-las matar a saudade.
- Afrodite, onde estamos?- Perguntou Gabrielle.
-Vocês ainda estão no cume do monte. Atrás daquela extensa fileira de árvores esta o
acampamento de vocês. E por falar em acampamento, aquilo tava uma desordem e não tinha
nada para comer, ai eu e Arthemis demos uma ajeitadinha lá para você poderem descansar
melhor.- dizendo a ultima frase com uma piscadinha de olho, Afrodite e os outros deuses
desmaterializaram-se deixando-as sós novamente.
Um grunhido conhecido toma conta do lugar.
- Eu já disse que ele tem vida própria. - disse Gabrielle entre risinhos. – Vamos, estou com fome
de leão...
-Nota-se e ouvi-se.
Quando atravessaram a extensa mata viram o acampamento num estado quase que perfeito. As
peles onde servia de cama estava mais alta e maior dando a real impressão que virou uma cama
constituída por peles, a fogueira acesa , algumas tochas espalhadas em lugares estratégicos para
deixar o lugar meio na penumbra quando a noite caísse, e a mesa do Sacrifício? Essa estava
coberta por uma toalha rosa bebê e lilás com rendas e em, sua superfície estava repleta de
alimento variáveis com um galão enorme de vinho ao centro. As duas cearam enquanto o por do
sol se aproximava, depois que terminaram de comer, Xena se levanta e leva Gabrielle pela mão
até a cama onde mataram toda a saudade, dor, tristeza e solidão que sentiram uma da outra.
Depois de uma longa bateria de amor, ainda ofegantes, Xena que se encontrava aninhada entre
os seios de Gabrielle que lhe acariciava os cabelos longos e suados pergunta:
- O lugar do “conto de fadas” vai demorar um pouco,
- Não vai não.
Xena agora meio confusa olha para Gabrielle.
- Aqui te agradou como o que tinha planejado?
- Sim, e sabe porque?
-Não faço a mínima idéia.- disse rindo voltando a se aconchegar em Gabrielle.
- Porque, qualquer lugar com você vira o paraíso. Pois você é o meu conto de fadas completo.-
terminado de dizer, Gabrielle vira o corpo colocando-se em cima de Xena beijando-a com toda a
ternura e amor que possuía em seu coração.
-Eu te amo Gabby e mesmo nas veredas da morte eu vou te amar.
As estrelas e a lua presas em seu firmamento negro, poderiam despencar a qualquer momento
que ela não se separariam mais, não apagaria de forma algum o sentimento que nutria ambas. E
se a morte voltasse a visitá-las, não conseguiria separá-las porque o que as une uma a outra é
uma amor que rompe barreiras até mesmo a própria morte.
FIM
OBSERVAÇÕES:
Gostou ou não? Manda um e-mail: camilabeija_flor@yahoo.com.br ou
florsinha_reis@yahoo.com.br , gosto de ouvir opiniões para poder aprimorar uma das coisas que
mais gosto de fazer: Escrever.
Ou me “add” no orkut: camilabeija_flor@yahoo.com.br
Obrigada a todos(a) pelo tempo disposto a ler essa fic que com muito custo consegui concluir da
maneira que planejei.
Bjs a todos(a).
Pictures e Universal .
-NÃÃÃO!- gritou Xena ofegante levantando-se de sobressalto sobre as peles sendo logo envolvida
nos braços de Gabrielle que a apertava assustada.
-Xena o que houve? Novamente aqueles pesadelos?
Xena não disse nada, apenas assentiu com a cabeça.
Ha muitas luas Xena vinha tendo o mesmo pesadelo só que desta vez foi um pouco
diferente.Quase todas as noites Xena acordava banhada de suor ao sonhar com os rostos das
pessoas que seu passado sangrento condenou a uma morte dolorosa.
-“Foi apenas um sonho”- pensou balançando a cabeça para afastar as lembranças do sonho ainda
estando embalada nos braços de uma Gabrielle meio confusa.
-Xena, o que foi? Me conte, eu preciso te ajudar.
Xena se afastando delicadamente de seus braços lhe olha nos olhos e com uma expressão
aliviada e lhe diz:
-Não foi nada Gabby.Quer dizer... O mesmo sonho.Nada muito importante.
-Tudo o que diz respeito a você é importante para mim.-Disse Gabrielle passando as costas da
mão no rosto de Xena, acariciando-o e ao mesmo tempo limpando um pouco do suor.
Os músculos de Xena se contraem ao delicado toque, seus batimentos cardíacos aceleram de
modo que a guerreira começa a acreditar que o coração lhe romperia o peito. Sua boca fica seca
de um modo insuportável.
-Vou beber água.- disse Xena se levantando das peles e indo em direção ao lago próximo ao
acampamento onde estavam.
Olhando para o lago negro e imóvel, Xena começa a refletir a respeito de seu “novo” pesadelo.
Normalmente, estão pessoas vitimas de seu passado e alguns de seus inimigos a lhe julgar,
estando ela como réu, sendo humilhada e perversamente torturada. Desta vez fora bem diferente.
Xena estava em um campo aberto coberto de flores ladeado por oliveiras frondosas.Estava
correndo sem rumo de mãos dadas a Gabrielle. A brisa era agradável e o sol não era muito forte,
Gabrielle se solta de Xena e se esconde entre as flores.
Próximo dali havia uma cachoeira mais que convidativa.
-“Ela deve ter ido se esconder lá”-pensou Xena andando em direção á cascata cristalina que se
encontrava a alguns metros. Sentando-se nas pedras que ladeavam a pequena lagoa que circulava
a cascata, duas pequenas mãos lhe cobriram os olhos.Era as mãos de Gabrielle.
Sem hesitar, Xena cobre as mãos de Gabrielle com as suas e a puxa para sua frente para poder
ver o seu rosto.
-Oi - disse uma Gabrielle um tanto corada e surpresa pelo resultado de sua brincadeira.
Devido à proximidade das duas sentadas na mesma pedra com os rostos quase colados,
Xena apenas sussurra com um largo sorriso:
-Sabia que era você.
Gabrielle se aproxima mais, quase tocando os lábios da mulher a sua frente quando Calisto
aparece e fere Xena brutalmente pelas costas.Xena sem poder se mover apenas assiste Calisto
desacordar Gabrielle e arrastar as duas para um casebre em pedaços.
Xena é amarrada a um poste de madeira instalado firmemente a frete do casebre e assiste
Gabrielle totalmente acorrentada e desacordada ser levada para dentro deste. Pouco depois
Calisto aparece mostrando um largo sorriso perverso em sua cara pouco antes de atear fogo no
casebre com Gabrielle dentro.
Ao se recordar de seu terrível pesadelo seus olhos se enchem de lágrimas, Xena lava seu rosto às
margens do lago e retorna para onde Gabrielle estava.
-Você demorou.-Gabrielle se levanta e senta sobre as peles até encarar Xena nos olhos. - Pensei
que não viria mais e eu teria que ficar sozinha com os lobos a minha volta - mostrando um sorriso
amarelo em direção a guerreira.
-Eu sempre volto.- Disse Xena ao se sentar ao lado dela nas peles sem perder o contado visual.
Rapidamente as imagens de eu pesadelo voltam a sua mente e Xena estremece.
-Gabrielle...Me perdoe-Disse xena quase num sussurro agora com os olhos baixos para esconder
as lágrimas que teimavam em brotar mas não escorriam pela sua triste face.
-Te perdoar?Pelo quê?- Gabrielle meio confusa segura fortemente as mãos de Xena.
-Por estar sempre te colocando em risco, por não trazer segurança alguma as pessoas ao meu
redor, por estar sempre lhe causando dor...
-Shiiiii!- Gabrielle impediu que continuasse colocando o dedo indicador sobre seus lábios.
- Por favor, não continue.Você não me causa dor alguma, eu sou feliz deste modo, com essa vida
que levamos e tudo o que acontece ou acontecerá não será culpa sua, será apenas...Frutos das
nossas escolhas e...
-Mas Gabri...
- Eu não terminei.-Disse Gabrielle num tom firme, porém doce.- Xena eu escolhi ficar com você,
seguir essa vida que nós levamos e o que vier será um preço que eu estou disposta a pagar.
Um rápido silencio se instalou entre elas até ser quebrado pela guerreira.
-Obrigada...- Disse Xena olhando para chão agora que as suas lágrimas escorrem livremente pelo
rosto.- por tudo, principalmente por estar aqui Gabrielle.
Gabrielle puxa a guerreira para um abraço terno e carinhoso. Xena se põem a pensar como aquela
pequena mulher poderia compreendê-la e amá-la acima de tudo até interromper a mesma:
-Vamos dormir, amanha temos que sair cedo.
Já cada uma deitada em suas peles, Xena se vira para Gabrielle e diz:
-Boa noite Gabby.
Xena torna dar as costas para Gabrielle e desta vez quem se vira é a barda lhe dizendo ao pé do
ouvido:
-Boa noite Xena.
Seria mais uma noite de tortura para ambas, mas desta vez quem não acreditava que ia dormir era
Gabrielle, pois relembrava momentos atrás aquela mulher estar aninhada em seus braços feita
uma criança perdida.Gabrielle sorri docilmente até por fim pegar no sono.
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O dia se levanta, Xena já de pé vai em direção ao lago para pescar o almoço. Gabrielle continua
dormindo quando ela volta com três peixes na mão.
Olhando para a pequena mulher estirada sob as peles em um sono sereno, ela não percebe um
pequeno sorriso afetuoso que brota no canto esquerdo de sua boca quando ainda observando
Gabrielle pensa:
-“Barda preguiçosa! Quase na hora do almoço e ainda dorme. Tão pequena, tão sensível mas
mesmo assim forte e determinada. Tão bela...”
Xena coloca os peixes no espeto e deposita-os na fogueira já acesa e caminha até as peles. Ela
se deita ao lado da barda e por um pequeno tempo a contempla dormir serenamente até que
resolve acordá-la.
- Gabrielle, vamos levante-se...- sem obter qualquer resposta por parte da loira ela resolve tocar
seus ombros para ver se esta responde.
-Gabby acorda, já esta na hora do almoço e você vai ficar sem peixe se n ...
Meio sonolenta mas disposta a não ficar sem comer seu peixe Gabrielle se levanta abruptamente
com o cabelo todo arrepiado e o rosto inchado e para a poucos centímetros da face da guerreira.
Xena ao presenciar a cena um tanto cômica dispara a rir e se deita nas peles para recuperar o
fôlego perdido
-Do quê que você está rindo? Fiz algo engraçado?- Gabrielle dispara um olhar confuso e ainda
muito sonolento em direção a guerreira que ainda e recupera do seu ataque de risos.
-Não, era só o fato de seu apetite superar seu sono incontrolável, e... Este penteado.- disse
apontando para o cabelo da garota a sua frente. - Me diga Gabby: Qual dos dois é maior? Seu
sono ou sua fome?- disparou Xena a voltar cair na gargalhada apontando novamente para o
cabelo da barda.
-Agora você me paga!!!- Gabrielle começou a guerra de cósegas pulando em cima da guerreira
atacando-a com tudo o que tinha.
-Para Gabby.... kkkkkkkkkk, eu vou morrer assim...kkkkkkkkk
-Isso é pra você aprender a não zombar da fome...do sono... e do cabelo de uma barda- em meio a
risos contínuos, ainda dispara: - A fome é maior!kkkkkkkk
Agora com o final da “batalha”, Xena exausta se levanta e diz:
-Está bem, você venceu ESTA batalha, mas a próxima eu vou ganhar. Venha, vamos comer.
No final da tarde elas se retiraram para tomar banho no lago.
Enquanto se banham Gabrielle se vira e pergunta:
- Xena, ontem à noite você disse que sairíamos hoje cedo, porque não me acordou para que
partimos?
- Desisti. Não senti que era uma boa idéia...
- Tem alguma coisa haver como seu pesadelo?
- Não. - Xena mais uma vez mentiu para a barda, pois não achara prudente deixá-la a par de seus
medos e sua insegurança.
- Afinal, para onde iremos?
- Iremos para Delfos...
- Vai consultar o Oráculo? Não acredito nisso - Disse Gabby num tom zombeteiro.- Quem diria, a
poderosa Princesa Guerreira toda cheia de si, irá consultar o Oráculo.
- Apesar de ter muitas habilidades agora eu não tenho tanta certeza de muitas coisas e quero tirar
essas dúvidas. Logo depois seguiremos para a Tessália.
- Tessália me faz lembrar Ephiny e seu bebe... Graças aos deuses a guerra entre Tessália e Mitoa
acabou.- Entres suspiros Gabrielle se põe a pensar.
-Essa guerra me faz lembra a primeira vez que quase te perdi para sempre...- Xena agora
aparenta um olhar triste e distante.
Gabrielle se aproxima e coloca o rosto de Xena entre suas mãos e diz num tom doce:
- Você nunca irá me perder. Nem que a ultima estrela do firmamento pare de brilhar, nem que a lua
saia do lugar e desapareça no céu eu nuca, ouviu bem? NUNCA vou deixar você.
Gabrielle se aproxima mais e a envolve em um abraço. Xena se reconforta nos braços da barda e
pouco depois meio constrangida pelo contato de seus corpos nus dentro do lago e pela tensão
insuportável que passara a sentir se afasta aos poucos e diz meio zonza:
-Vamos sair, o sol já está se pondo e logo ficará frio.
Logo mais à noite, sentada em cima das peles Gabrielle escreve em seu pergaminho:
“ Não sei mais o que faço,
Luto contra ou simplesmente me entrego a esse amor.
Sei que os deuses não terão piedade de mim,
Mas que deuses condenariam o amor?
O problema não são os deuses, o problema é a minha insegurança.
A cada dia fica mais difícil suportar essa proximidade.
Eu me sinto feliz em apenas observá-la
Mas não quero só observá-la.
Deuses, como é difícil Amá-la.
Xena é a minha família e tenho medo de perdê-la por causa desse amor.”
Terminando de escrever, Gabrielle enrola seu pergaminho e guarda-o no fundo de sua bolsa. Ela
se levanta e caminha até a fogueira onde Xena está sentada amolando sua espada rente ao fogo.
-Posso me sentar?- Indaga meio acanhada, mas buscando visualizar os olhos da guerreira.
- Claro que sim.- Com um meio sorriso Xena arreda para o lado para dar espaço para Gabrielle se
acomodar ao seu lado.
O estomago de Gabrielle solta um grunhido alertando a fome da barda.
- Desculpe, às vezes acho que meu estomago tem vida própria.- disse com um sorriso amarelo em
direção a guerreira.
- Já está tarde e eu tomei o cuidado de colocar o peixe que sobrou do almoço para esquentar. Já
deve estar pronto.
Xena larga a espada e serve a barda e a si mesma do peixe que estava assando na brasa.
- Humm, esse peixe está perfeito.- exclama a barda com a boca cheia.
- Encontrei alguns temperos dentro da bolsa.
-Ainda aqueles que trouxemos da Índia?
-Sim, misturei eles com alguns outros para não estragar.
-Hummm...deuses, está divino!- Gabrielle larga o prato ao lado chupando os dedos e passando as
mãos na barriga se sentindo desconfortável por ter comido tanto.- Acho que exagerei.
- Comer muito a noite faz mal.Vai acabar engordando! – Diz zombando da pequena mulher a sua
frente enfastiada de tanto comer.
- Eu não como muito não! É você que come pouco porque deve ter medo de engordar! - Exclama
entre risinhos.
-Eu não tenho medo de engordar não! – Dispara Xena com uma falsa indignação.- Eu só não
exagero!
-Hoje está um frio insuportável. Já coloquei o casaco de peles e ainda assim estou com frio. Nem
sei como você consegue estar somente com esse vestidinho.
- Você que é muito friorenta, a noite está fria mas não é pra tanto. Exagerada!
Gabrielle com uma cara de criança que quer algo quase que impossível se vira e pede fazendo
beicinho:
-Xena podemos colocar nossas peles ao lado da fogueira?
A guerreira levanta apenas uma sobrancelha observando a expressão de ansiedade da barda e
com um sorriso responde serenamente:
- Podemos, mas quem irá dormir ao lado da fogueira é você.
Depois que as peles já estavam arrumadas,Gabrielle já estava instalada sob elas e observava a
guerreira retirar seu vestido e ficar somente com suas calças de guerreira. Ao observar que a
barda não tira os olhos ela diz:
-Gabby, você se importa se eu dormir apenas com minhas calças? É porque está fazendo calor e
ainda estamos ao lado da fogueira...
- Tudo bem.
Xena caminha até as peles e deita sob elas dando as costas nuas para Gabrielle e a fogueira.
Logo mais, o frio toma conta da noite. Xena por estar somente com sua calça começa a sentir frio
e inconscientemente se vira para o lado onde Gabrielle está aquecida e a abraça buscando calor
para aquecer seu corpo que está sedento de frio.
Gabrielle acorda com a proximidade, e percebendo que sua amiga está abraçada a ela pelo frio,
abre o seu casaco e a envolve diretamente consigo e puxa a coberta para cima delas afim de
aquecê-la mais.Pouco depois adormece com sua guerreira, novamente aninhada em seus braços.
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Logo que amanhece, as duas acordam juntas. Elas continuam abraçadas e se olham por um bom
tempo. Gabrielle é quem quebra o silencio:
- Ontem a noite fez muito frio e você dormindo me abraçou, ai eu só abri o meu casaco pra você se
esquentar e puxei a coberta. Tava muito frio pra eu levantar e buscar um pra você e era mais
prático dividir...
- Tudo bem, eu gosto de dormir assim. Há tempo eu não dormia tão gost...bem assim.- Sem mover
um músculo a guerreira levanta uma das sobrancelhas e lança um olhar intenso e cheio de
intenções em direção a loira.
Gabrielle se perde dentro do azul dos olhos da morena como se estivesse em transe, pouco
depois acorda e cora por causa da indireta. Meio inquieta diz:
- Vamos levantar, pois daqui até Delfos são dois dias e meio se andarmos depressa.
-Haaa não! Pensei que ia poder ficar mais um pouco nesse quentinho...
- Não era a senhora que ontem estava reclamando de calor?- diz Gabrielle entrando no jogo
- Mudei de idéia. Sabe Gabby, ontem estava fazendo tanto frio que pra não ter que levantar resolvi
te abraçar pra ver se me esquentava.
- Então foi proposital...?- disse Gabrielle meio incrédula.
- Haaaa...vamos Gabrielle, até parece que você liga pra isso.
Gabrielle ao olhar para a cara de indignação de Xena, não contem o riso.A barda dispara a rir
franzindo o nariz de jeito que Xena tanto amava, não conseguindo resistir começa a rir também.
Após cessar o ataque de risos de ambas, Xena se levanta e começa a se arrumar.
- Vamos logo, temos pouco tempo e muita estrada para percorrer. Temos que chegar em Delfos o
mais rápido possível.
- Xena...
- O que?- diz sem se virar continuando a selar Argo.
- Porque você quer tanto falar com o Oráculo? Há algo de errado? Algo que eu precise saber e
você não quer me contar?
Xena paralisa e se vira para encarar a loira.
- Gabrielle... Eu venho tendo alguns pressentimentos ruins e eu espero que não aconteça nada de
errado, para tirar essa sensação vou consultar o Oráculo e o que você tiver que saber, você
saberá.
- Esta certo.
- Agora vamos, comeremos no caminho.Não teremos tempo para parar, só descansaremos a
noite na hora de dormir e vamos sair antes do dia amanhecer.
O dia transcorre normal, logo a noite cai e elas montam acampamento numa clareira próxima a
estrada. A noite voa e pouco depois elas já estão na estrada novamente.
Logo após o almoço, Xena e Gabrielle caminham por uma trilha, até que vinte homens fortemente
armados aparecem e as cercam.
- Ora, ora... o que duas frágeis damas fazem perdidas por essas estradas Kurtz?- Pronuncia o
primeiro bandido que aparenta se o líder do bando, para seu comparsa ao lado.
-Sabe Orion, eu francamente gostei da loirinha e do cavalo.
Todos os outro começam a rir
-Eu gostei mais da morena, que tal fazermos o seguinte: quando me cansar da morena eu te
empresto ela e quando você cansar da loirinha você me empresta. O que vocês acharam
meninas?
Novamente o riso se instala entre eles até que Xena furiosa dispara:
- Acho que não.
Xena solta seu grito de guerra e lança seu chakram derrubando oito bandidos no chão. Três parte
para cima de Gabrielle enquanto os outros nove restantes cercam Xena desferindo golpes
violentos contra ela.
Gabrielle agora luta com dois, ela gira seu bastão e quebra as juntas das pernas do primeiro
virando rapidamente acertando o segundo na barriga e na nuca desacordando-o voltando-se para
o primeiro ataca-o fortemente na cabeça fazendo desmaiar. Gabrielle corre e vai ajudar Xena que
luta com quatro e desacorda mais dois para ajudar a amiga.
Gabrielle concentra seus golpes em Kurtz enquanto Xena começa uma batalha árdua com Orion .
Suas espadas se chocam violentamente, Xena o ataca por cima enquanto o bandido desvia e
voltando-se rapidamente a ataca por baixo .Gabrielle desarma Kurtz e quebra suas juntas igual se
faz com um centauro e em seguida o atinge na cabeça tirando-o de combate.
Após o ataque do guerreiro Xena é acertada na coxa e perde o equilíbrio mas antes de cair
consegue desferir alguns golpes mas é novamente acertada violentamente nos ombros. Gabrielle
vê a cena e corre para auxiliar sua amiga, sem que Orion a perceba, ela o atinge na coluna
fazendo cair sobre Xena, esta ergue a lamina de sua espada e quando o bandido cai sua barriga
se encontra diretamente com a ponta e a espada o atravessa matando-o de imediato.
Gabrielle ergue Xena no colo e a carrega para cima de argo.Elas galopam freneticamente para
longe do local até chegar à uma nova clareira.. Gabrielle desmonta, em seguida arruma as peles
no chão e desmonta Xena colocando-a sobre as peles organizadas.
- Xena, o quê houve com você? Como aquele homem consegui te atingir desta forma?
- Gabby, eles eram muitos, estavam fortemente armados e lutavam como touros loucos.
- Eu não sabia que touros ficavam louco e muito menos lutavam com espadas.
As duas riem por um tempo até que Xena geme de dor.
- Gabrielle, pegue o ungüento dentro da bolsa e algumas faixas....
-Óh Xena, me perdoe. Você está ai toda picada e eu fazendo piadinha.- disse gabrielle um pouco
constrangida pela indelicadeza.
- Então comece parando de dizer que estou picada.
Gabrielle cora e pega o ungüento e as faixas começando a limpar as feridas e passar o ungüento.
- Xena me perdoe, você lutou com nove e eu apenas com três e nem prestei para te ajudar...
-Gabrielle pare de se desculpar. Você me ajudou, logo após detonar com os três você derrubou
mais três que lutavam comigo, e se você não tivesse atingido Orion pelas costa eu estaria morta.
Gabrielle termina o curativo em Xena e se senta ao seu lado.
- Olha, vamos passar a noite aqui e se amanhã pela tarde você estiver melhor nos seguiremos
viagem.
- De jeito nenhum. Agora mesmo temos que partir.- Xena para e suspira de dor e continua: - quanto
antes chegarmos a Delfos melhor...
- Xena você não pode nem andar e está mal. Tenho medo de te perder.
Dizendo a ultima frase quase num sussurro, Gabrielle se desfaz em lágrimas quando Xena pega a
sua mão e a puxa muito fraca, para que se deite ao seu lado nas peles.
- Gabby, você não irá me perder. Por estar tão ferida, temos que chegar em Delfos amanha a tarde
para procurar ajuda. Ficar na estrada, ferida, não é seguro.
- Tudo bem.
- Me ajude a subir em Argo e vamos logo. Já estamos muito atrasadas.
Gabrielle ajuda Xena a montar e senta atrás da guerreira para apoiá-la envolvendo-a pela cintura e
apoiando a cabeça desta em seu peito. Elas galopam até escurecer e chegam a outra clareira
onde montam acampamento.
Depois do jantar, Xena adormece e Gabrielle vela o seu sono até perceber que o estado da
guerreira agrava, está com febre e treme. Gabrielle vai até a mata e colhe algumas ervas, ela
prepara um xá e faz Xena tomá-lo por completo. Algum tempo depois a febre cessa e Gabrielle um
pouco aliviada consegue dormir um pouco antes da hora de sair novamente.
O dia mal amanhece e elas já se encontram na estrada, Xena um pouco melhor, mas muito fraca
comenta:
-Graças a aqueles filhos de bacantes, vamos chegar mais tarde do que o previsto.
- Xena, chegaremos no final da tarde.
- A culpa é deles! – exclama a guerreira entre dentes.
-Eu sei. Mas rapidinhos estaremos lá, você vai ver.- Pronuncia a barda sorridente encerrando o
assunto.
Como previsto, no final da tarde elas chagam em Delfos. Gabrielle vai até uma estalagem e aluga
um quarto. Elas sobem e Gabrielle ajuda Xena a se deitar na única cama do quarto.
- Gabrielle, preciso ir a ...
- Eu já sei. Olha, já está tarde; amanhã depois do desjejum iremos visitá-lo. Está certo?
-Está certo.Hummm, Gabby... Só tem uma cama.
-Ela é de casal...
- ...
- Calma Xena, eu não mordo.
- Há, não é isso; é que...
- Só se você quiser.- Terminando de dizer isso com a cara mais deslavada e esboçando um
sorriso maroto, Gabrielle que já se encontrava na porta saiu repentinamente sem deixar trégua
para uma reposta.
Xena estava corada e incrédula no que acabara de escutar, ficou um tempo imóvel penando nas
palavras proferidas pela barda até que a mesma voltou.
- Fui buscar o nosso jantar.- veio Gabrielle sorrindo.
- Eu poderia ter descido.
- Você está ferida.
-Mas não inválida.- respondeu com rispidez.
Gabrielle abaixou os olhos e se calou. Xena percebendo a situação em que a deixara, tentou se
desculpar.
- Gabrielle me desculpe, eu não quis ser indelicada só...
- Tudo bem.- Com um pequenino sorriso afetado ela voltou a olhar para a guerreira.
-Então, vamos comer?
- Vamos, meu estomago está gritando já faz um tempão! – ao terminar de falar, o estomago de
Gabrielle solta um rugido confirmando o que a barda acabara de dizer.
As duas soltam varias gargalhadas e começam a comer a sopa de legumes com carne de javali e
pão. - Realmente, eu precisava disso.
- Vê se não exagera hoje, já te disse que faz mal comer muito.
- Eu sei.- Gabrielle rasga a carne no dente e mastiga com gosto.
Xena se detém na sopa rala e observa a mulher a frente comer.”Barda comilona!“. Gabrielle
enquanto come olha para a guerreira e sorri de boca fechada franzindo o nariz.
“Deuses, que olhos... parece um anjo.”pensava a guerreira quando foi acordada por Gabrielle por
não ouvir nada que esta pronunciava.
-Xena...
- ...
-XENA!
- Hãann?Ha,desculpe. O que foi?
-Eu te perguntei se está doendo muito? Onde você estava?
-Não muito só um pequeno ardor.Como assim, onde eu estava?
Disse isso colocando o prato vazio na bandeja ao lado da cama e fitando Gabrielle nos olhos.
- Quer dizer, no que você estava pensando?
- Em nada.- mentiu pensando “Há Gabrielle, se você soubesse onde eu estava. Tava perdida num
mar verde..”.Acabou esboçando um sorriso que a barda não pode deixar de notar.
- Do quê você está rindo?
- Você pergunta de mais, cê não acha não?- Xena começou a rir do próprio comentário.
- Só o que me interessa.
- E o que te interessa?
-A dona dos pensamentos!
Um grande silêncio constrangedor se ergue entre elas. Xena estava corada dos pés a cabeça,
Gabrielle com os olhos baixos ria por dentro da situação que deixara a guerreira.
- Vou levar os pratos - Rompeu Gabrielle já saindo com a bandeja carregada.
Após a porta se fechar, Xena solta um longo suspiro, liberando todo o ar que havia prendido em
seu peito.
- Deuses, ela é terrível!- e começa a sorrir ao constatar o que todas aquelas indiretas mais que
diretas representavam. Realmente Gabrielle sentia-se da mesma forma que ela.
Se não fosse pelo ferimento em sua coxa, Xena sairia saltitando parecendo criança em dia de
festa de tamanha alegria que sentia.
-“Calma Xena, pode ser coisa da sua cabeça. E se ela não te amar da mesma forma? Deuses
com o ela me desconcerta, parece uma adolescente que não sabe como reagir. Com ela eu
esqueço as regras do jogo!”
Xena estava absorvida em seus pensamentos, despertou abruptamente e ouvindo passos em
direção ao quarto, deitou-se rapidamente virando-se para o canto fingindo que dormia.
O fato era que não podia encarar Gabrielle depois das ultimas conclusões, por mais sentia
vontade de contá-la que já sabia de tudo e estava muito mais que feliz; ela não podia, não agora.
Gabrielle entra no quarto e constata que Xena já havia dormido, solta um suspiro decepcionado e
se deita ao lado dela. A barda a abraça de deposita um leve beijo em seu ombro e suspira para si
mesma em tom de desabafo:
- Xena como eu te amo, mas parece que você não sente o mesmo por mim. Eu te amo mais do
que a própria vida. Eu...
Gabrielle para de falar, pois Xena se meche na cama. Na realidade a guerreira estava acordada e
ouvira a declaração da loira, mas preferiu se mexer, pois se Gabrielle continuasse a se declarar
ela se viraria e a beijaria naquele mesmo instante. Ela ainda estava insegura.
- Só queria que você soubesse do meu amor. Mesmo sem estar ouvindo. – Gabrielle suspira e
pega no sono.
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O dia se levanta. Xena já conseguindo andar apoiada por um cajado sai com Gabrielle pelas ruas
de Delfos.
-Gabrielle, vá fazer algumas compras enquanto eu vou ao Oráculo. Nos vemos na hora do almoço
está bem?
- Tem certeza que não quer que eu vá com você?
- Tenho. Nos vemos no almoço na taberna Javali Selvagem.
Quando a guerreira vira as costas e se vira em direção ao Oráculo, Gabrielle a puxa pelo braço e a
abraça dando-lhe um beijo no canto da boca. A pequena loira sai em direção aos mercadores
deixando Xena parada no meio da multidão com a mão onde foi beijada.
Parada na frente ao templo do deus Apolo que tinha uma espécie de porta feita com peles de
animais, antes de entrar Xena ouve uma vós feminina que parti de dentro.
- Estava te esperando Xena. Entre.
Meio atordoada, a guerreira entra e fecha a porta atrás de si.
O lugar era escuro, iluminado apenas por pequenos feixes de luz que conseguiam transpassar nas
janelas encardidas. No centro do templo tinha uma pequena fonte bem clara onde no teto havia
uma pequena abóbada exatamente em cima da fonte onde a luz do dia clareava apenas esta.
Uma mulher de pele clara, cabelos ruivos e uma túnica branca com detalhes vermelho sangue
aparece de um canto escuro da sala.
Xena sem poder ver as feições do rosto da mulher, pois os raios solares que entrava iluminava
apenas parte de seu corpo. A guerreira logo pergunta.
-Quem é você, como sabe que eu viria e o meu nome?
- Meu nome é Pítia. Eu vi a sua chegada juntamente com uma loira nas Águas de Apolo
A mulher se aproxima ficando do outro lado da fonte. Xena pode ver que Pítia era jovem e bonita,
não aparentava ter mais de vinte e três anos, porém era cega dos dois olhos. Em sua túnica, os
detalhe enriquecedores bordavam a história do deus juntamente com rostos de cabras bordados,
na cintura um cordão dourado prendia a túnica ao corpo alto da moça.
- O que dará em oferta para Apolo?
Xena retira da lateral de sua armadura um pequeno saco repleto até o topo de pedras preciosas
juntamente com pepitas de puro ouro. Uma pequena riqueza em pedras.
Pítia acena com a cabeça positivamente e Xena lhe conta todos os pesadelos que vinha tendo,
omitindo o seu amor pela amiga.
A sacerdotisa vai até uma estante na parte escura do templo e meche em alguns vidros, logo volta
com uma em mãos e despeja na fonte cristalina um liquido groso e avermelhado como sangue.
Logo Pítia submerge o seu rosto na fonte ficando completamente parada. Passou um tempo, o
cabelo e a cabeça estavam totalmente dentro da fonte, e a sacerdotisa parecia não sentir
necessidade de respirar.
Xena olhava atenta a mulher a sua frente, até que a mesma volta a superfície com o rosto
totalmente limpo e os olhos de um vermelho profundo. Pítia parecia que enxergava, mas olhava
para um ponto invisível acima do ombro de Xena e começou a falar como se estivesse em transe.
- Xena, o seu destino e alma estão traçados juntamente com os de Gabrielle. Porém, os deuses
jogaram as suas Cartas Finais ao vento. Desta vez o destino não é a cruz.
-O que são As Cartas Finais?
-As Cartas Finais são o destino de cada ser vivo... Em 13 dias você morre!
- Como?- Xena estava incrédula no que ouvira e começou a ficar nervosa.
Os olhos de Pítia agora não estavam mais no invisível e voltara a cor morta normal, focava
diretamente os de Xena.
A sacerdotisa saíra do transe.
- Os deuses estão contrariados com o deus da guerra. Eles desejaram de Ares um sacrifício de
vida de algum súdito seu, antigo ou não, mas tinha que tê-lo servido algum dia. Ares tentando
trapacear ofereceu Gabrielle. Afrodite tentou interceder por ela e provou que ela nunca o seguira, e
a escolhida foi você. Porém Afrodite justificou que não poderiam separar vocês, pois são almas
gêmeas e se amam...
Xena ficou meio vermelha, mas manteve o silencio.
- Ares disse que vocês não sabem do sentimento uma da outra, mas Afrodite afirmou que sabem,
mas o medo as impede de ficarem juntas. Então os deuses decidiram que Gabrielle teria de fazer
O Sacrifício Supremo para provar que a ama e livrá-la da morte.
- O que é o Sacrifício Supremo?
- Gabrielle terá que abrir mão da própria vida pela sua.
Xena estava atordoada, e começou a chorar.
-Eu não posso pedir isso a ela... Eu a amo de mais para vela morrer em meu lugar. Eu aceito o
destino que me foi lançado.
- O acordo entre os deuses teve uma condição.
Xena cessa as lágrimas e ouve com atenção o Pítia começa a falar:
- Gabrielle tem que saber do seu amor e você do dela e você terá que contar a ela sobre o acordo
e o sacrifício que ela terá que fazer se desejar. Caso você não conte e aceite seu destino, as duas
morrem. Que tem que escolher é ela.
Xena sente um leve torpor e fica um bom tempo dispersa até perguntar.
- E se ela aceitar morrer em meu lugar? Nós seremos separadas do mesmo jeito!
-Se ela aceitar os deuses não as puniram com a morte e vocês estarão livres de qualquer vinculo
ou compromisso com Ares ou qualquer outro deus. Mas você não poderá contar a Gabrielle que no
final tudo se resolve bem, se contar as duas morrem.
- Onde terá que ser o sacrifício de Gabrielle?
- No maior monte ao sul de Delfos, lá você encontrarão a pedra de sacrifício e uma adaga, a qual a
própria Gabrielle terá que enfia em seu coração.
- Mas daqui até o pé do monte são no mínimo oito dias de viagem, só restará cinco para subir!
-Vocês perderam muito tempo até chegar aqui, agora só resta os treze dias a partir de amanha.
Após a conversa um tanto “pesada” com Pítia, ela segue em direção a taberna combinada para
almoçar com Gabrielle. Durante o trajeto meio extenso,, xena se perde em seus pensamentos.
“Não posso contar isso do nada para Gabby, ela provavelmente entraria em choque. Contarei a
ela sobre o que sinto e só no final da noite irei contar a ela do sacrifício proposto.”
Xena sai de seus pensa mentos quando chega à porta da taberna. Entrando no estabelecimento,
Gabrielle já a aguardava em uma mesa ao fundo e encostada na parede como de costume. A loira
estava tomando algo e quando viu a guerreira se aproximar, sorriu.
-O que está tomando?- disse em um tom leva e se sentando de costa para parede ao lado de
Gabrielle.
-Vinho. Tomei a liberdade de pedir um para você.- Gabrielle empurrou o copo delicadamente pela
mesa até chegar próximo a Xena. Quando a guerreira foi se apossar deste, tocou a mão de
Gabrielle que não retirou a retirou. Xena agora realmente segurou a mão de Gabrielle sobre o
copo e lhe disse:
-Depois do almoço, vou te levar a um lugar que você vai gostar.
Gabrielle mal cabendo em si estava com um sorriso largo de orelha em orelha. Acabou
percebendo que estava com cara de boba e para disfarçar o rubor que lhe subiu perguntou:
-Então, como foi a visita no oráculo?
Xena que se encontrava relaxada voltou a ficar tensa e desviou os olhos.
- Foi proveitosa. De noite conversaremos a respeito do oráculo porque agora quero saber como
foi a suas compras. – voltando a fitar a loira depois que conseguiu contornar o assunto delicado
que teria que tratar com ela logo a noite.
Gabrielle entusiasmada com a oportunidade e interesse de Xena começa a lhe contar tudo o que
fizera em sua manhã, dos vendedores com quem teve que pechinchar e até mesmo discutir.
No término do almoço, Gabrielle se levanta e estende a mão a Xena perguntando-lhe:
-Aonde iremos? Estou ansiosa.
-Nota-se. Vamos fazer uma caminhada a um lugar bonito para fazer digestão, e para te contar
algo.
O resto do trajeto foi traçado em silencio até que as duas se depararam com um extenso campo
de girassóis ladeado por uma densa mata. Xena ao entrar estende a mão para Gabrielle que a
segura e entra no campo com ela. Depois de um tempo de caminhada, avistam um banco de
madeira estrategicamente colocado embaixo da única árvore que teimava em ficar entre os
girassóis proporcionando uma sobra agradável.
As duas se sentaram e enquanto vislumbravam a paisagem ao redor Gabrielle rompe o silencio
sepulcral de Xena.
- O que queria me contar?
Xena pega de surpresa, abaixou a cabeça e começou a balbuciar algumas palavras sem fitar
gabrielle.
- Gabby, pouco depois que te conheci, nos tornamos amigas. Só que o tempo foi passando e
eu....
-Você...- incentivou Gabrielle já entendendo o que Xena desejava lhe falar.
- eu... AAAH deuses! Como isso é difícil! - Xena se levantou de rompante encostando a face no
braço que agora apoiava-se na árvore.
Mesmo sabendo que Gabrielle também sentia o mesmo, a guerreira não consegui se declarar. A
realidade é que ainda estava com medo.
Gabrielle vendo que Xena estava embaraçada, se levantou e puxou Xena de onde estava
colocando-a a sua frente.
-Gabby, eu...
-Shiiiii.-Gabrielle a interrompeu com o indicador sobre seus lábios, e agora sorrindo disse quase
num sussurro:
- Não precisa dizer mais nada.
Terminado a frase, Gabrielle a envolve pela cintura puxando-a para perto de si beijando-a
delicadamente nos lábios para depois empurrar a guerreira conta à árvore e beijá-la com mais
intensidade.
Xena que no inicio, por ser pega de surpresa, não soube onde colocar as mãos, agora elas já
deslizavam por toda a costas de Gabrielle enquanto a puxava mais para si. Gabrielle por sua vez,
apertava mais a guerreira entra a árvore e seu corpo como se quisesse se fundir a ela, uma das
mãos nos cabelos negros de Xena e a outra segurava forte o quadril da guerreira atualmente
domada.
Depois de um tempo, já sentindo necessidade de respirar, elas se afastaram, mas continuaram a
se olhar até Xena ainda ofegante romper o silencio.
- Gabrielle, eu te amo. Te amo tanto que só essa vida é pouca pra esse amor.
-Eu sei Xena, e eu te amo também, mal posso respirar sem ter você ao meu lado.
-Na realidade, agora me tendo a seu lado é que não vai respirar de vez.- Agora é Xena que puxa
Gabrielle para outro beijo.
Depois dos inúmeros beijos trocados e declarações feitas, sentadas debaixo da árvore se
levantaram para voltar para o centro de Delfos.
Durante o trajeto que fizeram abraçadas conversavam sobre trivialidades.
- Xena, como vamos ficar daqui para frente?
-Juntas, para sempre. Agora que finalmente nos entendemos, eu não vou te largar por nada. -
Disse Xena entre risinhos apertando mais o abraço em sinal de posse.
- “Entendemos”? Já estivemos brigadas alguma vez?- Gabrielle perguntou com ar zombeteiro.
-Não. E vou fazer de tudo para nunca nos desentendermos.
Depois que entraram no centro de Delfos a resto do dia transcorreu “apaixonadamente carinhoso”
entre as duas. Jantaram, novamente na taberna Javali Selvagem e seguiram para a estalagem em
que estavam.
Já no quarto, Gabrielle senta-se na cama enquanto Xena puxa uma cadeira e se senta em sua
frente.
- Gabby, eu preciso te contar algo muito importante.
- Não me diga que é casada com um minotáuro ciumento e só eu que não sabia.- disse
arrancando um riso contido de Xena. – Brincadeira, o que é?
Xena lhe contou o que os deuses armaram para elas omitindo que após o sacrifício as duas
permaneceriam juntas. As lagrimas rolaram pelo rosto de Gabrielle mas nenhum som foi ouvido,
até que ela quebrou o silencio que se instalou entre elas depois do relato.
-Eu não posso deixar que você morra comigo...
-Gabrielle eu te amo, não suportaria viver sem você.
- Ter de ver você morrer ao meu lado uma vez foi torturante, uma segunda vez e por egoísmo meu,
eu morreria a criatura mais infeliz do mundo. Estamos entendidas, amanhã eu partiremos ao
monte.
Depois da conversa, foram dormir. Xena virada para parede mantinha os olhos aberto, Gabrielle
se vira a abraçando por trás e lhe dá um beijo nos ombros e lhe diz:
-Boa noite meu amor.
Xena se vira e a abraça também depositando um beijo terno nos lábios de Gabrielle, trazendo-a
mais perto de si e lhe diz já fechando os olhos:
-Boa noite meu amor.
As duas adormecem abraçadas.
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Os dias foram se passaram enquanto elas se aproximavam do destino. Durante o trajeto
aproveitaram todo o tempo que tinham uma ao lado da outra, como se o ultimo dia fosse aquele.
No décimo segundo dia, chegaram ao cume do monte. Lá estavam a pedra em forma de altar e a
adaga já esperando para ser enterrada no peito de Gabrielle.
- Ainda temos o resto do dia. – disse Gabrielle ao ver o que já a aguardava.
Xena a puxou pela mão até a ponta do monte onde se podia admirar o por do sol cair sobre a
Grécia. Gabrielle se sentou na beirada do abismo, com as pernas pendendo sobre o nada, Xena
se sentou atrás dela a abraçando por trás, ficaram a observar o sol se esconder e as estrelas
aparecerem em seu firmamento juntamente com a lua cheia.
Ainda abraçadas e com seus silêncios intenso, Xena deixa uma lágrima rolar de seus olhos.
- Gabby, eu quero que você saiba que vou te amar para sempre e isso não é uma promessa
porque promessas podem ser quebradas, isso é um fato, é o que pulsa dentro de mim.
-Xena, independentemente dos caminhos que o destinos nos obrigar a trilhar, mesmo na morte eu
vou te amar porque isso já faz parte de mim.
Gabrielle se vira e senta no colo de Xena pegando seu rosto nas mãos, olhando nos seus olhos,
iluminados apenas pelo luar e a fogueira distante dizendo quase num sussurro.
- Eu te amo de mais, e isso mal cabe em mim. Eu te quero mais do que o ar que entra em meu
peito e sem você não vale a pena viver nesse mundo.
Dizendo isso Gabrielle a beija com fúria e a enlaça pela cintura com suas pernas. Xena se levanta
ainda com Gabrielle presa a si e a leva para mais perto da fogueira cessar de beijá-la.
Xena deita Gabrielle no chão e essa solta um pequeno gemido ao ter seu corpo pressionado
contra as pedras e o corpo de Xena, sem contar à excitação que passara a sentir por estar com a
mulher que amava.
-Meu amor, vamos estender as peles, senão iremos nos machucar.- terminado de dizer isso, com
muito custo Xena se levanta estendendo rapidamente as peles ao lado da fogueira, voltando para
onde deixara Gabrielle pega-a pela mão e a leva até as peles.
As guerreiras se amaram inúmeras vezes, como se o mundo fosse desabar sobre suas cabeças,
cada hora descobrindo novos pedaços do corpo a ser reconhecido e patenteado exclusivamente a
outra. Xena estava surpreendida pelo poder de dominação de Gabrielle, e a loira por sua vez
fascinada com toda a habilidade e segurança da guerreira.Após horas a fio de puro amor e prazer,
estavam abraçadas debaixo das peles olhando as estrelas ainda ofegantes.
- Sabe, não foi exatamente assim que imaginei. – Disse Gabrielle que estava aninhada sobre o
corpo de Xena que lhe acariciava os curtos cabelos loiros suados.
-Não? Você não gostou, fiz algo que te desagradou, eu te machuquei?- Xena agora confusa com
os olhos transbordando medo e insegurança, sobe um pouco o corpo e se apóia nos cotovelos
observando Gabrielle de cima.
- Não é isso, você foi totalmente e irrevogavelmente perfeita. É que não pensei que seria nessas
circunstancias todas, numa montanha. Acho que sonhei com o lugar de contos de fadas, só o lugar
porque o resto foi mais que perfeito. - A ultima frase foi dita entre risinhos e Gabrielle subiu até o
rosto da guerreira e para lhe dar um beijo de tirar o fôlego.
- Prometo que da próxima vez o lugar e a circunstancia vão ser mais que perfeitos também.
- O que te faz pensar que terá uma próxima vez? Gabrielle meio confusa volta a se deitar sobre o
peito da guerreira.
- Você não quer?- Xena já se encontrava novamente deitada arqueia apenas uma sobrancelha
sedutoramente.
- Claro que o que eu mais desejo é estar para sempre ao seu lado, mas amanhã eu morro e essa
foi a nossa primeira e ultima noite juntas.
-Não será a nossa ultima noite, estaremos juntas para sempre.
-Porquê?
-Por que o amor rompe barreiras.
Depois da ultima frase dita, as duas ficaram em silêncio contemplando as estrelas e sentindo o
cheiro e o calor do corpo da outra, até que por fim pegam no sono.
xxx
Com o sol a pino, Xena desperta e ainda com os olhos fechados tateia e não encontra Gabrielle a
seu lado. Levanta-se de súbito e corre para o altar encontrando Gabrielle já totalmente fria com a
adaga cravada em seu peito.
Xena em total desespero com Gabrielle em seu colo, não contem as lágrimas e desaba em um
choro compulsivo e grita com o rosto direcionado ao céu:
- Vocês disseram que não a tirariam de mim. Que a pouparia e que poderíamos viver felizes,
porque ela não volta? Me digam?
Xena cessa seu pranto e passa a embalar o corpo de Gabrielle como uma mãe embala seu bebê
que chora, encontra ao lado um pergaminho que parecia novo. Xena pega-o sem se soltar de
Gabrielle e vê que a barda o escrevera para ela pouco antes de morrer.
“Meu amor,
Não poderia te acordar para presenciar o meu fim,
Seria doloroso para ti e para mim que veria a dor em teu olhar.
Estar com você plenamente foi meu sonho realizado,
Ser sua e você minha.
O destino tem muitas veredas,
E numa dessas veredas voltaremos a nos encontrar.
O amor rompe barreiras
E mesmo na morte eu vou te amar.”
Xena volta a chorar, levanta-se com cuidado e deposita o corpo gélido de Gabrielle sobre o altar
de pedra e se senta a beira do abismo, perdida em seus pensamentos e nas lembranças da noite
anterior onde a mulher que jaz na pedra fria a pertenceu de corpo, alma e coração.
As imagens de Gabrielle sobre sua pele, domando-a, beijando-a, explorando-a com total volúpia e
dizendo entre gemidos e sussurros o quanto a amava não lhe aia da cabeça.
Quando deu por si, o sol já estava desaparecendo no horizonte. O torpor que entrara se foi, e a
dor, solidão, angustia e desespero voltou a tomar conta da guerreira. Visto que Gabrielle já não
levantaria mais para ficar a seu lado, a guerreira tomada pela dor da perda, se aproxima de
Gabrielle depositando um suave beijo em seus lábios, quase um simples roçar, antes de enfiar em
si própria a adaga fortemente no peito esquerdo.
O corpo de Xena cai sobre o de Gabrielle, na pedra agora jaz o corpo sem vida das duas
amantes.
xxx
Na manhã seguinte, o corpo das duas ainda se encontravam sobre o altar quando Afrodite e Apolo
se materializam.
- Minha irmã, que triste fim para as duas. – disse o deus da musica com um pesar na voz.
- Realmente, meu irmão, elas não mereciam ser separadas.
- Não posso deixá-las serem separadas como fui de minha querida Dafne. Sei a dor que Ambas
sentiram.
- O que podemos fazer pelas duas?
- Tive uma idéia.- disse Apolo sorrindo maliciosamente para Afrodite como um menino travesso
que vai aprontar uma traquinagem perigosa.
Apolo se aproxima de Afrodite e lhe segreda algo no ouvido, como se o vento pudesse levar seus
planos até o Monte Olimpo.
Os dois deuses desaparecem juntamente com o corpo de Xena e Gabrielle.
Numa floresta densa, os deuses cremam os corpos e contando com uma ajuda extra, da deusa
Arthemis, fundiram as cinzas em duas sementes. Os três deuses plantaram as plantaram com
cuidado, uma do lado da outra.
Com o passar do tempo, todos os dias os deuses vindo para aguar as pequenas mudas que
cresciam firmes, se tornaram árvores firmes. No dia em que os deuses não vieram para cuidar de
suas protegidas a obra deles se concretizou.
Da árvore da direita começou a ouvir ruídos de galhos se quebrando, até que foi partida com fúria
rompendo-se de lá uma mulher totalmente nua. Era Xena que retornava a vida através da
mãe-natureza. Meio atordoada com a volta ao mundo dos viventes, ela não se recordava de ter
atravessado o hades ou o limbo, só se lembrava do corpo de Gabrielle esticado sobre uma pedra
fria e da tristeza que sentia e que voltou a assolá-la. Pouco depois a árvore da esquerda começou
a soltar barulhos de galhos partidos idênticos aos da anterior, Xena deduziu o que poderia ser e foi
em direção a esta para ajudar sua alma gêmea a se livrar da matriz. Gabrielle nua rompe de dentro
da árvore-mãe com força e velocidade acabando por se chocar em Xena que a ajudava no “parto”.
Gabrielle ao se deparar com Xena a sua frente deixa as lagrimas de saudade e amor rolar de
seus olhos escorrendo livremente pela face. Xena por sua vez, um tanto surpresa a abraça forte
contra si dizendo-lhe desesperadamente enquanto as lágrimas rompiam-lhe os olhos:
-Pelos deuses, você está aqui! Oh Gabby como eu te amo, não suportei imaginar a vida sem você.
Gabrielle se levanta e puxa Xena para cima, as duas se abraçam longamente até que por fim se
beijam num misto de carinho, saudade e desejo reunido.
Agora as mãos ávidas e sedentas uma pela outra exploravam-se mutuamente. Gabrielle ainda
agarrada a Xena, empurra a guerreira para um arbusto rasteiro fazendo-a cair deitada sobre ele, a
pequena barda beijava toda a extensão abdominal da guerreira até descer ao ponto desejado...
Afrodite, Apolo e Arthemis se materializaram a certa distancia do casal em pleno “acasalamento” e
observam a cena admirados.
- Ahhhh, como o amor é lindo! – suspirou Afrodite toda sorridente.
- Com toda a certeza.- concordou Arthemis não com o mesmo entusiasmo da irmã.
- Se é...- Foi a vez de Apolo manifestar seu apoio mesmo virando o rosto para não observar as
duas em seu deleite intimo.
Horas depois, exaustas e arranhadas pelas galhas do arbusto e as própria unhas, cessaram o
embate romântico. Os deuses se aproximaram, Arthemis entregou uma túnica simples para cada
uma se cobrir, pois a nudez delas estavam deixando Apolo meio constrangido.
- Coisa de homem.- Alegou Afrodite sorrindo. - Minhas queridas precisamos conversar.
-Afrodite, antes de acertarmos os nossos ponteiros, eu tenho que conversar co m Gabrielle antes.
-Tuuudo bem!
Os deuses se afastaram deixando-as a sós. Xena contou a Gabrielle tudo o que ela não poderia
saber, a arapuca de Ares e que ela se matou ao ver que ela não voltava a vida.
-Oh meu amor, eu te compreendo, sei que fez o melhor.
Gabrielle a beija ternamente nos lábios até serem interrompidas por Afrodite e seus irmãos.
-Já vimos que as pombinhas se entenderam, agora vamos a nossa conversa em grupo .
-Apolo, porque mostrou tudo á Pítia e no final nada ocorreu como você a mostrou.
- Perdão Xena, mas pouco depois que você partiu juntamente com Gabrielle, nós lá no Olimpo
descobrimos outros “Deslizes” de Ares e a intenção dele em separá-las através da punição que
demos a ele. Resolvemos recolher as cartas, mas já era tarde, então pulamos certas regras para
trazê-las novamente ao meio vivente.
- Agora garotas, como já esta tudo esclarecido e desculpado, nós já vamos indo porque ainda
temos que encontrar o sarnento do Are e deixá-las matar a saudade.
- Afrodite, onde estamos?- Perguntou Gabrielle.
-Vocês ainda estão no cume do monte. Atrás daquela extensa fileira de árvores esta o
acampamento de vocês. E por falar em acampamento, aquilo tava uma desordem e não tinha
nada para comer, ai eu e Arthemis demos uma ajeitadinha lá para você poderem descansar
melhor.- dizendo a ultima frase com uma piscadinha de olho, Afrodite e os outros deuses
desmaterializaram-se deixando-as sós novamente.
Um grunhido conhecido toma conta do lugar.
- Eu já disse que ele tem vida própria. - disse Gabrielle entre risinhos. – Vamos, estou com fome
de leão...
-Nota-se e ouvi-se.
Quando atravessaram a extensa mata viram o acampamento num estado quase que perfeito. As
peles onde servia de cama estava mais alta e maior dando a real impressão que virou uma cama
constituída por peles, a fogueira acesa , algumas tochas espalhadas em lugares estratégicos para
deixar o lugar meio na penumbra quando a noite caísse, e a mesa do Sacrifício? Essa estava
coberta por uma toalha rosa bebê e lilás com rendas e em, sua superfície estava repleta de
alimento variáveis com um galão enorme de vinho ao centro. As duas cearam enquanto o por do
sol se aproximava, depois que terminaram de comer, Xena se levanta e leva Gabrielle pela mão
até a cama onde mataram toda a saudade, dor, tristeza e solidão que sentiram uma da outra.
Depois de uma longa bateria de amor, ainda ofegantes, Xena que se encontrava aninhada entre
os seios de Gabrielle que lhe acariciava os cabelos longos e suados pergunta:
- O lugar do “conto de fadas” vai demorar um pouco,
- Não vai não.
Xena agora meio confusa olha para Gabrielle.
- Aqui te agradou como o que tinha planejado?
- Sim, e sabe porque?
-Não faço a mínima idéia.- disse rindo voltando a se aconchegar em Gabrielle.
- Porque, qualquer lugar com você vira o paraíso. Pois você é o meu conto de fadas completo.-
terminado de dizer, Gabrielle vira o corpo colocando-se em cima de Xena beijando-a com toda a
ternura e amor que possuía em seu coração.
-Eu te amo Gabby e mesmo nas veredas da morte eu vou te amar.
As estrelas e a lua presas em seu firmamento negro, poderiam despencar a qualquer momento
que ela não se separariam mais, não apagaria de forma algum o sentimento que nutria ambas. E
se a morte voltasse a visitá-las, não conseguiria separá-las porque o que as une uma a outra é
uma amor que rompe barreiras até mesmo a própria morte.
FIM
OBSERVAÇÕES:
Gostou ou não? Manda um e-mail: camilabeija_flor@yahoo.com.br ou
florsinha_reis@yahoo.com.br , gosto de ouvir opiniões para poder aprimorar uma das coisas que
mais gosto de fazer: Escrever.
Ou me “add” no orkut: camilabeija_flor@yahoo.com.br
Obrigada a todos(a) pelo tempo disposto a ler essa fic que com muito custo consegui concluir da
maneira que planejei.
Bjs a todos(a).
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