Fic Traduzida - O lado cego do Amor - Cap. 4
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Fic Traduzida - O lado cego do Amor - Cap. 4
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Leigh levantou às quatro e meia da manhã, e encontrou sua melhor amiga no sofá. Bocejou e
ficou olhando Kris silenciosamente. "Que está fazendo?" perguntou finalmente.
Kris mostrou o livro que estava lendo. "Oi, bom dia," disse. "Tem café na cafeteira."
"Obrigada," respondeu Leigh, não se movendo do lugar que ocupava. "Mas,o que está fazendo?"
Kris levantou o livro. "Lendo."
"Às quatro e meia?"
Kris encolheu os ombros. "Decidi ficar acordada para ver o dia nascer" respondeu
preocupadamente.
Leigh piscou algumas vezes, repentinamente segura que entre sua cama e a sala tinha
entrado, de algum modo, num universo paralelo. "Está brincando?."
"Não."
"Preciso de café," murmurou Leigh, indo à cozinha. "É muito cedo para está loucura."
Enquanto Leigh preparava uma xícara de café, Kris voltou ao livro. Não estava completamente
segura o que tinha levado a comprar The Remains of the Day. Mas quando passou por uma
livraria a caminho da faculdade viu o livro entre outros . Kris tinha tomado como um sinal.
Não mencionou, que sentia suma curiosidade por sua nova amiga. Já estavam trocando e-mail
algumas semanas mas, de algum modo, Kris sentia que não era bastante. Desejava saber mais.
Por que Julia gostou tanto este livro, por exemplo. Kris tinha conseguido chegar à metade.
Tinha esperado algum tipo de ação ou trama. Mas era só um mordomo inglês falando de quanto
tinha adorado servir a seu amo. E algo sobre uma viagem para algum lugar. Kris não estava
certa.
Leigh sentou-se ao lado de Kris uns minutos depois. Engoliu a metade da xícara e suspirou com
alívio. "Bom, o que está acontecendo?" perguntou Leigh. "Quero dizer, o fato de querer ver o
amanhecer já é bastante extravagante.E está realmente lendo um livro, Kris. E,
voluntariamente. Está me deixando com arrepios."
Kris olhou para cima. "Estou tentando ser mais literária."
Leigh assentiu. "Ficou louca, "Aquela sua explosão de semanas atrás foi o início de sua loucura."
"na realidade, sinto-me bem," disse Kris, fechando o livro. "Quando foi a última vez que viste o
dia nascer, Leigh?"
"Oh, todos os dias indo trabalhar."
Kris sorriu e assentiu. "Sim, mas parou para olhar? Pensou, 'Uau, que maravilhoso espectáculo.
Um verdadeiro milagre de Deus?"
Leigh engoliu o resto do café e olhou para Kris. "Você entrou em alguma seita, pode me dizer?
Uma do tipo horripilante ? Suicídios em massa, túnicas longas, lavagem cerebral, etc?"
Kris suspirou, agarrando o livro. "Não importa."
Leigh pôs a mão na testa de Kris. "Não tem febre," disse. "Mostra a língua."
Kris afastou a mão de Leigh. "Não tem que ir trabalhar?"
"Acho que vou dizer que estou doente."
"Mas não está doente."
Leigh se levantou e foi para a cozinha para levar a xícara. "Mas tu claramente está. Que esta
acontecendo contigo? Primeiro foge do Nathan, uma ação que teria apoiado sinceramente se não
tivesse ficado louca de preocupação. Depois, durante as últimas semanas tem estado como…
diria aérea."
"Aérea?" repetiu Kris, olhando por cima de seu ombro para a cozinha.
Leigh pegou sua mochila da parte de trás de uma das cadeiras. "Sim, aérea," disse, já colocando.
"Que bom saber que estou bem ventilada."
Leigh olhou para cima. "Tá bem, talvez aérea não seja a palavra certa. Mas isso não te exime
deste seu comportamento estranho. Não estou entendendo porque quer ver o amanhecer de
repente. E porque… está lendo."
Kris riu. " atuar é a segunda lição que se aprende na aula de teatro?" perguntou.
"Sim," respondeu Leigh. "Como faço?"
"Levantou ambos polegares, Kris. "Vai chegar tarde."
Leigh assentiu, pegando suas chaves . "Estou indo. Vou proporcionar estimulantes legais às
massas ansiosas. Até a noite."
Kris se despediu e devolveu sua atenção ao livro. Mas não podia se concentrar. Levantou-se do
sofá, foi até a varanda onde o céu estava começando a clarear. Que estranho que uma atividade
tão peregrina lhe fizesse sentir tão livre de repente.
Talvez Leigh tivesse razão, estava agindo estranhamente. Mas sentia-se muitíssimo melhor.
Ultimamente tinha tido mais confiança e um crescimento de seu ego.
E não estava entendendo o por que.
Querida Julia,
Isto pode soar um pouco estranho, mas fiquei acordada para ver o
amanhecer. Leigh acha que fiquei louca. Na realidade, acho que a perdi
um pouco a cabeça. Mas sabe, foi tão lindo. Não pude ver muito com
todos os edifícios no meio. Estou certa que seria mais impressionante ver
da praia. Mesmo assim, fez-me pensar sobre a direção de minha vida. Ou
a falta da mesma.
Quero dizer, a vida fica tão limitada pela carreira que se escolhe. Nem
sequer vai ter trabalho e dinheiro. Vai ter uma identidade. Doutor.
Artista. Advogado. É deprimente, todos nos convertemos em palavras que
nem sequer conjuram uma imagem completa de quem somos. Só nos
convertemos em estereótipos. Doutores ricos. Artistas egocêntricos.
Advogados sanguessugas.
Ontem fotografei um pássaro. Não soube por que nesse momento acho
que, inconscientemente, tinha vida própria. Porque uma criatura
supostamente menor era mais livre que eu. Mas acho que é o que faz os
animais mais majestuosos. Têm liberdade inata. Os humanos adora se
confinar em caixas mais e mais pequenas. E tudo o que podemos fazer é
buracos e esperar que o ar passe através.
Provavelmente não estou dizendo nada que faça sentido. Acho que agora
estou começando a sentir como você)
Hoje, irei a um museu. Gosto de passear, ver as pinturas me enchem de
paz e esperança para o futuro. Como tu e teus poemas. Tem razão, o
mundo às vezes é muito barulhento. Tem que apertar o botão de silêncio
de vez em quando.
sua amiga,
Kris
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Adrian passou a mão por seu cabelo já impaciente. "Podemos ir?" perguntou pela nona vez
desde que tinham chegado.
Julianne só sorriu, indo ver outro quadro. "Onde está seu sentido cultural, Adrian?"
perguntou-lhe. Assinalou uma pintura de natureza morta. "Quero dizer," Procurou o adjetivo
adequado.
"Incrivelmente aborrecido," Adrian completou para ela. " por que estamos aqui? Achei que íamos
ver um filme."
Julianne balançou a cabeça, chateada pela atitude de seu melhor amigo. "Podemos ver um filme
depois. De todas formas, é tudo o que sempre fazemos. Ver filmes, fazer filmes. Quero dizer que
precisámos fazer outras coisas de vez enquando." Seguiu andando.
Adrian foi andando atrás dela. "Acho que a fama está começando finalmente a deteriorar teus
sentidos. Quando acabar de filmar Guardian, acho que deveríamos viajar para bem longe"
Julianne parou e se virou. "Eu concordo ."
"Vês, isso é o que gosto de ouvir," respondeu Adrian com um sorriso fácil. "Onde quer ir?Egito?
Grécia?"
"Nova York!" respondeu Julianne rapidamente.
Adrian piscou um par de vezes os olhos. "Mas acabamos de voltar de Nova York."
Julianne considerou. "Mas há tanto que fazer lá. "Museus para visitar… parques que percorrer…
" Gente que espreitar. Franziu a testa diante o seu pensamento. Estou perdendo a noção. Ainda
franzindo o rosto, começou a caminhar por várias pinturas.
"Perdeu o que," murmurou Adrian, andando mais rápido para capturá-la. "Jules, o que está
acontecendo?Tem algo que queira falar?"
Julianne balançou a cabeça dizendo . "Não, vamos ver o filme," respondeu, indo para a saída. De
todas formas, o que lhe tinha impulsionado a visitar um museu? Se recordou do e-mail da Kris
sobre ir a um museu nesse dia. Bom, não sei. Que está acontecendo comigo? "O que quer ver?"
perguntou, quando chegaram no carro.
Adrian ficou olhando os olhos azuis de Julianne com uma mistura de curiosidade e confusão
absoluta. Estava agindo estranhamente. Algo estava errado. "Dá no mesmo," respondeu
descuidadamente, entrando no lado do passageiro do Rav4. "Bom, que fez nessas semanas
passadas?"
Julianne encolheu os ombros indiferentemente. Deu a partida e saiu do estacionamento, não
completamente segura de onde ir. Imaginou que pararia no primeiro cinema que encontrasse.
"Nada. Filmei, comi, dormi. O de sempre. Como vai seu filme?"
"Excelente," respondeu, com emoção. "Realmente sinto que tenho possibilidade de ganhar o
prêmio. Julianne sorriu. "Isso é muito legal, Adrian. Não posso esperar para ver."
Adrian assentiu. Eu sabia que algum dia estaria ao lado de Julianne recebendo um Prêmio . E
se não estivesse, ao menos ela estaria subindo lá. "E o que mais?" perguntou.
"Bom, tenho trocado e-mails com uma pessoa," falou, seus olhos enfocados no caminho. Não
tinha certeza se contava sobre o teor das conversas, porque sabia que Adrian iria ficar zoando
com ela. Mas não dizer ia ser pior.
Agora estamos chegando em algum lugar, pensou Adrian. "E 'esta pessoa' tem nome?"
perguntou.
Julianne jogou-lhe uma rápida olhadela e sorriu. "Seu nome é Kris," disse-lhe. "E antes que
tenha esperanças, tem namorado."
"Maldição," disse. "Não pode me encontrar uma solteira?"
"Engraçadinho."
Adrian considerou esta nova informação. "Se tem namorado. Ela é de onde? Como a conheceu?"
Julianne disse. "Peguei seu email do cartão que me atirou. Desejava dizer-lhe quanto gostei de
sua pintura. Então continuamos a trocar e-mails, ela é muito simpática."
Bingo.É claro que Julianne escolheria uma garota hetero que vivesse do outro lado do país.
"Alegra-me que tenhas uma nova amiga," disse. Afogou um suspiro. Por alguma razão, teve um
sentido iminente de desastre.
Querida Kris,
Espero que tenha encontrado o bem-estar que procurava hoje, entre
rascunhos intermináveis de pinturas e esculturas. Alegra-me que tenha
gostado do amanhecer. O perdi quando estive em Nova York. Quem sabe
em minha próxima viagem.
Sei o que quis dizer sobre ficar limitada pela própria carreira. É como se
já não fosse você mesmo. És fulano, arquiteto ou a profissão que decida
(ou te encontres). Deprimente.
Diga algo que ninguém sabe que fez?
sua amiga,
Julia
Kiara tocou a água com seus dedos, olhando as ondas intensamente como se esperasse que algo
mágico ocorresse. Mas o líquido acalmou-se momentaneamente e a anjo olhou para longe.
Suspirando, olhou para quem tinha seu futuro nas mãos. "Cody," sussurrou.
Ele se virou de repente, olhando, seguro de ter ouvido seu nome. Seus olhos se abriram mais.
"quem está aí?"
Falou no silêncio da noite. Afastou-se da borda da água. Agora visitava o lago frequentemente.
Fazia-lhe sentir mais perto do que tinha perdido. Abriu a boca, então começou a rir. "Sinto,
esqueci minha próxima fala."
Cortem!" gritou Gina Loeb e não pela primeira vez. "Max, por bilhonésima vez, agora não tem
fala."
Julianne olhou para o céu. Por que tinham escolhido a Max Trouy ele era um mistério. Era
bonito, mas o garoto não sabia atuar parecia que sua vida dependia disso. Já tinham feito 10
vezes a mesma cena e Julianne estava desesperada.
Max assentiu. "Sinto," se desculpou.
Gina suspirou, repasando suas notas para a cena. Levantou a vista. "vamos parar para almoçar,"
anunciou.
Julianne enviou uma silenciosa oração para quem estivesse escutado suas súplicas e foi para
seu camarim. Três cartas esperavam sua chegada. Não tinha lido mais cartas de fãs desde as
primeiras três que tinha aberto. Todas descansavam agora em uma caixa, pegando pó. Os três
novos e-mails já imprimidos uniram-se aos outros.
Desfez-se de suas asas e se sentou no sofá com um suspiro. "Que dia. E nem sequer passou a
metade." Agarrou o seu computador "Por favor, anima-me, Kris,"suplicou à tela enquanto
esperava que carregasse seu e-mail. Um lento sorriso cruzou seus lábios quando viu a nova
mensagem em sua caixa de mensagem.
Querida Julia,
Algo que ninguém saiba de mim? Espero que isto não faça voltar e me
batam no traseiro. Se começar a receber bilhetes dizendo, "Sei o que
fizeste no verão passado," vou saber que é você.
Deixa-me pensar. Ninguém sabe isto. Não sequer Leigh. Eu trai Nathan
faz alguns meses. Foi realmente estúpido. Estava nesta festa da NYU e ali
estava ele. E acho que eu tinha bebido um pouco a mais porque ele
começou a me parecer muito bom, ainda que agora lhe vejo e me
pergunto que infernos estava a pensar. De todas formas, fiquei com ele.
Nunca tinha dito a ninguém!! Além disto sinto-me tão horrível por isso.
Não sei que aconteceu. Nathan e eu tínhamos brigado e eu me sentia
realmente deprimida…
Mas isso não é desculpa.Espero algum dia deixar de sentir-me culpada
por isso, mas duvido.
O que ninguém sabe de ti ? Agora que despi minha alma.. Oh! O que
procuras num garoto? Sinto curiosidade.
sua amiga,
Kris
Julianne franziu a testa com o último parágrafo. Poderia dizer sinceramente e matar dois
pássaros com um tiro. Ou poderia mentir. Pensou. Kris não sabia quem era ela assim não ia se
importar se sabesse algo pessoal dela. Por outro lado, se Kris descobrisse que era ela, poderia
dizer aos meios de comunicação. Mas quem ia acreditar nela? Tinha os e-mails… Mas quem
acreditaria?Poderia dizer a Nathan que sua namorada lhe enganou.
Suspirou, olhando a janela de resposta .
Uma batida na porta interrompeu sua tomada de decisão. "Sim?" disse.
"Seu almoço, Srta. Franqui," disse algúem torpemente. Estava na porta segurando uma
bandeja de plástico e uma garrafa de água.
Julianne cabeceou para a mesa a sua direita. "Põe aí." Olhou de novo para tela do computador.
a pessoa obedeceu seu desejos e saiu sem dizer uma palavra.
Sozinha uma vez mais, Julianne mordeu os lábios. Foste sincera até agora com ela, se começar
a mentir agora, qual é o sentido de manter a amizade?
Querida Kris,
Prometo que não receberás bilhetes ameaçadoras, ao menos de mim. Não
acho que devesses te sentir tão culpada pelo que aconteceu. Essas coisas
acontecem. é jovem.
Julianne deixou de escrever . "Que inferno não sou, Sua mãe?"
Apagou as últimas duas frases e continuou.
Também prometo não dizer a ninguém seu pequeno segredo. Mesmo que
a CNN derrube minha porta e tortura-me durante horas sem fim, não
divulgarei nenhuma informação referida a sua pequena traição na festa
da faculdade.
Mas agora sério, obrigada por confiar-me a informação. Estou segura que
se deve em parte o fato que não nos conhecemos, te sentes a salvo. Mas
da mesma maneira, não me conhece. Por tudo o que sabe, poderia eu ser
Nathan disfarçado. Eh, não se preocupe, não o sou...
Equanto a mim, bom… tenho um segredo. Mas uma pessoa sabe, assim
que suponho que isso anula que 'ninguém o sabe' . Mesmo assim, acho
que é algo que deveria saber.
Julianne olhou fixamente a tela, insegura de como proceder.
"Exactamente o que escrevo?" perguntou-se em voz alta. "Sou gay?Sou
lésbica? Sou homossexual? "Por que é tão difícil sair do armário?"
Inspirou profundamente.
Gosto de mulheres.
"Muito,"disse para si.
Os garotos, não tanto. Ao menos não sexualmente. Um cara é meu
melhor amigo e vou amá-lo pra sempre. Simplesmente… não é meu tipo.
Bom, suponho que isso responde sua pergunta sobre que procuro num
garoto.
Espero que a revelação não te faça sumir.
sua amiga,
Julia
Seu dedo oscilou sobre o botão de 'enviar'. Que tenho a perder? Não é como se fôssemos
melhores amigas .
Mesmo assim, duvidou.
"É uma covarde," disse para si. E antes que pudesse mudar de idéia, clicou enviar.
18
"uau."
Leigh desviou o olhar da televisão. "Notícias de seu pai?"
Kris parou de ler o e-mail de Julia e balançou a cabeça. "Não, esta garota que conheci semanas
atrás. É gay."
" E isso é novidade?" disse Leigh , sua atenção voltou à TV. "É um segredo que está lentamente
sendo revelado pelas pessoas. Como a maré. Uma grande maré gay, pronta para converter tudo
a seu passo."
Kris riu do comentário de sua amiga. , retornando ao computador. Que estranho vivi vinte anos
de minha vida sem conhecer nenhuma pessoa gay e, de repente, estão por todas partes. "
"Agora precisa conhecer alguém bisexual," comentou Leigh. "Tem um irmão gay, conhece a
misteriosa ciber lésbica e a garota hetero. Ainda falta um."
"Quer ser bi?" disse Kris.
Leigh considerou "Sabe, até podia ser, mas acho que minha personagem funciona melhor como
hetero, não acha?"
"A hetero de Brooklyn com sotaque sulista?"
Leigh sorriu abertamente. "Vou mudar meu nome para Mary Sue. Ou Billie Jo."
Kris riu. "Precisa de uma séria terapia." Voltando ao assunto, clicou em responder.
Querida Julia,
Alegra-me saber que meu segredo está seguro contigo. E obrigada por me
dizer algo tão intimo . Admito que não esperava, mas me sinto honrada
que me revelou algo que só disseste a uma outra pessoa.
Meu irmão saiu do armário faz algumas semanas. A família não aceitou
bem. Praticamente têm-lhe repudiado. A última vez que fui ao
apartamento de meus pais, tinham tirado todas as fotos que ele estava .
Desejaria que aceitassem mas a religião tem profundas raízes em minha
cultura. Praticamente é uma causa perdida.
De todas formas, não queria sair pela tangente. Vou refazer minha
pergunta original. Que procura numa garota?
Devolveram-me meu ensaio na sexta-feira, o de Shakespeare. Fui
aprovada. Por sorte, foi o último do semestre. Não terei mais ensaios. E
nem mais aulas de língua inglesa para mim! teria me encantado com sua
ajuda se tivessemos nos conhecido antes. Teria gostado de sua ajuda
nesse trabalho.
Bom, Srta. Poeta, qual é o seu poema favorito?
sua amiga,
Kris
"As vezes fico pensando como seria ela," disse Kris pensativamente, olhando em nenhuma parte
em particular. Tinha-se posto em seu lugar preferido na sombra, suas obras orgulhosamente
exibidas. Até agora ninguém tinha comprado nada, mas tudo bem. Ainda era cedo.
Leigh soltou um longo bocejo e esticou-se. "Quem?" perguntou finalmente, ausentemente
olhando sua revista.
Kris a olhou por um momento, então balançou a cabeça. "Julia," respondeu finalmente,
olhando ao longe. Ficou olhando durante um par de segundos a pessoa com uma venda nos
olhos fazendo malabares com garrafas de refrigerante, antes de voltar o olhar para Leigh. "A
garota da Califórnia."
"Pede uma foto," sugeriu Leigh. "Como conheceu está moça, ? Nunca me contou ."
De repente Kris deu-se conta de algo. "Conhece-la!" exclamou emocionadamente. "Comprou
meu desenho. Sabe, umas semanas atrás, quando te deixei a cargo de vender?"
Leigh parou para pensar. balançou a cabeça e sorriu. "Não foi uma garota. Foi um cara. Um
homem real, e muito sexy." Franziu a testa de repente. "Sabe, inclusive dei-lhe meu número
mas nunca me ligou." Gelou-se, de repente tendo um ataque de pânico. "Espera, e se era ela.
Disse que era lésbica. ! Oh, que merda!! Oh, Deus meu, acho que posso ser gay."
Kris piscou um par de vezes, repentinamente desconcertada. Leigh deu nosso telefone para
Julia? Franziu a testa, relembrando. "Um cara ligou uma vez," disse Kris de repente, se
lembrou. "Achei que era engano! Foi durante aquele desastre com William, não me ocorreu
perguntar com quem queria falar."
Leigh fez uma pausa em seu pânico. "Está certa que era um homem?"
"Bom, tinha voz de homem," respondeu Kris. Não podia ter sido uma mulher, balançou a
cabeça. "Agora quem sabe." Bom, que aspecto tinha?"
" de um rapaz muito sexy!" falou Leigh, golpeando a cabeça contra a mesa. Parou. "Oh, espera,
espera. Acabo de recordar algo. Quando se afastou de mim, foi a uma garota e lhe deu o seu
quadro." Assentiu, de repente parecendo aliviada. " essa era, provavelmente, a moça que
conhece. O que significa que dei meu número a um rapaz." Suspirou com alívio.
Kris considerou esta nova informação. "Bom, então que aspecto tinha a garota?"
Leigh enrrugou a cara com profunda concentração. "Uh, não lembro," disse . "Acho que era
loira. Estava ocupada olhando para a bunda dele."
"Que passa com as pessoas e as bundas?" perguntou Kris.
Leigh suspirou. "É mais que uma bunda, minha querida Kristina. É… Bom, Sobretudo quando
são duras e firmes. Ñam-ñam."
"Que asco, Leigh," respondeu Kris. "Que horrivel. Acabas de dizer ñam-ñam para uma bunda.
"Firme e deliciosa…"
Kris levantou a mão. "Chega disto."
Leigh riu. "Quando ele ligou e pensou que era engano? Maldição. Esse poderia ter sido o
princípio de uma história de amor." "Oh, bom, talvez da próxima vez. É amigo de sua amiga?"
Kris lembrou de alguns dos e-mails de Julia. "Disse que seu melhor amigo era hetero.
Provavelmente era com ele que estava." Ficou um pouco triste. Se não tivesse deixado a Leigh
sozinha na mesa. Poderia ter conhecido Julia pessoalmente. "Bom, é loira .É tudo ?"
"Realmente não me recordo," respondeu Leigh. " faz tempo. Se eu soubesse que era importante,
teria prestado mais atenção. " Sorriu de repente de algo na revista. "Vamos fazer este teste.
Revelará se Nathan e tu são feitos um para o outro."
Kris jogou uma olhadela. "O Que é isso, " perguntou.
"Silêncio," falou Leigh. "Pergunta um. Quando tu e seu namorado sai para um passeio
romântico, normalmente que te passa pela mente? A) Não posso acreditar que seja tão
romântico, é definitivamente perfeito para mim. B) Uau! Olha que rapaz bonito aquele, ou
C)Pergunto-me que será que vai passar a noite na TV?"
Kris olhou para cima. " isto é realmente necessário?"
"Claro que sim," respondeu Leigh. "Agora escolhe uma."
Kris suspirou e pensou. Definitivamente não era A, mas também não era B. Podia recordar
várias vezes quando seus pensamentos derivaram a outros temas. " C," disse.
Leigh fez uma marca na página. "Mmhmm. Pergunta dois. Na cama, meu namorado é A) O
coelhinho da Duracell B) Nunca dormiu com ele ou C) Têm Sozinho." Leigh "Suponho que
sabemos a resposta dessa."
Kris olhou ao céu de novo. "Quantas perguntas tem?"
"Só cinco, " aclarou a garganta. "Pergunta três. Sempre que meu namorado não está proximo de
mim, eu me sinto: A) Como se o mundo fosse acabar. B) Contente de que não esteja perto para
poder olhar para outros ou C) Bom. Tenho um monte de coisas para manter-me ocupada."
Kris suspirou. "C."
Leigh continuou. "Pergunta quatro. Quando estão juntos, meu namorado: A) Sempre escuta e
se importa com o que tenho a dizer. B) Fala mais que o necessário C) Acha que o mundo gira a
seu redor."
"Definitivamente C," respondeu Kris.
"Uma mais. Pergunta cinco. Acima de tudo, sinto que: A) Estou completamente apaixonada, é
absolutamente perfeito! B) Há outros peixes no mar, ou C) Mereço algo muito melhor que isto."
Leigh ficou olhando a Kris com expectativa.
Kris franziu a testa, não desejando responder. Nathan pode não ser perfeito, mas é tudo que
tenho.
Leigh olhou para o céu. "Seus resultados são a maioria C, quer dizer o seguinte: Está
obviamente se conformando com menos do que merece! Larga desse perdedor antes que o amor
de sua vida passe a seu lado e você não o veja." Leigh levantou a vista com um sorriso satisfeito.
"Viu?"
"Tá. Minha vida foi decidida pela análise profissional de uma revista."
Leigh "Que assim seja," disse. "Mas pode ser mais com outro do que com Nathan. É um canalha
total."
"Oh e suponho que sua vida transborda garotos perfeitos."
"Estou procurando," respondeu Leigh.
Kris olhou de novo ao malabarista de antes. "E se não o encontro, então o que acontece?"
Leigh riu. "Então procura outro como sua melhor amiga."
19
Julianne passeou nervosamente diante do computador. De alguma forma tinha conseguido
evitou checar seu e-mail uma semana, mas sua paciência estava começando a se esgotar. Estava
com medo da reação de Kris. E se me insultou?E se ficou tão enojada que não vai me
responder? Suspirou tristemente. E se deixou de ser minha amiga.
O diabinho falava em seu ombro .E por que se importa se nunca mais falar com você? Vivia
perfeitamente bem antes dela aparecer. Não ia perder nada se não voltasse a falar contigo.
Mas Julianne sabia que não era verdade. Além de Adrian e sua avó, nunca tinha conhecido
ninguém com quem pudesse se abrir. Inclusive quando estava online com alguém, sempre
eram conversas de uma única vez. Nunca chegavam a nada. Mentia a todas, de todas formas.
Mas Kris… Kris era diferente.
Julianne soltou um profundo suspiro e parou em frente de seu notebook. Moveu o cursor pela
tela até que entrou em sua caixa de mensagem. Para seu alívio e temor, tinha e-mail de Kris.
Abre, pensou. Acaba já com está agonia.
Contou até cinco e então clicou no e-mail. O leu por cima. Uma vez. Duas vezes. Piscou um par
de vezes e sorriu. "Não se importa!" gritou alegremente. Começou a dançar pela sala, quase
tropeçando no tapete.
Voltando ao computador, clicou responder. Julianne não podia acreditar e como estava aliviada .
"Sou incrivelmente boba ," agregou, agitando a cabeça. Mas não se importava particularmente,
porque estava feliz. "Estou segura que teriam pago uma macarronada por uma cópia dessa
minha atuação."
Refeita de sua emoção, começou a digitar.
Querida Kris,
Estou tão aliviada que minha sexualidade não seja problema. Admito que
fiquei um pouco nervosa por ter te falado.
Lamento a reacão de sua família à notícia de seu irmão .Deve ter sido
muito difícil para ele sair do armário antes . Mas foi bom que não o
rejeitou também. Estou certa que significou muitíssimo para ele saber
que tem seu amor e apoio. Sei como é importante ter alguém que nos
aceite o Adrian é está pessoa para mim e ele nem sequer é da família.
Certamente a minha reagiria da mesma maneira que a sua, ainda que
por razões diferentes.
Sou de uma família de classe média alta e elas (minha mãe e irmã
sobretudo) são o tipo de gente que não fazem nada errado pensando no
que os outros iriam pensar . Se chegassem a saber de mim… bom, o
mundo acabaria em minha casa. Nem sequer acho que sejam
homofóbicos. Eles levam muito a sério a sua posição social para pensar
por eles mesmos.
Quem vai sair agora pela tangente?Falou de sua cultura… do que se
refere? Cada vez que leio um de seus e-mails me dou conta o pouco que
sei de ti.
Meu poema favorito. Não podia me perguntar algo mais simples? Tem
tantos que adoro. Mas posso escolher um para ti. Escolho The Indian
Serenade de Percy Bysshe Shelley. Gosto particularmente da primeira
estrofe. Tenho fascinação pela poesia romântica, acho que já te falei
isto.
Bom, quem é seu artista favorito?
sua amiga,
Julia
"Trouxe dois roteiros para ler," disse Eric Moura, entregando a uma impaciente Julianne.
Seu agente tinha aparecido em sua casa pela manhã para falar de seus próximos papéis. Olhou
o primeiro roteiro e depois o outro.
"Filmam-se ao mesmo tempo," continuou Eric. "Começa após a estréia de Guardian , assim terás
que escolher um ou outro."
Julianne olhou um dos roteiros, não lendo particularmente nada. "Bom, qual é o melhor?"
Eric suspirou, passando a mão por seu desarrumado cabelo castanho. Ajustou seus óculos com
um dedo. "Francamente, não sei. Um é um papel excelente, mas pode ser um pouco mais
polêmico que o outro."
Julianne levantou a vista. " O Que quer dizer?"
"A personagem é lésbica " respondeu Eric .
Julianne olhou-lhe fixamente. "Absolutamente não, Eric," respondeu em seguida.
"Sabia que poderias dizer isso," disse, parecendo um pouco frustado "Mas é um excelente
roteiro e a personagem é verdadeiramente notável. Definitivamente para ganhar o Oscar."
"As lésbicas não ganham Oscar em Hollywood," lhe informou Julianne, colocou os dois roteiros
do lado. "Qual é o outro papel?"
"Um robô," respondeu ele.
Julianne suspirou. " Está brincando? É tudo que conseguiu? Uma lésbica e um robô? Que tipo
de lixo é este?"
Eric balançou a cabeça. "Ambos são papéis bons," disse em sua defesa. "Ainda que sinto que o
papel da lésbica pode te ajudar a crescer artisticamente."
"Crescer? Não, não vai me ajudar a crescer . Só me colocaria numa categoria que nunca
escaparei. Interpreto um anjo .Ninguém vai querer me ver com outra mulher!"
"Hollywood está evoluindo," tentou Eric de novo.
"Que se foda a evolução de Hollywood, Eric!" gritou Julianne. "Não cairei nesta armadilha de
merda!"
Eric Moura suspirou de novo . Estava acostumado com o temperamento de Julianne. Era
legendario. Hoje devia estar de bom humor. "Bom, boas notícias," disse, tirando um papel de
sua carteira. "Guardian quer renovar seu contrato por mais duas temporadas. Aceita?"
"É claro," Julianne disse, ainda estava furiosa pelo tema anterior. Lésbica? Não podia
interpretar uma lésbica!
"Tá." Entregou-lhe os papéis. "Pode revisar os detalhes com seus advogados. Já mandei uma
cópia pelo fax." Se levantou. "Se eu consiguir melhores ofertas, te aviso. Enquanto, pensa bem,
Julianne. Ao menos lê os roteiros."
Julianne acompanhou o homem até a porta, folheando os papéis em sua mão. "Se eu tiver
tempo" murmurou e fechou inesperadamente a porta atrás dele.
Voltou à sala e pegou um dos roteiros. Era entitulado A Robô's Diary não era o da lésbica. Assim
que ficou olhando o outro com o título Summer's End , escrito por Amy Robins. Julianne abriu
a primeira página, onde notou que a personagem de Elizabeth Doyle estava ressaltado em
amarelo.
Julianne balançou a cabeça e fechou o roteiro, mas parou ao ver a localização. Cidade de Nova
York… Kris… e jogou o roteiro pela sala. Bateu contra as persianas verticais. Furiosamente,
correu para seu quarto e fechou inesperadamente a porta.
Não interpretaria uma lésbica. De nenhuma forma. De jeito nenhum.
20
Kris olhou-se no espelho e inclinou a cabeça de um lado. Sua mãe tinha escolhido o vestido
mais horrível de toda a loja . Era verde água e tinha lantejolas vulgarmente dispostas em forma
de sereia. Nem condenada iria usar isto em público. Já foi o bastante ter que experimentar para
ela ver.
Engolindo seu orgulho, saiu para enfrentar os críticos.
Sari sorriu e assentiu com aprovação. "Olha que linda . Muito bonito."
Leigh tinha um olhar de óbvio desgosto e seguia negando com a cabeça, pronunciando, "Nem
pensar" silenciosamente.
Kris olhou, depois para sua mamãe. "Não gostei deste, mãe," comentou. "Quem sabe algo mais
discreto.l."
Sari assentiu. "Vamos continuar procurando. Temos toda a tarde para te conseguir um vestido
bonito para a formatura."
Por favor, Deus, faz o mundo acabar agora mesmo. Kris voltou para o provador para tirar o
pesadelo número sete e colocar a sua própria roupa . Detesto fazer compras. Acho que todos os
shoppings deveriam fechar.
" onde?" perguntou Kris, despreocupadamente, seu tom de absoluto desespero. Nem queria ir à
formatura de Nathan. Já tinha sido suficiente infernal a sua própria formatura. Estou sendo
egoísta. Nathan foi um verdadeiro cavalheiro indo na minha. Resignada a seu inevitável destino,
seguiu a sua mãe para outro lote de vestidos . Miss Entendiada.
Sari pegou um vestido vermelho, mas uma olhada no preço fez-lhe deixá-lo. "Não há nada
barato por aqui?" olhou ao redor.
Kris impediu-se de suspirar audivelmente. Esse era o problema número dois. Seus pais já tinha
bastante gasto com sua faculdade e apartamento, sem mencionar suas própria despesas, e as
necessidades de Dimitri. Não podiam se permitir gastar trezentos dólares num estúpido vestido
de festa.
"Fez mal ter dado o velho," comentou Sari.
Kris só assentiu.
Leigh levantou um vestido que estava em promoção era preto. "E este?"
"É bonito," disse Kris, indo inspecioná-lo. Era suave. Suave era bom. E era sexy. Nathan ia
gostar. Olhou para sua mãe.
Sari veio e pegou o vestido em suas mãos. O sustentou diante de Kris. "Vai provar ele. Enquanto
procuramos outros."
Kris foi outra vez para o provador. Já estavam a três horas procurando um vestido e Kris estava
pronta para desmaiar. Por favor, entre. Por favor, fique bonito. Eu quero ir embora.
Tirou sua roupa e vestiu o vestido. Kris olhou-se criticamente. Era bastante justo realçava suas
curvas . E mostrava a quantidade correta de decote, o suficiente para fazer feliz o Nathan, mas
não o bastante para dar um ataque cardíaco em Carlos. Gostava particularmente da abertura do
lado, permitindo exibir a quantidade justa de sua perna. Felizmente, não o suficiente para lhe
fazer parecer uma vadia. Kris estava satisfeita. Colocou o cabelo atrás da orelha e sorriu. Espero
que gostem.
Leigh assobiou e aplaudiu no momento que viu Kris. Eu gostei."
Sari virou o dedo, indicandoa Kris que desse uma voltinha. Satisfeita, concordou e sorriu.
"Perfeito."
Aliviada, Kris voi tirar o vestido. Seu tormento tinha chegado ao fim. Agora podemos ir para
casa. Voltou a pôr o vestido no cabide e uniu-se a sua mãe e sua amiga. Entregou o vestido a
Sari e observou a sua mãe ir pagar.
"Nathan vai morrer quando te ver," comentou Leigh com um sorriso. "Ficou incrível nele."
Kris "Só me alegro que a busca tenha terminado."
Leigh sorriu. "Agora falta encontrar os sapatos."
Querida Julia,
Hoje fui e voltei do Inferno. Fui comprar um vestido para ir a formatura
do meu namorado não foi nada divertido. Mas isso nem foi o pior.
Comprar vestidos leva a comprar sapatos, que levou a comprar
maquiagem e que terminou finalmente na roupa intima. Não sei por que
minha mãe fez questão de que eu comprasse calcinha nova. Até parece
que Nathan iria ver. Nem ninguém mais pelo que sei.
Tenho que ir à formatura de Nathan na próxima semana. Não estou com
nenhuma vontade de ir. Já tive a minha e sobrevivi para contar. Me
sentiria culpada não indo, pois Nathan foi à minha. Mesmo assim, não
tenho vontade de ir. Nathan vai alugar uma limosine com alguns de seus
amigos. E detesto seus amigos. São tão odiosos e imaturos.
Provavelmente passarão a noite bebendo latas de cerveja e amassando na
cabeça para exibir-se.
Mal posso esperar por isto.
Chega de falar disto, já foi tormento demais para um dia.
Sobre outros temas não-tão-relevantes. Devo admitir que levei um tempo
para me acostumar com à ideia de que William (meu irmão) é gay. Não é
que me envergonhei nada disso. Suponho que foi pelo fator surpresa.
William sempre foi muito mascúlo, nunca pude pensar nele com outro
homem,rss.
Também foi devido em parte ao fato que eu nunca tinha conhecido
ninguém que era gay. Sei que é bastante estranho, vivendo em Nova
York e tudo. Quero dizer, vi gays antes. Mas nunca fui amiga de um. E
ver William saindo do armário me deixou um pouco confusa. Mas já
superei. Fui visitar ele e passei e conheci seu namorado, Mark. Eles
ficam bem juntos. E, apesar da reação da família, está feliz.
Oh, esqueci de falar, sou de Porto Rico. Bom, meio portorriquenha, ao
menos. Minha mamãe nasceu lá mas mudou para Nova York quando
tinha quatro anos. Meu pai (biológico) é italiano, mas foi criado nos EUA.
Ele não fala muito italiano e me envergonha dizer que eu também não.
Mas falo espanhol fluente, ainda que o inglês é minha primeira língua.
Minha mãe quis que o aprendesse bem.Mas deixou passar com meu
irmão, Dimitri. Ele entende o idioma mas não gosta de falar com
freqüência.
Já estou de novo falando demais. Geralmente não escrevo tanto, vou
assumir que é, de algum modo, culpa sua.
Meu artista favorito é Salvador Dalí. Ouviu falar dele?
sua amiga,
Kris
Após pulsar enviar, digitou "The Indian Serenade" num buscador da Internet e pressionou
entrar.
Um momento depois, encontrou o poema.
Kris sorriu diante das palavras. Que doce. De repente lembrou algo e abriu um e-mail novo.
Para Julia.
Não me disse o que procura numa garota?
O enviou e desligou o computador. Depois de ler o poema favorito de Julia, "Sonhar Contigo".
Sorriu com seu pensamento.
Leigh levantou às quatro e meia da manhã, e encontrou sua melhor amiga no sofá. Bocejou e
ficou olhando Kris silenciosamente. "Que está fazendo?" perguntou finalmente.
Kris mostrou o livro que estava lendo. "Oi, bom dia," disse. "Tem café na cafeteira."
"Obrigada," respondeu Leigh, não se movendo do lugar que ocupava. "Mas,o que está fazendo?"
Kris levantou o livro. "Lendo."
"Às quatro e meia?"
Kris encolheu os ombros. "Decidi ficar acordada para ver o dia nascer" respondeu
preocupadamente.
Leigh piscou algumas vezes, repentinamente segura que entre sua cama e a sala tinha
entrado, de algum modo, num universo paralelo. "Está brincando?."
"Não."
"Preciso de café," murmurou Leigh, indo à cozinha. "É muito cedo para está loucura."
Enquanto Leigh preparava uma xícara de café, Kris voltou ao livro. Não estava completamente
segura o que tinha levado a comprar The Remains of the Day. Mas quando passou por uma
livraria a caminho da faculdade viu o livro entre outros . Kris tinha tomado como um sinal.
Não mencionou, que sentia suma curiosidade por sua nova amiga. Já estavam trocando e-mail
algumas semanas mas, de algum modo, Kris sentia que não era bastante. Desejava saber mais.
Por que Julia gostou tanto este livro, por exemplo. Kris tinha conseguido chegar à metade.
Tinha esperado algum tipo de ação ou trama. Mas era só um mordomo inglês falando de quanto
tinha adorado servir a seu amo. E algo sobre uma viagem para algum lugar. Kris não estava
certa.
Leigh sentou-se ao lado de Kris uns minutos depois. Engoliu a metade da xícara e suspirou com
alívio. "Bom, o que está acontecendo?" perguntou Leigh. "Quero dizer, o fato de querer ver o
amanhecer já é bastante extravagante.E está realmente lendo um livro, Kris. E,
voluntariamente. Está me deixando com arrepios."
Kris olhou para cima. "Estou tentando ser mais literária."
Leigh assentiu. "Ficou louca, "Aquela sua explosão de semanas atrás foi o início de sua loucura."
"na realidade, sinto-me bem," disse Kris, fechando o livro. "Quando foi a última vez que viste o
dia nascer, Leigh?"
"Oh, todos os dias indo trabalhar."
Kris sorriu e assentiu. "Sim, mas parou para olhar? Pensou, 'Uau, que maravilhoso espectáculo.
Um verdadeiro milagre de Deus?"
Leigh engoliu o resto do café e olhou para Kris. "Você entrou em alguma seita, pode me dizer?
Uma do tipo horripilante ? Suicídios em massa, túnicas longas, lavagem cerebral, etc?"
Kris suspirou, agarrando o livro. "Não importa."
Leigh pôs a mão na testa de Kris. "Não tem febre," disse. "Mostra a língua."
Kris afastou a mão de Leigh. "Não tem que ir trabalhar?"
"Acho que vou dizer que estou doente."
"Mas não está doente."
Leigh se levantou e foi para a cozinha para levar a xícara. "Mas tu claramente está. Que esta
acontecendo contigo? Primeiro foge do Nathan, uma ação que teria apoiado sinceramente se não
tivesse ficado louca de preocupação. Depois, durante as últimas semanas tem estado como…
diria aérea."
"Aérea?" repetiu Kris, olhando por cima de seu ombro para a cozinha.
Leigh pegou sua mochila da parte de trás de uma das cadeiras. "Sim, aérea," disse, já colocando.
"Que bom saber que estou bem ventilada."
Leigh olhou para cima. "Tá bem, talvez aérea não seja a palavra certa. Mas isso não te exime
deste seu comportamento estranho. Não estou entendendo porque quer ver o amanhecer de
repente. E porque… está lendo."
Kris riu. " atuar é a segunda lição que se aprende na aula de teatro?" perguntou.
"Sim," respondeu Leigh. "Como faço?"
"Levantou ambos polegares, Kris. "Vai chegar tarde."
Leigh assentiu, pegando suas chaves . "Estou indo. Vou proporcionar estimulantes legais às
massas ansiosas. Até a noite."
Kris se despediu e devolveu sua atenção ao livro. Mas não podia se concentrar. Levantou-se do
sofá, foi até a varanda onde o céu estava começando a clarear. Que estranho que uma atividade
tão peregrina lhe fizesse sentir tão livre de repente.
Talvez Leigh tivesse razão, estava agindo estranhamente. Mas sentia-se muitíssimo melhor.
Ultimamente tinha tido mais confiança e um crescimento de seu ego.
E não estava entendendo o por que.
Querida Julia,
Isto pode soar um pouco estranho, mas fiquei acordada para ver o
amanhecer. Leigh acha que fiquei louca. Na realidade, acho que a perdi
um pouco a cabeça. Mas sabe, foi tão lindo. Não pude ver muito com
todos os edifícios no meio. Estou certa que seria mais impressionante ver
da praia. Mesmo assim, fez-me pensar sobre a direção de minha vida. Ou
a falta da mesma.
Quero dizer, a vida fica tão limitada pela carreira que se escolhe. Nem
sequer vai ter trabalho e dinheiro. Vai ter uma identidade. Doutor.
Artista. Advogado. É deprimente, todos nos convertemos em palavras que
nem sequer conjuram uma imagem completa de quem somos. Só nos
convertemos em estereótipos. Doutores ricos. Artistas egocêntricos.
Advogados sanguessugas.
Ontem fotografei um pássaro. Não soube por que nesse momento acho
que, inconscientemente, tinha vida própria. Porque uma criatura
supostamente menor era mais livre que eu. Mas acho que é o que faz os
animais mais majestuosos. Têm liberdade inata. Os humanos adora se
confinar em caixas mais e mais pequenas. E tudo o que podemos fazer é
buracos e esperar que o ar passe através.
Provavelmente não estou dizendo nada que faça sentido. Acho que agora
estou começando a sentir como você)
Hoje, irei a um museu. Gosto de passear, ver as pinturas me enchem de
paz e esperança para o futuro. Como tu e teus poemas. Tem razão, o
mundo às vezes é muito barulhento. Tem que apertar o botão de silêncio
de vez em quando.
sua amiga,
Kris
17
Adrian passou a mão por seu cabelo já impaciente. "Podemos ir?" perguntou pela nona vez
desde que tinham chegado.
Julianne só sorriu, indo ver outro quadro. "Onde está seu sentido cultural, Adrian?"
perguntou-lhe. Assinalou uma pintura de natureza morta. "Quero dizer," Procurou o adjetivo
adequado.
"Incrivelmente aborrecido," Adrian completou para ela. " por que estamos aqui? Achei que íamos
ver um filme."
Julianne balançou a cabeça, chateada pela atitude de seu melhor amigo. "Podemos ver um filme
depois. De todas formas, é tudo o que sempre fazemos. Ver filmes, fazer filmes. Quero dizer que
precisámos fazer outras coisas de vez enquando." Seguiu andando.
Adrian foi andando atrás dela. "Acho que a fama está começando finalmente a deteriorar teus
sentidos. Quando acabar de filmar Guardian, acho que deveríamos viajar para bem longe"
Julianne parou e se virou. "Eu concordo ."
"Vês, isso é o que gosto de ouvir," respondeu Adrian com um sorriso fácil. "Onde quer ir?Egito?
Grécia?"
"Nova York!" respondeu Julianne rapidamente.
Adrian piscou um par de vezes os olhos. "Mas acabamos de voltar de Nova York."
Julianne considerou. "Mas há tanto que fazer lá. "Museus para visitar… parques que percorrer…
" Gente que espreitar. Franziu a testa diante o seu pensamento. Estou perdendo a noção. Ainda
franzindo o rosto, começou a caminhar por várias pinturas.
"Perdeu o que," murmurou Adrian, andando mais rápido para capturá-la. "Jules, o que está
acontecendo?Tem algo que queira falar?"
Julianne balançou a cabeça dizendo . "Não, vamos ver o filme," respondeu, indo para a saída. De
todas formas, o que lhe tinha impulsionado a visitar um museu? Se recordou do e-mail da Kris
sobre ir a um museu nesse dia. Bom, não sei. Que está acontecendo comigo? "O que quer ver?"
perguntou, quando chegaram no carro.
Adrian ficou olhando os olhos azuis de Julianne com uma mistura de curiosidade e confusão
absoluta. Estava agindo estranhamente. Algo estava errado. "Dá no mesmo," respondeu
descuidadamente, entrando no lado do passageiro do Rav4. "Bom, que fez nessas semanas
passadas?"
Julianne encolheu os ombros indiferentemente. Deu a partida e saiu do estacionamento, não
completamente segura de onde ir. Imaginou que pararia no primeiro cinema que encontrasse.
"Nada. Filmei, comi, dormi. O de sempre. Como vai seu filme?"
"Excelente," respondeu, com emoção. "Realmente sinto que tenho possibilidade de ganhar o
prêmio. Julianne sorriu. "Isso é muito legal, Adrian. Não posso esperar para ver."
Adrian assentiu. Eu sabia que algum dia estaria ao lado de Julianne recebendo um Prêmio . E
se não estivesse, ao menos ela estaria subindo lá. "E o que mais?" perguntou.
"Bom, tenho trocado e-mails com uma pessoa," falou, seus olhos enfocados no caminho. Não
tinha certeza se contava sobre o teor das conversas, porque sabia que Adrian iria ficar zoando
com ela. Mas não dizer ia ser pior.
Agora estamos chegando em algum lugar, pensou Adrian. "E 'esta pessoa' tem nome?"
perguntou.
Julianne jogou-lhe uma rápida olhadela e sorriu. "Seu nome é Kris," disse-lhe. "E antes que
tenha esperanças, tem namorado."
"Maldição," disse. "Não pode me encontrar uma solteira?"
"Engraçadinho."
Adrian considerou esta nova informação. "Se tem namorado. Ela é de onde? Como a conheceu?"
Julianne disse. "Peguei seu email do cartão que me atirou. Desejava dizer-lhe quanto gostei de
sua pintura. Então continuamos a trocar e-mails, ela é muito simpática."
Bingo.É claro que Julianne escolheria uma garota hetero que vivesse do outro lado do país.
"Alegra-me que tenhas uma nova amiga," disse. Afogou um suspiro. Por alguma razão, teve um
sentido iminente de desastre.
Querida Kris,
Espero que tenha encontrado o bem-estar que procurava hoje, entre
rascunhos intermináveis de pinturas e esculturas. Alegra-me que tenha
gostado do amanhecer. O perdi quando estive em Nova York. Quem sabe
em minha próxima viagem.
Sei o que quis dizer sobre ficar limitada pela própria carreira. É como se
já não fosse você mesmo. És fulano, arquiteto ou a profissão que decida
(ou te encontres). Deprimente.
Diga algo que ninguém sabe que fez?
sua amiga,
Julia
Kiara tocou a água com seus dedos, olhando as ondas intensamente como se esperasse que algo
mágico ocorresse. Mas o líquido acalmou-se momentaneamente e a anjo olhou para longe.
Suspirando, olhou para quem tinha seu futuro nas mãos. "Cody," sussurrou.
Ele se virou de repente, olhando, seguro de ter ouvido seu nome. Seus olhos se abriram mais.
"quem está aí?"
Falou no silêncio da noite. Afastou-se da borda da água. Agora visitava o lago frequentemente.
Fazia-lhe sentir mais perto do que tinha perdido. Abriu a boca, então começou a rir. "Sinto,
esqueci minha próxima fala."
Cortem!" gritou Gina Loeb e não pela primeira vez. "Max, por bilhonésima vez, agora não tem
fala."
Julianne olhou para o céu. Por que tinham escolhido a Max Trouy ele era um mistério. Era
bonito, mas o garoto não sabia atuar parecia que sua vida dependia disso. Já tinham feito 10
vezes a mesma cena e Julianne estava desesperada.
Max assentiu. "Sinto," se desculpou.
Gina suspirou, repasando suas notas para a cena. Levantou a vista. "vamos parar para almoçar,"
anunciou.
Julianne enviou uma silenciosa oração para quem estivesse escutado suas súplicas e foi para
seu camarim. Três cartas esperavam sua chegada. Não tinha lido mais cartas de fãs desde as
primeiras três que tinha aberto. Todas descansavam agora em uma caixa, pegando pó. Os três
novos e-mails já imprimidos uniram-se aos outros.
Desfez-se de suas asas e se sentou no sofá com um suspiro. "Que dia. E nem sequer passou a
metade." Agarrou o seu computador "Por favor, anima-me, Kris,"suplicou à tela enquanto
esperava que carregasse seu e-mail. Um lento sorriso cruzou seus lábios quando viu a nova
mensagem em sua caixa de mensagem.
Querida Julia,
Algo que ninguém saiba de mim? Espero que isto não faça voltar e me
batam no traseiro. Se começar a receber bilhetes dizendo, "Sei o que
fizeste no verão passado," vou saber que é você.
Deixa-me pensar. Ninguém sabe isto. Não sequer Leigh. Eu trai Nathan
faz alguns meses. Foi realmente estúpido. Estava nesta festa da NYU e ali
estava ele. E acho que eu tinha bebido um pouco a mais porque ele
começou a me parecer muito bom, ainda que agora lhe vejo e me
pergunto que infernos estava a pensar. De todas formas, fiquei com ele.
Nunca tinha dito a ninguém!! Além disto sinto-me tão horrível por isso.
Não sei que aconteceu. Nathan e eu tínhamos brigado e eu me sentia
realmente deprimida…
Mas isso não é desculpa.Espero algum dia deixar de sentir-me culpada
por isso, mas duvido.
O que ninguém sabe de ti ? Agora que despi minha alma.. Oh! O que
procuras num garoto? Sinto curiosidade.
sua amiga,
Kris
Julianne franziu a testa com o último parágrafo. Poderia dizer sinceramente e matar dois
pássaros com um tiro. Ou poderia mentir. Pensou. Kris não sabia quem era ela assim não ia se
importar se sabesse algo pessoal dela. Por outro lado, se Kris descobrisse que era ela, poderia
dizer aos meios de comunicação. Mas quem ia acreditar nela? Tinha os e-mails… Mas quem
acreditaria?Poderia dizer a Nathan que sua namorada lhe enganou.
Suspirou, olhando a janela de resposta .
Uma batida na porta interrompeu sua tomada de decisão. "Sim?" disse.
"Seu almoço, Srta. Franqui," disse algúem torpemente. Estava na porta segurando uma
bandeja de plástico e uma garrafa de água.
Julianne cabeceou para a mesa a sua direita. "Põe aí." Olhou de novo para tela do computador.
a pessoa obedeceu seu desejos e saiu sem dizer uma palavra.
Sozinha uma vez mais, Julianne mordeu os lábios. Foste sincera até agora com ela, se começar
a mentir agora, qual é o sentido de manter a amizade?
Querida Kris,
Prometo que não receberás bilhetes ameaçadoras, ao menos de mim. Não
acho que devesses te sentir tão culpada pelo que aconteceu. Essas coisas
acontecem. é jovem.
Julianne deixou de escrever . "Que inferno não sou, Sua mãe?"
Apagou as últimas duas frases e continuou.
Também prometo não dizer a ninguém seu pequeno segredo. Mesmo que
a CNN derrube minha porta e tortura-me durante horas sem fim, não
divulgarei nenhuma informação referida a sua pequena traição na festa
da faculdade.
Mas agora sério, obrigada por confiar-me a informação. Estou segura que
se deve em parte o fato que não nos conhecemos, te sentes a salvo. Mas
da mesma maneira, não me conhece. Por tudo o que sabe, poderia eu ser
Nathan disfarçado. Eh, não se preocupe, não o sou...
Equanto a mim, bom… tenho um segredo. Mas uma pessoa sabe, assim
que suponho que isso anula que 'ninguém o sabe' . Mesmo assim, acho
que é algo que deveria saber.
Julianne olhou fixamente a tela, insegura de como proceder.
"Exactamente o que escrevo?" perguntou-se em voz alta. "Sou gay?Sou
lésbica? Sou homossexual? "Por que é tão difícil sair do armário?"
Inspirou profundamente.
Gosto de mulheres.
"Muito,"disse para si.
Os garotos, não tanto. Ao menos não sexualmente. Um cara é meu
melhor amigo e vou amá-lo pra sempre. Simplesmente… não é meu tipo.
Bom, suponho que isso responde sua pergunta sobre que procuro num
garoto.
Espero que a revelação não te faça sumir.
sua amiga,
Julia
Seu dedo oscilou sobre o botão de 'enviar'. Que tenho a perder? Não é como se fôssemos
melhores amigas .
Mesmo assim, duvidou.
"É uma covarde," disse para si. E antes que pudesse mudar de idéia, clicou enviar.
18
"uau."
Leigh desviou o olhar da televisão. "Notícias de seu pai?"
Kris parou de ler o e-mail de Julia e balançou a cabeça. "Não, esta garota que conheci semanas
atrás. É gay."
" E isso é novidade?" disse Leigh , sua atenção voltou à TV. "É um segredo que está lentamente
sendo revelado pelas pessoas. Como a maré. Uma grande maré gay, pronta para converter tudo
a seu passo."
Kris riu do comentário de sua amiga. , retornando ao computador. Que estranho vivi vinte anos
de minha vida sem conhecer nenhuma pessoa gay e, de repente, estão por todas partes. "
"Agora precisa conhecer alguém bisexual," comentou Leigh. "Tem um irmão gay, conhece a
misteriosa ciber lésbica e a garota hetero. Ainda falta um."
"Quer ser bi?" disse Kris.
Leigh considerou "Sabe, até podia ser, mas acho que minha personagem funciona melhor como
hetero, não acha?"
"A hetero de Brooklyn com sotaque sulista?"
Leigh sorriu abertamente. "Vou mudar meu nome para Mary Sue. Ou Billie Jo."
Kris riu. "Precisa de uma séria terapia." Voltando ao assunto, clicou em responder.
Querida Julia,
Alegra-me saber que meu segredo está seguro contigo. E obrigada por me
dizer algo tão intimo . Admito que não esperava, mas me sinto honrada
que me revelou algo que só disseste a uma outra pessoa.
Meu irmão saiu do armário faz algumas semanas. A família não aceitou
bem. Praticamente têm-lhe repudiado. A última vez que fui ao
apartamento de meus pais, tinham tirado todas as fotos que ele estava .
Desejaria que aceitassem mas a religião tem profundas raízes em minha
cultura. Praticamente é uma causa perdida.
De todas formas, não queria sair pela tangente. Vou refazer minha
pergunta original. Que procura numa garota?
Devolveram-me meu ensaio na sexta-feira, o de Shakespeare. Fui
aprovada. Por sorte, foi o último do semestre. Não terei mais ensaios. E
nem mais aulas de língua inglesa para mim! teria me encantado com sua
ajuda se tivessemos nos conhecido antes. Teria gostado de sua ajuda
nesse trabalho.
Bom, Srta. Poeta, qual é o seu poema favorito?
sua amiga,
Kris
"As vezes fico pensando como seria ela," disse Kris pensativamente, olhando em nenhuma parte
em particular. Tinha-se posto em seu lugar preferido na sombra, suas obras orgulhosamente
exibidas. Até agora ninguém tinha comprado nada, mas tudo bem. Ainda era cedo.
Leigh soltou um longo bocejo e esticou-se. "Quem?" perguntou finalmente, ausentemente
olhando sua revista.
Kris a olhou por um momento, então balançou a cabeça. "Julia," respondeu finalmente,
olhando ao longe. Ficou olhando durante um par de segundos a pessoa com uma venda nos
olhos fazendo malabares com garrafas de refrigerante, antes de voltar o olhar para Leigh. "A
garota da Califórnia."
"Pede uma foto," sugeriu Leigh. "Como conheceu está moça, ? Nunca me contou ."
De repente Kris deu-se conta de algo. "Conhece-la!" exclamou emocionadamente. "Comprou
meu desenho. Sabe, umas semanas atrás, quando te deixei a cargo de vender?"
Leigh parou para pensar. balançou a cabeça e sorriu. "Não foi uma garota. Foi um cara. Um
homem real, e muito sexy." Franziu a testa de repente. "Sabe, inclusive dei-lhe meu número
mas nunca me ligou." Gelou-se, de repente tendo um ataque de pânico. "Espera, e se era ela.
Disse que era lésbica. ! Oh, que merda!! Oh, Deus meu, acho que posso ser gay."
Kris piscou um par de vezes, repentinamente desconcertada. Leigh deu nosso telefone para
Julia? Franziu a testa, relembrando. "Um cara ligou uma vez," disse Kris de repente, se
lembrou. "Achei que era engano! Foi durante aquele desastre com William, não me ocorreu
perguntar com quem queria falar."
Leigh fez uma pausa em seu pânico. "Está certa que era um homem?"
"Bom, tinha voz de homem," respondeu Kris. Não podia ter sido uma mulher, balançou a
cabeça. "Agora quem sabe." Bom, que aspecto tinha?"
" de um rapaz muito sexy!" falou Leigh, golpeando a cabeça contra a mesa. Parou. "Oh, espera,
espera. Acabo de recordar algo. Quando se afastou de mim, foi a uma garota e lhe deu o seu
quadro." Assentiu, de repente parecendo aliviada. " essa era, provavelmente, a moça que
conhece. O que significa que dei meu número a um rapaz." Suspirou com alívio.
Kris considerou esta nova informação. "Bom, então que aspecto tinha a garota?"
Leigh enrrugou a cara com profunda concentração. "Uh, não lembro," disse . "Acho que era
loira. Estava ocupada olhando para a bunda dele."
"Que passa com as pessoas e as bundas?" perguntou Kris.
Leigh suspirou. "É mais que uma bunda, minha querida Kristina. É… Bom, Sobretudo quando
são duras e firmes. Ñam-ñam."
"Que asco, Leigh," respondeu Kris. "Que horrivel. Acabas de dizer ñam-ñam para uma bunda.
"Firme e deliciosa…"
Kris levantou a mão. "Chega disto."
Leigh riu. "Quando ele ligou e pensou que era engano? Maldição. Esse poderia ter sido o
princípio de uma história de amor." "Oh, bom, talvez da próxima vez. É amigo de sua amiga?"
Kris lembrou de alguns dos e-mails de Julia. "Disse que seu melhor amigo era hetero.
Provavelmente era com ele que estava." Ficou um pouco triste. Se não tivesse deixado a Leigh
sozinha na mesa. Poderia ter conhecido Julia pessoalmente. "Bom, é loira .É tudo ?"
"Realmente não me recordo," respondeu Leigh. " faz tempo. Se eu soubesse que era importante,
teria prestado mais atenção. " Sorriu de repente de algo na revista. "Vamos fazer este teste.
Revelará se Nathan e tu são feitos um para o outro."
Kris jogou uma olhadela. "O Que é isso, " perguntou.
"Silêncio," falou Leigh. "Pergunta um. Quando tu e seu namorado sai para um passeio
romântico, normalmente que te passa pela mente? A) Não posso acreditar que seja tão
romântico, é definitivamente perfeito para mim. B) Uau! Olha que rapaz bonito aquele, ou
C)Pergunto-me que será que vai passar a noite na TV?"
Kris olhou para cima. " isto é realmente necessário?"
"Claro que sim," respondeu Leigh. "Agora escolhe uma."
Kris suspirou e pensou. Definitivamente não era A, mas também não era B. Podia recordar
várias vezes quando seus pensamentos derivaram a outros temas. " C," disse.
Leigh fez uma marca na página. "Mmhmm. Pergunta dois. Na cama, meu namorado é A) O
coelhinho da Duracell B) Nunca dormiu com ele ou C) Têm Sozinho." Leigh "Suponho que
sabemos a resposta dessa."
Kris olhou ao céu de novo. "Quantas perguntas tem?"
"Só cinco, " aclarou a garganta. "Pergunta três. Sempre que meu namorado não está proximo de
mim, eu me sinto: A) Como se o mundo fosse acabar. B) Contente de que não esteja perto para
poder olhar para outros ou C) Bom. Tenho um monte de coisas para manter-me ocupada."
Kris suspirou. "C."
Leigh continuou. "Pergunta quatro. Quando estão juntos, meu namorado: A) Sempre escuta e
se importa com o que tenho a dizer. B) Fala mais que o necessário C) Acha que o mundo gira a
seu redor."
"Definitivamente C," respondeu Kris.
"Uma mais. Pergunta cinco. Acima de tudo, sinto que: A) Estou completamente apaixonada, é
absolutamente perfeito! B) Há outros peixes no mar, ou C) Mereço algo muito melhor que isto."
Leigh ficou olhando a Kris com expectativa.
Kris franziu a testa, não desejando responder. Nathan pode não ser perfeito, mas é tudo que
tenho.
Leigh olhou para o céu. "Seus resultados são a maioria C, quer dizer o seguinte: Está
obviamente se conformando com menos do que merece! Larga desse perdedor antes que o amor
de sua vida passe a seu lado e você não o veja." Leigh levantou a vista com um sorriso satisfeito.
"Viu?"
"Tá. Minha vida foi decidida pela análise profissional de uma revista."
Leigh "Que assim seja," disse. "Mas pode ser mais com outro do que com Nathan. É um canalha
total."
"Oh e suponho que sua vida transborda garotos perfeitos."
"Estou procurando," respondeu Leigh.
Kris olhou de novo ao malabarista de antes. "E se não o encontro, então o que acontece?"
Leigh riu. "Então procura outro como sua melhor amiga."
19
Julianne passeou nervosamente diante do computador. De alguma forma tinha conseguido
evitou checar seu e-mail uma semana, mas sua paciência estava começando a se esgotar. Estava
com medo da reação de Kris. E se me insultou?E se ficou tão enojada que não vai me
responder? Suspirou tristemente. E se deixou de ser minha amiga.
O diabinho falava em seu ombro .E por que se importa se nunca mais falar com você? Vivia
perfeitamente bem antes dela aparecer. Não ia perder nada se não voltasse a falar contigo.
Mas Julianne sabia que não era verdade. Além de Adrian e sua avó, nunca tinha conhecido
ninguém com quem pudesse se abrir. Inclusive quando estava online com alguém, sempre
eram conversas de uma única vez. Nunca chegavam a nada. Mentia a todas, de todas formas.
Mas Kris… Kris era diferente.
Julianne soltou um profundo suspiro e parou em frente de seu notebook. Moveu o cursor pela
tela até que entrou em sua caixa de mensagem. Para seu alívio e temor, tinha e-mail de Kris.
Abre, pensou. Acaba já com está agonia.
Contou até cinco e então clicou no e-mail. O leu por cima. Uma vez. Duas vezes. Piscou um par
de vezes e sorriu. "Não se importa!" gritou alegremente. Começou a dançar pela sala, quase
tropeçando no tapete.
Voltando ao computador, clicou responder. Julianne não podia acreditar e como estava aliviada .
"Sou incrivelmente boba ," agregou, agitando a cabeça. Mas não se importava particularmente,
porque estava feliz. "Estou segura que teriam pago uma macarronada por uma cópia dessa
minha atuação."
Refeita de sua emoção, começou a digitar.
Querida Kris,
Estou tão aliviada que minha sexualidade não seja problema. Admito que
fiquei um pouco nervosa por ter te falado.
Lamento a reacão de sua família à notícia de seu irmão .Deve ter sido
muito difícil para ele sair do armário antes . Mas foi bom que não o
rejeitou também. Estou certa que significou muitíssimo para ele saber
que tem seu amor e apoio. Sei como é importante ter alguém que nos
aceite o Adrian é está pessoa para mim e ele nem sequer é da família.
Certamente a minha reagiria da mesma maneira que a sua, ainda que
por razões diferentes.
Sou de uma família de classe média alta e elas (minha mãe e irmã
sobretudo) são o tipo de gente que não fazem nada errado pensando no
que os outros iriam pensar . Se chegassem a saber de mim… bom, o
mundo acabaria em minha casa. Nem sequer acho que sejam
homofóbicos. Eles levam muito a sério a sua posição social para pensar
por eles mesmos.
Quem vai sair agora pela tangente?Falou de sua cultura… do que se
refere? Cada vez que leio um de seus e-mails me dou conta o pouco que
sei de ti.
Meu poema favorito. Não podia me perguntar algo mais simples? Tem
tantos que adoro. Mas posso escolher um para ti. Escolho The Indian
Serenade de Percy Bysshe Shelley. Gosto particularmente da primeira
estrofe. Tenho fascinação pela poesia romântica, acho que já te falei
isto.
Bom, quem é seu artista favorito?
sua amiga,
Julia
"Trouxe dois roteiros para ler," disse Eric Moura, entregando a uma impaciente Julianne.
Seu agente tinha aparecido em sua casa pela manhã para falar de seus próximos papéis. Olhou
o primeiro roteiro e depois o outro.
"Filmam-se ao mesmo tempo," continuou Eric. "Começa após a estréia de Guardian , assim terás
que escolher um ou outro."
Julianne olhou um dos roteiros, não lendo particularmente nada. "Bom, qual é o melhor?"
Eric suspirou, passando a mão por seu desarrumado cabelo castanho. Ajustou seus óculos com
um dedo. "Francamente, não sei. Um é um papel excelente, mas pode ser um pouco mais
polêmico que o outro."
Julianne levantou a vista. " O Que quer dizer?"
"A personagem é lésbica " respondeu Eric .
Julianne olhou-lhe fixamente. "Absolutamente não, Eric," respondeu em seguida.
"Sabia que poderias dizer isso," disse, parecendo um pouco frustado "Mas é um excelente
roteiro e a personagem é verdadeiramente notável. Definitivamente para ganhar o Oscar."
"As lésbicas não ganham Oscar em Hollywood," lhe informou Julianne, colocou os dois roteiros
do lado. "Qual é o outro papel?"
"Um robô," respondeu ele.
Julianne suspirou. " Está brincando? É tudo que conseguiu? Uma lésbica e um robô? Que tipo
de lixo é este?"
Eric balançou a cabeça. "Ambos são papéis bons," disse em sua defesa. "Ainda que sinto que o
papel da lésbica pode te ajudar a crescer artisticamente."
"Crescer? Não, não vai me ajudar a crescer . Só me colocaria numa categoria que nunca
escaparei. Interpreto um anjo .Ninguém vai querer me ver com outra mulher!"
"Hollywood está evoluindo," tentou Eric de novo.
"Que se foda a evolução de Hollywood, Eric!" gritou Julianne. "Não cairei nesta armadilha de
merda!"
Eric Moura suspirou de novo . Estava acostumado com o temperamento de Julianne. Era
legendario. Hoje devia estar de bom humor. "Bom, boas notícias," disse, tirando um papel de
sua carteira. "Guardian quer renovar seu contrato por mais duas temporadas. Aceita?"
"É claro," Julianne disse, ainda estava furiosa pelo tema anterior. Lésbica? Não podia
interpretar uma lésbica!
"Tá." Entregou-lhe os papéis. "Pode revisar os detalhes com seus advogados. Já mandei uma
cópia pelo fax." Se levantou. "Se eu consiguir melhores ofertas, te aviso. Enquanto, pensa bem,
Julianne. Ao menos lê os roteiros."
Julianne acompanhou o homem até a porta, folheando os papéis em sua mão. "Se eu tiver
tempo" murmurou e fechou inesperadamente a porta atrás dele.
Voltou à sala e pegou um dos roteiros. Era entitulado A Robô's Diary não era o da lésbica. Assim
que ficou olhando o outro com o título Summer's End , escrito por Amy Robins. Julianne abriu
a primeira página, onde notou que a personagem de Elizabeth Doyle estava ressaltado em
amarelo.
Julianne balançou a cabeça e fechou o roteiro, mas parou ao ver a localização. Cidade de Nova
York… Kris… e jogou o roteiro pela sala. Bateu contra as persianas verticais. Furiosamente,
correu para seu quarto e fechou inesperadamente a porta.
Não interpretaria uma lésbica. De nenhuma forma. De jeito nenhum.
20
Kris olhou-se no espelho e inclinou a cabeça de um lado. Sua mãe tinha escolhido o vestido
mais horrível de toda a loja . Era verde água e tinha lantejolas vulgarmente dispostas em forma
de sereia. Nem condenada iria usar isto em público. Já foi o bastante ter que experimentar para
ela ver.
Engolindo seu orgulho, saiu para enfrentar os críticos.
Sari sorriu e assentiu com aprovação. "Olha que linda . Muito bonito."
Leigh tinha um olhar de óbvio desgosto e seguia negando com a cabeça, pronunciando, "Nem
pensar" silenciosamente.
Kris olhou, depois para sua mamãe. "Não gostei deste, mãe," comentou. "Quem sabe algo mais
discreto.l."
Sari assentiu. "Vamos continuar procurando. Temos toda a tarde para te conseguir um vestido
bonito para a formatura."
Por favor, Deus, faz o mundo acabar agora mesmo. Kris voltou para o provador para tirar o
pesadelo número sete e colocar a sua própria roupa . Detesto fazer compras. Acho que todos os
shoppings deveriam fechar.
" onde?" perguntou Kris, despreocupadamente, seu tom de absoluto desespero. Nem queria ir à
formatura de Nathan. Já tinha sido suficiente infernal a sua própria formatura. Estou sendo
egoísta. Nathan foi um verdadeiro cavalheiro indo na minha. Resignada a seu inevitável destino,
seguiu a sua mãe para outro lote de vestidos . Miss Entendiada.
Sari pegou um vestido vermelho, mas uma olhada no preço fez-lhe deixá-lo. "Não há nada
barato por aqui?" olhou ao redor.
Kris impediu-se de suspirar audivelmente. Esse era o problema número dois. Seus pais já tinha
bastante gasto com sua faculdade e apartamento, sem mencionar suas própria despesas, e as
necessidades de Dimitri. Não podiam se permitir gastar trezentos dólares num estúpido vestido
de festa.
"Fez mal ter dado o velho," comentou Sari.
Kris só assentiu.
Leigh levantou um vestido que estava em promoção era preto. "E este?"
"É bonito," disse Kris, indo inspecioná-lo. Era suave. Suave era bom. E era sexy. Nathan ia
gostar. Olhou para sua mãe.
Sari veio e pegou o vestido em suas mãos. O sustentou diante de Kris. "Vai provar ele. Enquanto
procuramos outros."
Kris foi outra vez para o provador. Já estavam a três horas procurando um vestido e Kris estava
pronta para desmaiar. Por favor, entre. Por favor, fique bonito. Eu quero ir embora.
Tirou sua roupa e vestiu o vestido. Kris olhou-se criticamente. Era bastante justo realçava suas
curvas . E mostrava a quantidade correta de decote, o suficiente para fazer feliz o Nathan, mas
não o bastante para dar um ataque cardíaco em Carlos. Gostava particularmente da abertura do
lado, permitindo exibir a quantidade justa de sua perna. Felizmente, não o suficiente para lhe
fazer parecer uma vadia. Kris estava satisfeita. Colocou o cabelo atrás da orelha e sorriu. Espero
que gostem.
Leigh assobiou e aplaudiu no momento que viu Kris. Eu gostei."
Sari virou o dedo, indicandoa Kris que desse uma voltinha. Satisfeita, concordou e sorriu.
"Perfeito."
Aliviada, Kris voi tirar o vestido. Seu tormento tinha chegado ao fim. Agora podemos ir para
casa. Voltou a pôr o vestido no cabide e uniu-se a sua mãe e sua amiga. Entregou o vestido a
Sari e observou a sua mãe ir pagar.
"Nathan vai morrer quando te ver," comentou Leigh com um sorriso. "Ficou incrível nele."
Kris "Só me alegro que a busca tenha terminado."
Leigh sorriu. "Agora falta encontrar os sapatos."
Querida Julia,
Hoje fui e voltei do Inferno. Fui comprar um vestido para ir a formatura
do meu namorado não foi nada divertido. Mas isso nem foi o pior.
Comprar vestidos leva a comprar sapatos, que levou a comprar
maquiagem e que terminou finalmente na roupa intima. Não sei por que
minha mãe fez questão de que eu comprasse calcinha nova. Até parece
que Nathan iria ver. Nem ninguém mais pelo que sei.
Tenho que ir à formatura de Nathan na próxima semana. Não estou com
nenhuma vontade de ir. Já tive a minha e sobrevivi para contar. Me
sentiria culpada não indo, pois Nathan foi à minha. Mesmo assim, não
tenho vontade de ir. Nathan vai alugar uma limosine com alguns de seus
amigos. E detesto seus amigos. São tão odiosos e imaturos.
Provavelmente passarão a noite bebendo latas de cerveja e amassando na
cabeça para exibir-se.
Mal posso esperar por isto.
Chega de falar disto, já foi tormento demais para um dia.
Sobre outros temas não-tão-relevantes. Devo admitir que levei um tempo
para me acostumar com à ideia de que William (meu irmão) é gay. Não é
que me envergonhei nada disso. Suponho que foi pelo fator surpresa.
William sempre foi muito mascúlo, nunca pude pensar nele com outro
homem,rss.
Também foi devido em parte ao fato que eu nunca tinha conhecido
ninguém que era gay. Sei que é bastante estranho, vivendo em Nova
York e tudo. Quero dizer, vi gays antes. Mas nunca fui amiga de um. E
ver William saindo do armário me deixou um pouco confusa. Mas já
superei. Fui visitar ele e passei e conheci seu namorado, Mark. Eles
ficam bem juntos. E, apesar da reação da família, está feliz.
Oh, esqueci de falar, sou de Porto Rico. Bom, meio portorriquenha, ao
menos. Minha mamãe nasceu lá mas mudou para Nova York quando
tinha quatro anos. Meu pai (biológico) é italiano, mas foi criado nos EUA.
Ele não fala muito italiano e me envergonha dizer que eu também não.
Mas falo espanhol fluente, ainda que o inglês é minha primeira língua.
Minha mãe quis que o aprendesse bem.Mas deixou passar com meu
irmão, Dimitri. Ele entende o idioma mas não gosta de falar com
freqüência.
Já estou de novo falando demais. Geralmente não escrevo tanto, vou
assumir que é, de algum modo, culpa sua.
Meu artista favorito é Salvador Dalí. Ouviu falar dele?
sua amiga,
Kris
Após pulsar enviar, digitou "The Indian Serenade" num buscador da Internet e pressionou
entrar.
Um momento depois, encontrou o poema.
Kris sorriu diante das palavras. Que doce. De repente lembrou algo e abriu um e-mail novo.
Para Julia.
Não me disse o que procura numa garota?
O enviou e desligou o computador. Depois de ler o poema favorito de Julia, "Sonhar Contigo".
Sorriu com seu pensamento.
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